A Secretaria de Saúde de Campinas e técnicos do
Bosque dos Jequitibás reuniram-se nesta
segunda-feira, 8 de janeiro, com representantes das
entidades protetoras dos animais e do Conselho
Municipal de Saúde (CMS) para discutir a proposta
técnica apresentada pela pasta de isolamento e
observação dos gatos do Bosque dos Jequitibás. A
reunião foi aberta pelo secretário municipal de
Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.
Na semana passada, o Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ) confirmou um caso positivo de raiva em morcego
não hematófago dentro do Bosque. O local é a segunda
área pública de lazer mais freqüentada da cidade e
recebe 1 milhão de pessoas por ano. Os exames que
confirmaram a doença foram processados pelo
Instituto Pasteur.
A medida é necessária porque os gatos, por serem
animais predadores de morcegos principalmente
aqueles encontrados com dificuldade de locomoção,
representam maior risco na transmissão da raiva aos
seres humanos.
Na reunião houve consenso entre todos os
participantes da necessidade deste isolamento e
observação dos animais, bem como de se desenvolver
um trabalho de educação em saúde, mobilização e
comunicação social sobre a raiva e a importância do
não abandono de animais em áreas públicas.
Na reunião surgiram três propostas: a observação dos
animais em um gatil instalado num local específico
do Bosque dos Jequitibás; a remoção destes animais
para outra área da Prefeitura de Campinas; e a
possibilidade de isolamento dos gatos nas
instalações do CCZ.
A avaliação das áreas será objeto de discussão de
uma comissão mista formada por técnicos da
Prefeitura e representantes das entidades
protetoras. Serão avaliadas questões legais e a
viabilidade técnica das três propostas para definir
o local mais adequado, o que deve ser decidido o
mais breve possível.
A necessidade de observação dos animais foi
reforçada pelo médico veterinário sanitarista
Antonio Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do CCZ,
que informou aos participantes sobre o ciclo de
transmissão da raiva e as medidas de controle
preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
e Ministério da Saúde.
“Embora a raiva em animais domésticos esteja sob
controle em Campinas, os gatos sem proprietários
devem ser removidos e observados por um período de
180 dias porque trabalhamos com a probabilidade de
algum deles ou mais de um ter tido contato com o
morcego doente e, assim, passar a ser um potencial
transmissor da doença para o homem ou outros
animais”, afirmou.
Carlos Figueiredo disse ainda que a principal
orientação para a população é que os visitantes do
Bosque não toquem, não brinquem, não ofereçam
alimentos aos animais encontrados soltos
(particularmente os gatos) em toda área do Bosque e,
principalmente, que não abandonem animais em áreas
públicas ou em outros lugares na cidade.
O coordenador reforçou ainda que as pessoas não
manipulem morcegos em hipótese alguma. Os morcegos
encontrados caídos, pousados em áreas iluminadas ou
com dificuldades de vôo devem ser notificados ao CCZ
para recolhimento e exame laboratorial. As pessoas
que indevidamente mantêm contato com morcegos devem
procurar o serviço de saúde mais próximo de sua
residência para orientações e avaliação da
necessidade de tratamento médico contra a raiva. O
telefone do CCZ é 3245-1219.
Denize Assis