Reunião aponta propostas de locais para observação de gatos do Bosque dos Jequitibás

08/01/2007

Animais devem ser observados para prevenir risco de transmissão da raiva aos seres humanos.
Medida foi desencadeada após confirmação de caso de raiva em morcego

A Secretaria de Saúde de Campinas e técnicos do Bosque dos Jequitibás reuniram-se nesta segunda-feira, 8 de janeiro, com representantes das entidades protetoras dos animais e do Conselho Municipal de Saúde (CMS) para discutir a proposta técnica apresentada pela pasta de isolamento e observação dos gatos do Bosque dos Jequitibás. A reunião foi aberta pelo secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.

Na semana passada, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) confirmou um caso positivo de raiva em morcego não hematófago dentro do Bosque. O local é a segunda área pública de lazer mais freqüentada da cidade e recebe 1 milhão de pessoas por ano. Os exames que confirmaram a doença foram processados pelo Instituto Pasteur.

A medida é necessária porque os gatos, por serem animais predadores de morcegos principalmente aqueles encontrados com dificuldade de locomoção, representam maior risco na transmissão da raiva aos seres humanos.

Na reunião houve consenso entre todos os participantes da necessidade deste isolamento e observação dos animais, bem como de se desenvolver um trabalho de educação em saúde, mobilização e comunicação social sobre a raiva e a importância do não abandono de animais em áreas públicas.

Na reunião surgiram três propostas: a observação dos animais em um gatil instalado num local específico do Bosque dos Jequitibás; a remoção destes animais para outra área da Prefeitura de Campinas; e a possibilidade de isolamento dos gatos nas instalações do CCZ.

A avaliação das áreas será objeto de discussão de uma comissão mista formada por técnicos da Prefeitura e representantes das entidades protetoras. Serão avaliadas questões legais e a viabilidade técnica das três propostas para definir o local mais adequado, o que deve ser decidido o mais breve possível.

A necessidade de observação dos animais foi reforçada pelo médico veterinário sanitarista Antonio Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do CCZ, que informou aos participantes sobre o ciclo de transmissão da raiva e as medidas de controle preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.

“Embora a raiva em animais domésticos esteja sob controle em Campinas, os gatos sem proprietários devem ser removidos e observados por um período de 180 dias porque trabalhamos com a probabilidade de algum deles ou mais de um ter tido contato com o morcego doente e, assim, passar a ser um potencial transmissor da doença para o homem ou outros animais”, afirmou.

Carlos Figueiredo disse ainda que a principal orientação para a população é que os visitantes do Bosque não toquem, não brinquem, não ofereçam alimentos aos animais encontrados soltos (particularmente os gatos) em toda área do Bosque e, principalmente, que não abandonem animais em áreas públicas ou em outros lugares na cidade.

O coordenador reforçou ainda que as pessoas não manipulem morcegos em hipótese alguma. Os morcegos encontrados caídos, pousados em áreas iluminadas ou com dificuldades de vôo devem ser notificados ao CCZ para recolhimento e exame laboratorial. As pessoas que indevidamente mantêm contato com morcegos devem procurar o serviço de saúde mais próximo de sua residência para orientações e avaliação da necessidade de tratamento médico contra a raiva. O telefone do CCZ é 3245-1219.

Denize Assis

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