A
Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nesta
segunda-feira, 8 de janeiro, para todos serviços
da rede pública municipal de saúde documento
onde atualiza a situação do surto de sarampo na
Bahia, informa sobre a ocorrência de surtos de
rubéola na região metropolitana de Belo
Horizonte e em várias cidades do Rio de Janeiro,
analisa os riscos de transmissão em Campinas e
orienta sobre as medidas de controle a serem
adotadas no município.
As medidas
de controle recomendadas neste momento são: As
equipes de saúde devem buscar crianças que estão
em atraso no calendário vacinal com a vacina
tríplice viral (contra sarampo, caxumba e
rubéola), com atenção especial para as de 1 ano
de idade, quando a pessoa deve receber a
primeira dose.
O
documento orienta também a intensificação de
vacina em áreas de risco e população
vulneráveis, que são creches, escolas,
orfanatos, presídios, áreas de ocupação,
profissionais de saúde, da educação e do
turismo, estudantes, canteiros de obras, etc. A
intensificação deve ocorrer segundo o calendário
vacinal nas crianças e adolescentes e em adultos
nascidos a partir de 1960 sem comprovação de
nenhuma dose.
Todos os
profissionais de saúde devem dispensar atenção
especial para casos suspeitos de doenças
exantemáticas e de dengue com exantema e
realizar investigação clínica, laboratorial e
epidemiológica para averiguar vacinação
anterior, deslocamento, recebimento de visitas,
local de residência e outras situações de
exposição. Os casos suspeitos devem ser
notificados imediatamente e deve ser
desencadeado bloqueio vacinal, conforme
indicação técnica.
As doenças
febris exantemáticas são aquelas que apresentam
como sintomas febre e manchas vermelhas na pele
(exantemas) como sarampo, rubéola, dengue entre
outras.
De acordo
com informes do Ministério da Saúde e da
Secretaria de Saúde do Estado, os casos de
sarampo não estão mais restritos somente ao
município de João Dourado (Bahia). Outros
municípios como Irecê (vizinho a João Dourado) e
Filadélfia (na micro-região do Senhor do Bonfim)
já detectaram casos.
As
discussões promovidas entre técnicos de
vigilância e epidemiologistas consideram que a
circulação do vírus já estava ocorrendo
amplamente antes de ser detectado. Há também uma
previsão de que este problema se prolongue nos
próximos meses, com expansão para outras
localidades ou detecção tardia de casos que já
vinham ocorrendo.
Em relação
à rubéola, a disseminação de casos para as
cidades da região metropolitana de Belo
Horizonte e várias cidades do Estado do Rio de
Janeiro sugere a possibilidade de surtos de
rubéola em outras cidades do Brasil o que inclui
os municípios da região de Campinas.
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp,
coordenadora da Vigilância Epidemiológica da
Secretaria de Saúde de Campinas, é preciso
considerar que Campinas e sua região
metropolitana apresentam condições que propiciam
a ocorrência de casos de sarampo e rubéola, já
que estas são doenças de transmissão
respiratória e de alta transmissibilidade.
Também é
preciso levar em conta que a região se constitui
numa área de grande densidade populacional e que
apresentou uma das maiores taxas de migração no
Estado de São Paulo na década de 1990-2000.
Além
disso, de acordo com a sanitarista, existem
bolsões de pobreza, população flutuante, com
acolhimento de trabalhadores da construção civil
e grande circulação de pessoas devido ao seu
pólo, comercial e de saúde, entre outras
situações de vulnerabilidade. Também é
necessário considerar o grande número de pessoas
que viajam a turismo nesta época do ano para
regiões atingidas.
Brigina
afirma que um outro aspecto a ser considerado é
que o período de chuvas e calor se constitui no
período sazonal de dengue, doença que faz
diagnóstico diferencial com sarampo e rubéola,
principalmente quando há presença de exantema.
“A
primeira epidemia de dengue em Campinas,
iniciada no final de 1997, foi detectada
tardiamente e estava escondida entre casos
descartados de sarampo, quando recrudescia a
epidemia de sarampo. Este ano, existe risco de
acontecer situação inversa, ou seja:
profissionais de saúde preocupados e atentos à
dengue podem deixar de diagnosticar casos
suspeitos de sarampo e rubéola”, afirma Brigina.
Segundo
Brigina, este contexto demonstra que ainda somos
vulneráveis à ocorrência destas doenças. “No
entanto, o município de Campinas, com toda sua
rede de saúde de serviços públicos e privados,
tem muita condição para evitar uma situação
semelhante a que está ocorrendo na Bahia e no
Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Por isso,
orientamos que sejam adotadas estas medidas e
mais uma vez chamamos a atenção de todas as
equipes de saúde das redes pública e privada
para estejam muito atentas para os casos
suspeitos e promovam a notificação imediata
(para medidas rápidas de controle) e orientem
sua clientela ou pacientes para que estejam
vacinados, de acordo com as recomendações”, diz.
O que é?
Doença infecciosa aguda do sistema respiratório,
altamente contagiosa, usualmente de evolução
benigna, cuja principal complicação é a
broncopneumonia.
Qual o agente envolvido?
Vírus pertencente ao gênero
Morbillivirus, família Paramyxoviridae.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas são febre alta, manchas
vermelhas pelo corpo (exantema), mal-estar
geral, coriza, conjuntivite e tosse com catarro.
Nas fases iniciais da doença, podem ser
observados pequenos pontos brancos, circulados
por uma região vermelha, localizados na parte
interna das bochechas.
Como se transmite?
Através de secreções
respiratórias expelidas pelo paciente infectado
ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Devem
ser evitados ambientes fechados, que favorecem a
contaminação.
Como tratar?
O tratamento é feito com repouso, dieta líquida
ou branda, medidas de higiene geral, hidratação,
antitérmicos e limpeza das secreções oculares e
nasais com soro fisiológico. Em populações com
deficiência de vitamina A, recomenda-se a
suplementação da vitamina.
Como se prevenir?
A vacinação é a medida mais eficaz de prevenção
contra o sarampo. A vacinação deve ser feita com
a tríplice viral aos 12 meses de vida e uma dose
de reforço aplicada entre 4 a 6 anos de idade. A
vacina também deve ser aplicada durante a
realização de bloqueio vacinal de contatos de
casos suspeitos ou confirmados da doença, em
indivíduos da faixa etária de 6 meses a 39 anos
de idade (ou mais, dependendo da situação
epidemiológica), que não comprovem vacinação
anterior. Nesse caso, a vacina utilizada para os
maiores de 6 anos é a dupla viral. Os
profissionais de saúde e todos os profissionais
da rede hoteleira, aeroportos, portos, taxistas,
profissionais do turismo e do sexo, quartéis,
corpo de bombeiros e caminhoneiros, atualmente,
constituem os principais grupos de risco para a
doença e por isso devem procurar o posto de
vacinação para receberem a vacina contra
sarampo. A vacina tríplice viral protege contra
o sarampo, a rubéola e a caxumba e a dupla viral
não contém antígenos contra a caxumba.
O que é?
É uma doença infecto-contagiosa causada por
vírus que atinge, principalmente, crianças.
É transmitida por um vírus do gênero Rubivírus,
família Togaviridae.
Quais os sintomas?
Na maioria das vezes, a infecção pós-natal é
subclínica, não produzindo sintomas. Quando
presentes, os principais são: febre baixa,
manchas avermelhadas na pele (exantema), ínguas
na região do pescoço (inchaço dos gânglios
linfáticos), perda de apetite, dor de cabeça,
dores articulares e/ou musculares, coriza e
tosse.
Como se transmite?
Por contato direto com uma pessoa infectada ou
com secreções do nariz ou boca do doente.
Como tratar?
A rubéola pós-natal é uma doença benigna. O
tratamento consiste em controlar a temperatura
corporal por meio de banhos mornos ou frios,
ingerir bastante líquido e fazer repouso. É
importante evitar contato com gestantes.
Como se prevenir?
A vacinação é única forma de prevenir a doença.
Denize
Assis