A Prefeitura de Campinas informa à população que
identificou um morcego doente de raiva no Bosque dos
Jequitibás. O local abriga várias espécies de
animais silvestres. Também serve como moradia para
dezenas de gatos, que são deixados no local por
pessoas inconseqüentes.
Os gatos são caçadores naturais, além de serem
curiosos e brincalhões. Portanto, existe a
possibilidade de um ou mais gatos terem tido contato
com o morcego doente, terem se infectado e passarem
a ser transmissores da raiva para as pessoas e para
outros animais.
A raiva é uma doença que atinge todos os mamíferos,
inclusive o homem, e não tem cura. Em todos os
casos, sem exceção, a doença evolui para a morte.
As pessoas podem se sentir seguras porque todas as
medidas para impedir a disseminação da doença já
foram desencadeadas pela Prefeitura e terão
continuidade.
Uma das medidas, de acordo com recomendação da
Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde,
é a remoção e observação dos gatos do Bosque por um
período 180 dias. Os animais serão levados para um
local construído para este fim no Centro de Controle
de Zoonoses (CCZ) de Campinas. Após este período, os
animais sadios serão castrados e doados.
O CCZ é o local adequado para a observação porque a
função dele é justamente realizar a vigilância de
doenças que podem ser transmitidas dos animais para
o homem - chamadas zoonoses -, o que inclui a raiva.
O CCZ de Campinas passou por reforma e ampliação
recentemente e conta instalações adequadas, seguras,
que atendem às necessidades dos animais com relação
a espaço e ventilação. Além disso, lá existem
profissionais de saúde que podem acompanhar
diariamente estes animais e avaliar suas condições
de saúde.
Além da observação dos gatos, a Secretaria de Saúde
desencadeou ações de comunicação, educação em saúde
e mobilização social no Bosque dos Jequitibás. Estão
sendo distribuídos folhetos com informações para que
as pessoas não mantenham contato com os gatos e não
abandonem animais em áreas públicas. Faixas foram
fixadas em vários locais com mensagens que reforçam
que as pessoas não devem alimentar os gatos soltos
no Bosque, informam sobre posse responsável e sobre
a importância de que o abandono de animais seja
denunciado.
Tire suas dúvidas
O que aconteceu no Bosque dos Jequitibás?
- A Prefeitura identificou no Bosque um morcego
doente de raiva. Ele estava caído morto e após
exames do Instituto Pasteur foi confirmada a doença
raiva.
Qual a importância dos gatos nesta história?
- O Bosque dos Jequitibás abriga dezenas de gatos
que são abandonados lá por pessoas inconseqüentes. A
Secretaria de Saúde considera a possibilidade de que
um ou mais gatos tenham tido acesso ao morcego
doente e terem sido infectados. Diariamente
visitantes do Bosque mantêm algum tipo de contato
com os gatos, para acariciá-los ou mesmo
alimentá-los. Estas pessoas correm risco de contrair
a doença (raiva) e morrer.
E os animais do zoológico do Bosque?
- A Secretaria considera a possibilidade de qualquer
animal do Bosque possa ter tido contato com o
morcego doente, inclusive os que são mantidos sob
cativeiro. Porém, os animais sob cativeiro não
mantêm contato com as pessoas.
E os outros animais selvagens que vivem soltos no
Bosque?
- Existem animais selvagens que permanecem soltos na
área do Bosque (cotia, sagüis, esquilos entre
outros). Porém nenhum deles apresenta risco
significativo na transmissão da raiva para os
humanos porque não são predadores naturais de
morcegos e porque, por um instinto próprio, se
afastam dos humanos.
E em relação aos morcegos, existem medidas de
controle?
- Existem várias espécies de morcego com os mais
variados hábitos alimentares (frugívoros,
insetívoros e hematófagos). Nos casos de transmissão
do vírus da raiva, as medidas de controle
preconizadas dizem respeito principalmente aos
hematófagos, aqueles que se alimentam de sangue de
animais e às vezes de humanos. No caso do Bosque dos
Jequitibás, não estão indicadas medidas de controle
por se tratar de morcego não hematófago. Além disso,
como a área do Bosque apresenta grande atratividade
para morcegos, qualquer medida de controle é difícil
de ser realizada e interferiria em um ecossistema já
em equilíbrio. Ainda é necessário considerar que os
morcegos são animais protegidos por lei.
O que acontece com quem contrai a raiva?
- Todos os mamíferos (inclusive humanos) podem
contrair a raiva e em todos os casos, sem exceção, a
doença evolui para a morte.
Por que não doar de imediato os gatos do Bosque dos
Jequitibás?
- A raiva tem um longo período de incubação nos
gatos. Portanto, existe a possibilidade de algum
deles ter tido contato com o morcego, estar no
período de incubação da doença e transmitir a doença
para as pessoas ou para outros animais da residência
que o acolher.
Por que não deixar os gatos como estão?
- Os gatos não podem permanecer livres no Bosque dos
Jequitibás, pela possibilidade de transmitirem a
doença em cadeia envolvendo outros animais,
inclusive o homem. Além disso, o Bosque dos
Jequitibás não é o local adequado para a permanência
destes animais, já que a presença deles lá indica
uma situação de desequilíbrio ecológico.
Por que não observar os gatos em alguma instalação
no próprio Bosque ou em qualquer outro parque
público?
- O bosque é área tombada e de proteção ambiental, o
que impede a construção de um gatil no local. Além
disso, outros aspectos técnicos impediriam a
observação tanto no Bosque como em qualquer outro
parque que receba visitação pública. Estes aspectos
técnicos incluem: exigência de uma equipe treinada
para a observação, com tratamento prévio para raiva
(tratamento pré-exposição); exigência de um
protocolo de segurança zooepidemiológica, para
evitar que o vírus saia do setor de observação;
entre outros. Também é preciso considerar, em áreas
públicas, a possibilidade do contato com humanos e,
no caso específico do Bosque dos Jequitibás, do
contato com animais pequenos que encontram-se em
vida livre na mata.
O que vai acontecer com os gatos que serão retirados
do Bosque dos Jequitibás?
- Os animais ficarão em observação por um período de
180 dias em um gatil coletivo, como o solicitado
pelas entidades protetoras. Terminada a observação,
caso não sejam detectados animais com raiva, os
gatos serão vacinados, castrados e doados para
pessoas interessadas.
Quais são as conseqüências de abandonar animais
domésticos em parques e logradouros públicos?
- O abandono de animais é crime, a pessoa pode ser
presa ou sofrer outro tipo punição por isso. Além
disso, existem em Campinas pouquíssimas áreas para
que as aves nativas façam seus ninhos e a maioria
delas está localizada nos parques públicos do
município. Quando se abandonam gatos nestes espaços,
eles atacam ninhos para se alimentar de ovos e
filhotes, o que ocasiona um importante impacto
ecológico. No caso específico do Bosque dos
Jequitibás, os gatos transmitem doenças aos animais
selvagens cativos e de vida livre que são muito
sensíveis e acabam morrendo.
Por que os gatos serão observados no Centro de
Controle de Zoonoses?
-
Os Centros de Controle de Zoonoses (CCZs) têm como
função principal realizar a vigilância e controle de
doenças que podem ser transmitidas dos animais para
os homens – chamadas zoonoses. O CCZ de Campinas
possui instalações adequadas, seguras, que respeitam
as necessidades dos animais com relação a espaço e
ventilação. Além disso, lá existem profissionais de
saúde (médicos veterinários e biólogos) que podem
acompanhar diariamente estes animais e avaliar suas
condições de saúde. O CCZ Campinas passou por
reforma e ampliação e suas novas instalações serão
usadas neste gatil pela primeira vez.
Prefeitura Municipal de Campinas
15 de janeiro de 2007