O número de casos
de dengue em Campinas diminuiu muito nos dois primeiros meses
deste ano, em comparação com o mesmo período de 2002. Desde
janeiro de 2003, a Secretaria de Saúde confirmou 132 casos,
sendo 89 autóctones (quando o paciente é infectado no local
onde mora). Nos dois primeiros meses de 2002, foram 342, sendo
276 autóctones. A redução é resultado do trabalho de combate
à doença, que foi intensificado nos últimos dois anos na
cidade.
Agentes de saúde
vão de casa em casa, verificam e eliminam possíveis focos do
mosquito da dengue e orientam moradores. Metade dos acometidos
pela doença são identificados em casa, pelas equipes do Paidéia
– Saúde da Família. Os casos são diagnosticados bem no início,
o que evita o agravamento dos quadros.
"Não
conseguimos acabar de uma vez por todas com a dengue. No
entanto, estamos conseguindo controlá-la. E é preciso
continuar dispensando sempre muito, muito trabalho para manter
este controle", diz a enfermeira sanitarista Salma Balista,
responsável pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde
Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde.
Salma informa
que, nesta semana, a Secretaria de Saúde reforçou ainda mais
os trabalhos com a contratação de mais dez ajudantes de
controle ambiental. Neste momento específico, estes
profissionais vão atuar no combate à dengue, em ações como
limpeza e colocação de telas em caixas d’água, verificação
da presença de larvas, aplicação de larvicida biológico e de
inseticida, controle dos pontos de risco e demais atividades de
combate à doença.
Pontos de risco
são ferros-velhos, borracharias e outros locais que, pela
natureza de sua atividade, favorecem a proliferação do
mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue.
Além do combate ao mosquito, estes profissionais estarão
preparados para atuar no controle de todas as doenças.
Nas próximas
quinta-feira e sexta-feira, 6 e 7 de março, as equipes da
Secretaria atuam na área de abrangência do Centro de Saúde
Santa Mônica. Os profissionais realizam arrastão e orientam
moradores sobre como limpar caixa d’água, além de colocarem
telas e capas nos reservatórios. Na sexta-feira, o Distrito de
Saúde Sul promove cata-bagulhos na área do Centro de Saúde
Carvalho de Moura.
Vírus tipo 3
– Exames do Instituto Adolfo Lutz, divulgados esta semana,
confirmaram que o vírus da dengue tipo 3 continua circulando em
Campinas. Os testes de isolamento de vírus foram feitos em
pacientes que moram na Vila Industrial, região Sul. Este
sorotipo foi diagnosticado pela primeira vez em Campinas no início
de 2002. Os exames também apontaram a circulação do vírus
tipo 1.
A
constatação não altera as medidas ambientais e sanitárias
que já vinham sendo adotas pelo Município. A Secretaria de Saúde
informa que as ações necessárias para conter o avanço da
doença já vinham e continuarão sendo implementadas, já que o
tipo de ação de controle independe do sorotipo.
O
vírus 3 pode induzir a um quadro de dengue com características
mais graves, independente de infecções anteriores por outros
sorotipos. Também pode levar à forma hemorrágica da doença.
Além disso, as pessoas acometidas por outros sorotipos, se
infectadas pelo sorotipo 3, também podem desenvolver a dengue
hemorrágica.
Portanto,
a Secretaria de Saúde reforça as orientações que já vinham
sendo dadas sobre a possibilidade da ocorrência de casos graves
e da forma hemorrágica da dengue. Todos os serviços de saúde
da rede pública e privada devem estar atentos para fazer diagnóstico
precoce da doença e, assim, proporcionar assistência adequada
aos doentes.
Além
disso, a evolução clínica de cada paciente deve ser
acompanhada. Somente desta maneira é possível detectar
rapidamente formas mais graves e intervir no tratamento. Todos
os casos devem ser notificados e, as formas graves,
imediatamente informadas.
Hemorrágico
– A Secretaria de Saúde confirmou esta semana o primeiro caso
de dengue hemorrágica de 2003. Trata-se de uma mulher que
contraiu a doença em Guanambi, na Bahia. Ela mora no Jardim
Santana, região Leste de Campinas, foi acompanhada pelo HC
(Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas) e passa bem. Em 2002, Campinas confirmou nove casos de
dengue hemorrágica, todos autóctones. Não houve mortes.