Campinas reduz casos de dengue em relação a 2002

28/02/2003

O número de casos de dengue em Campinas diminuiu muito nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2002. Desde janeiro de 2003, a Secretaria de Saúde confirmou 132 casos, sendo 89 autóctones (quando o paciente é infectado no local onde mora). Nos dois primeiros meses de 2002, foram 342, sendo 276 autóctones. A redução é resultado do trabalho de combate à doença, que foi intensificado nos últimos dois anos na cidade.

Agentes de saúde vão de casa em casa, verificam e eliminam possíveis focos do mosquito da dengue e orientam moradores. Metade dos acometidos pela doença são identificados em casa, pelas equipes do Paidéia – Saúde da Família. Os casos são diagnosticados bem no início, o que evita o agravamento dos quadros.

"Não conseguimos acabar de uma vez por todas com a dengue. No entanto, estamos conseguindo controlá-la. E é preciso continuar dispensando sempre muito, muito trabalho para manter este controle", diz a enfermeira sanitarista Salma Balista, responsável pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde.

Salma informa que, nesta semana, a Secretaria de Saúde reforçou ainda mais os trabalhos com a contratação de mais dez ajudantes de controle ambiental. Neste momento específico, estes profissionais vão atuar no combate à dengue, em ações como limpeza e colocação de telas em caixas d’água, verificação da presença de larvas, aplicação de larvicida biológico e de inseticida, controle dos pontos de risco e demais atividades de combate à doença.

Pontos de risco são ferros-velhos, borracharias e outros locais que, pela natureza de sua atividade, favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue. Além do combate ao mosquito, estes profissionais estarão preparados para atuar no controle de todas as doenças.

Nas próximas quinta-feira e sexta-feira, 6 e 7 de março, as equipes da Secretaria atuam na área de abrangência do Centro de Saúde Santa Mônica. Os profissionais realizam arrastão e orientam moradores sobre como limpar caixa d’água, além de colocarem telas e capas nos reservatórios. Na sexta-feira, o Distrito de Saúde Sul promove cata-bagulhos na área do Centro de Saúde Carvalho de Moura.

Vírus tipo 3 – Exames do Instituto Adolfo Lutz, divulgados esta semana, confirmaram que o vírus da dengue tipo 3 continua circulando em Campinas. Os testes de isolamento de vírus foram feitos em pacientes que moram na Vila Industrial, região Sul. Este sorotipo foi diagnosticado pela primeira vez em Campinas no início de 2002. Os exames também apontaram a circulação do vírus tipo 1.

A constatação não altera as medidas ambientais e sanitárias que já vinham sendo adotas pelo Município. A Secretaria de Saúde informa que as ações necessárias para conter o avanço da doença já vinham e continuarão sendo implementadas, já que o tipo de ação de controle independe do sorotipo.

O vírus 3 pode induzir a um quadro de dengue com características mais graves, independente de infecções anteriores por outros sorotipos. Também pode levar à forma hemorrágica da doença. Além disso, as pessoas acometidas por outros sorotipos, se infectadas pelo sorotipo 3, também podem desenvolver a dengue hemorrágica.

Portanto, a Secretaria de Saúde reforça as orientações que já vinham sendo dadas sobre a possibilidade da ocorrência de casos graves e da forma hemorrágica da dengue. Todos os serviços de saúde da rede pública e privada devem estar atentos para fazer diagnóstico precoce da doença e, assim, proporcionar assistência adequada aos doentes.

Além disso, a evolução clínica de cada paciente deve ser acompanhada. Somente desta maneira é possível detectar rapidamente formas mais graves e intervir no tratamento. Todos os casos devem ser notificados e, as formas graves, imediatamente informadas.

Hemorrágico – A Secretaria de Saúde confirmou esta semana o primeiro caso de dengue hemorrágica de 2003. Trata-se de uma mulher que contraiu a doença em Guanambi, na Bahia. Ela mora no Jardim Santana, região Leste de Campinas, foi acompanhada pelo HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e passa bem. Em 2002, Campinas confirmou nove casos de dengue hemorrágica, todos autóctones. Não houve mortes.

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