Denize Assis
A Prefeitura
de Campinas mobiliza nestas terça-feira e quarta-feira, dias
22 e 23 de fevereiro, dez profissionais das secretarias
municipais de Saúde e de Obras e Serviços Públicos para
atuar na remoção de cerca de 8 toneladas de lixo acumulado
em uma única residência no Jardim Santa Lúcia, Região
Sudoeste da cidade. Esta é a segunda ação desta proporção
promovida pela Vigilância em Saúde (Visa) nos últimos sete
dias na cidade. A primeira ocorreu em 15 de fevereiro no
Jardim Samambaia, Região Sul.
"A casa,
nas condições em que está, oferece grande risco para a saúde
pública porque favorece a proliferação do mosquito da
dengue e de outros insetos e animais que podem transmitir doenças
ou causar acidentes. O lixo é tanto que, somente nas
primeiras horas de trabalho, os materiais encheram um caminhão
e somaram uma tonelada. A quantidade de ratos é enorme",
informa Daniela Grigolletto, supervisora de controle ambiental
da Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste.
A supervisora
informa que a equipe do Centro de Saúde (CS) Santa Lúcia, em
conjunto com a equipe da Visa Sudoeste, promove há três anos
um trabalho com a proprietária para convencê-la a autorizar
a vistoria e limpeza da residência. "Ela tem 74 anos,
vive só, recusava-se a receber a equipe de saúde e
necessitou de um projeto terapêutico para compreender a
importância de manter um ambiente saudável, livre de
materiais inservíveis", diz Daniela.
A Secretaria
de Saúde informa que, após a limpeza, a moradora vai
continuar a ser acompanhada pela equipe do CS Santa Lúcia.
Também serão promovidas ações de conscientização entre
moradores da vizinhança sobre sintomas da dengue e da
leptospirose e maneiras de prevenção de acidentes e controle
das doenças.
De acordo com
a médica veterinária Jeanette Trigo Nasser, responsável
pelas ações de combate à dengue em Campinas, casos como o
desta moradora, em que outros fatores - como doença mental e
abandono da família - estão associados, são extremos e
exigem uma abordagem multiprofissional para que a Prefeitura
possa fazer a intervenção e garantir o cuidado com o
morador.
Mas, segundo
Jeanette, é importante que a sociedade compreenda que a
responsabilidade por manter a residência limpa, livre de
insetos e sem causar incômodo aos vizinhos nem oferecer risco
à saúde, é um dever de cada cidadão, das famílias e das
comunidades.