Prefeitura leva ação antidengue ao Bonfim, onde foi confirmado um caso da doença

24/02/2005

Denize Assis

Equipes da Secretaria de Saúde de Campinas que trabalham no combate à dengue atuam nesta quinta-feira, dia 24 de fevereiro, em 10 quarteirões no bairro Bonfim, onde a Vigilância em Saúde (Visa) confirmou, ontem, um caso da doença.

Trata-se de um morador de Campinas que viajou para Fortaleza, região do Brasil onde há transmissão da doença. Alguns dias depois de retornar de viajem, em 13 de fevereiro, ele manifestou os seguintes sintomas: febre alta, dores nas articulações e nos músculos.

O morador, então, procurou por um serviço de saúde de Campinas onde foi atendido, recebeu o tratamento e já recuperou-se. Ontem, no final da tarde, exames do Laboratório Adolfo Lutz confirmaram a suspeita das autoridades sanitárias. Ele teve dengue – doença provocada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

A transmissão ocorre da seguinte maneira: o mosquito pica uma pessoa doente e, após um período de incubação de oito a dez dias, passa a transmitir o vírus para outros indivíduos. Por isso, pelo risco de outras pessoas terem sido infectadas, as equipes de saúde desenvolvem hoje uma grande ação em dez quarteirões nas adjacências da residência da vítima.

Os profissionais promovem busca de outras pessoas com sintomas – chamada busca ativa-, inviabilizam criadouros – qualquer recipiente ou local que acumule água – e orientam moradores. O criadouro mais comum nesta comunidade específica, segundo os profissionais de saúde, é o prato de vaso de planta.

A Vigilância em Saúde informa que existe uma grande preocupação com a dengue na área do Bonfim devido a alta infestação do mosquito Aedes aegypti. O local apresentou o maior índice de Breteau da cidade (10,9), segundo dados da última pesquisa da Secretaria de Saúde, realizada no final de janeiro e início deste mês.

"Temos desenvolvido várias ações neste bairro. No entanto, na última atividade, no início de fevereiro, mais de 40% dos domicílios não puderam ser visitados porque estavam fechados ou por eventuais recusas de moradores", diz Nilton dos Santos Menezes, supervisor de controle ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Norte.

E, segundo Nilton, esta ‘pendência’ faz com que a ação perca o impacto. "Por isso, é importante que as pessoas recebam os agentes comunitários de saúde. Estes profissionais estão sempre identificados com crachá. Se houver dúvida, o morador deve ligar para o centro de saúde", informa o supervisor.

Também é importante, segundo o biólogo Ovando Provatti, da Visa Norte, que os moradores do município eliminem os criadouros domésticos – pneus, latas, garrafas, potes, pratos de vasos de planta, etc -, locais que, por armazenarem água, possibilitam a proliferação do mosquito. "Se apresentar febre, a pessoa deve procurar rapidamente pelos serviços de saúde – centros de saúde, Pronto-Socorro e unidades de Pronto Atendimento", informa.

Este ano, em Campinas, foram confirmados oito casos de dengue em Campinas, dos quais seis importados – cinco de Rondônia e um de Fortaleza – e dois autóctones – quando a pessoa é infectada no município onde mora.

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