Denize Assis
A Secretaria
Municipal de Saúde confirmou nesta sexta-feira, dia 25 de
fevereiro, mais um caso de dengue em Campinas, o que eleva
para nove o número de ocorrências na cidade desde janeiro. O
registro refere-se a um morador da Vila Francisca, na divisa
com Sumaré, Região Norte, bairro onde não foram notificados
casos da doença este ano.
De acordo com
a Vigilância em Saúde, o local provável de infecção ainda
está sendo esclarecido, já que a pessoa mora em Campinas,
trabalha em Sumaré e se deslocou em atividades de lazer para
outros municípios vizinhos. Portanto, ainda está sendo
investigado se a ocorrência é autóctone ou importada.
Para evitar
novos casos oriundos deste registro, equipes da Vigilância em
Saúde (Visa) Norte iniciaram, imediatamente, trabalho
preventivo na comunidade. A ação inclui avaliação do histórico
do paciente, busca de outras pessoas com sintomas, atividades
educativas e inviabilização de criadouros do mosquito Aedes
aegypti.
"Também
estão sendo levantados prontuários de residentes na Vila
Francisca, Chácara Anhangüera e Parque Maria Helena –
estes bairros são vizinhos – que passaram pelo Pronto
Atendimento (PA) Anchieta nos últimos dias para identificar
pessoas com sintomas ou diagnóstico inconclusivo que possa
levar a uma suspeita dengue. O objetivo é saber se houve
transmissão anterior a este caso", diz o biólogo Ovando
Provatti, da Visa Norte.
Na
segunda-feira, dia 28 de fevereiro, o trabalho de busca de
suspeitos e inviabilização de criadouros prossegue em
conjunto com equipes do Centro de Saúde Anchieta, unidade que
se responsabiliza pela área. Agentes comunitários de saúde
vão atuar nos dez quarteirões nas adjacências do endereço
onde reside o paciente.
Uma
enfermeira vai acompanhar a ação para, se necessário,
colher exames. As amostras devem ser colhidas até o quinto
dia do início dos sintomas, para isolamento de vírus –
identifica se foi vírus tipo 1, 2, 3 ou 4 -, e após o sexto
dia para sorologia.
Segundo
Ovando, a Secretaria de Saúde de Campinas atuou, há três
meses, em ação contra a dengue na Vila Francisca. Na ocasião,
constatou-se uma disponibilidade grande de criadouros e as
equipes removeram uma tonelada de resíduos que podem acumular
água e, portanto, favorecem a proliferação do mosquito.
Mas, segundo
a Vigilância em Saúde, o que tem sido constatado nas ações,
não somente na Vila Francisca mas em toda cidade, é que há,
por parte da população, reposição rápida de recipientes
que servem como criadouros. "É necessário que as
pessoas se conscientizem e não acumulem materiais", diz
Jeanette Trigo Nasser, responsável pelas ações de combate
à dengue em Campinas.
Segundo
Jeanette, as pessoas precisam incorporar o combate à dengue
nas suas ações diárias. São atitudes como certificar-se
que as caixas d´água estão adequadamente limpas e vedadas,
não deixar água acumulada nos pratinhos de vasos de planta,
fechar bem os sacos plásticos utilizados para acondicionar
lixo e manter a lixeira tampada, retirar a água parada das
lajes, não acumular entulhos nos quintais e dar aos resíduos
o destino adequado, entre outras orientações já difundidas
pela Secretaria de Saúde e Ministério da Saúde.
"Estas
recomendações, quando executadas durante todos os meses do
ano, garantem a eliminação dos potenciais criadouros do
mosquito e previnem a ocorrência de surtos", diz a
veterinária. Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça
e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas na pele.
Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar
rapidamente o Centro de Saúde.