Campanha promove busca de sintomáticos respiratórios de tuberculose

23/02/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas promove de 1 a 12 de março a Campanha de Busca Ativa de Sintomáticos Respiratórios – pessoa com tosse por tempo igual ou superior há duas semanas. O objetivo é descobrir, tratar e curar precocemente os casos de tuberculose. A doença é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.

O evento, promovido pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo em parceria com as secretarias municipais, vai envolver 645 municípios, 230 laboratórios municipais e 12 laboratórios estaduais do Instituto Adolfo Lutz.

Neste período, em todas as unidades básicas da Secretaria de Saúde de Campinas, independente do motivo da procura, equipes vão perguntar às pessoas sobre a presença e duração da tosse. Os sintomáticos serão encaminhados para exame de escarro (baciloscopia).

Também serão intensificadas as buscas nos domicílios, com os pacientes atendidos pelas equipes do Programa de Saúde da Família; nos hospitais; nas unidades de saúde de emergência; nos serviços de atendimento às pessoas que vivem com HIV; no sistema prisional; e em instituições fechadas como as que atendem idosos, casas de apoio a moradores de rua; ONGs e outros.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, do Programa Municipal de Tuberculose, o Estado de São Paulo descobre aproximadamente 18 mil casos de tuberculose (TB) por ano, que representa o maior número absoluto de casos do Brasil. Embora a morbimortalidade venha apresentando tendência de declínio, descobrir, tratar e curar esses casos representam um enorme desafio.

Ainda, segundo Carmo Ferreira, cerca de 90% dos casos de tuberculose são da forma pulmonar e destes 60% são bacilíferos. Os casos bacilíferos são a principal fonte de disseminação da doença e a descoberta precoce por meio da busca ativa do sintomático

respiratório é uma importante medida para interromper a cadeia de transmissão, desde que acompanhada pelo tratamento oportuno.

“A busca ativa do Sintomático Respiratório deve ser realizada permanentemente pelos

serviços de saúde e tem sido uma estratégia recomendada internacionalmente pelo Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Campinas, até 2008, eram analisados entre 4,8 e 5 mil casos por ano. Em 2009, atingimos 6,5 mil. A meta é examinar 7 mil no município”, informa a sanitarista.

Sobre a doença. A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Os principais sintomas são tosse prolongada, cansaço, emagrecimento, febre e sudorese noturna. O bacilo é transmitido pelo ar, quando o paciente tosse, fala ou espirra. O paciente deve procurar o Centro de Saúde se apresentar tosse por mais de três semanas, principalmente se tiver também febre e emagrecimento.

De acordo com o último relatório divulgado pela Vigilância em Saúde de Campinas, em números absolutos, Campinas registrou 292 novos casos da doença em 2008. Deste total, 36% receberam tratamento supervisonado – quando o profissional de saúde vê o paciente tomar a medicação ou em casa ou no serviço de saúde -, sendo que neste grupo a cura foi de 84% enquanto que a taxa de cura do total de pacientes foi de 74%. A taxa de abandono do tratamento está em 9%

Segundo a OMS, 22 países concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo. Nos últimos três anos, o Brasil passou da 14ª para a 18ª posição no ranking mundial de casos da doença - foram registrados 70.379 casos novos no ano passado no País. No total, considerando casos de retratamento, foram 83,5 mil casos. Cerca de 3% deles evoluíram para óbito.

Em relação à incidência, que é calculada com base no número total de casos em relação a cada grupo de 100 mil habitantes, o país ocupa o 108º lugar. No Brasil, a doença é a 4ª causa de mortes por doenças infecciosas e a 1ª em pacientes com Aids.

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