Informe Semanal - Dengue - 07/2002

15/03/2002

          Confirmado dengue do sorotipo III 

Mediante exame de PCR no soro de dois pacientes, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz São Paulo, confirmou-se os dois primeiros casos de dengue do sorotipo III no município. Um deles é importado do Rio de Janeiro, com quadro clínico de dengue clássica. O paciente é do sexo masculino, adulto e morador da Região Sudoeste. O caso evoluiu para cura. O outro, é o primeiro caso de dengue hemorrágica do município, que já foi divulgado. É caso autóctone, do Campo Belo, na região Sul. O paciente também evoluiu para cura. 

Um terceiro caso está sendo investigado. Trata-se do paciente confirmado de leptospirose, da região Sudoeste, que evoluiu para óbito por essa doença e cujo caso também já foi divulgado. No entanto, no sangue desse paciente foram encontradas partículas virais do dengue III, pelo exame de PCR, também realizado pelo IAL- São Paulo. Embora não se tenha dúvida de que o óbito foi pela leptospirose, a investigação continuará para que possa ficar esclarecido o resultado do PCR. Serão enviadas amostras de tecidos para realização de imuno-histoquímico, uma outra amostra de soro para outros exames, busca ativa na região de moradia e trabalho do paciente, de forma mais sensível, ou seja: todo paciente com febre será investigado para dengue; outras pesquisas de vírus e índice de Breteau ao redor do local de moradia e trabalho. 

Conclui-se, portanto, que o vírus do sorotipo III já circula no município   conforme já era esperado, uma vez que este sorotipo circula em outras localidades do País - principalmente no Rio de Janeiro – considerando o grande fluxo e circulação dos munícipes de Campinas e da região.  

Dessa forma, estão reforçadas as orientações que já vinham sendo dadas sobre a possibilidade da ocorrência de casos graves e da forma hemorrágica da dengue: importantíssimo o diagnóstico diferencial com outras viroses também em crianças, suspeitando-se de dengue e solicitando exame para sorologia. Além disso, a evolução clínica de cada paciente deve ser acompanhada. Somente desta maneira é possível detectar rapidamente formas mais graves e intervir no tratamento. Todos os casos devem ser notificados e, as formas graves, imediatamente informadas. 

O sorotipo III tem se mostrado mais virulento, podendo induzir a um quadro de dengue mais grave e à forma hemorrágica da doença, independente de infecções anteriores por outros sorotipos. 

Distribuição por faixa etária

Considerando os casos confirmados desde o início dessa epidemia (em 24 de novembro) até o momento, temos que 61% deles estão concentrados na faixa etária de 16 a 45 anos, mas observa-se a ocorrência de doença em todas as idades, inclusive nas crianças, conforme podemos verificar abaixo:

 

FAIXA ETÁRIA

FREQUÊNCIA

PORCENTAGEM

% ACUMULADA

< 1 ANO

3

0,5

0,5

1 A 4 ANOS

22

3,8

4,3

5 A 15 ANOS

92

15,7

20,0

16 A 25 ANOS

117

20,0

40,0

26 A 45 ANOS

240

41,0

81,0

46 A 60 ANOS

71

12,0

93,0

> 60 ANOS

23

3,9

96,9

IGNORADA

18

3,1

100

TOTAL

586

100

100

Fonte: SINANw/CoViSA (atualizados em 07/03/2002 )

 

Distribuição por sexo

Analisando-se o mesmo período dos casos citados acima, observa-se que é praticamente semelhante a distribuição dos casos pelo sexo, assim temos 51,2% no sexo feminino e 48,3% no sexo masculino (temos 03 casos com sexo ignorado).

 

CASOS CONFIRMADOS DE DENGUE EM CAMPINAS, 2002 

DISTRITO RESIDÊNCIA

AUTÓCTONE

COEF. INCID.

IMPORTADO

EM INVESTIGAÇÃO

TOTAL

COEF. INCID.

NORTE

25

14,79

30

13

68

40,23

SUL

277

120,92

10

18

305

133,15

LESTE

17

7,59

33

1

51

22,76

SUDOESTE

27

12,67

15

9

51

23,93

NOROESTE

50

32,97

18

1

69

45,5

CAMPINAS

396

40,93

106

42

544

56,22

FONTE:SINANw/CoViSA (dados preliminares atualizado em 12/03/02) 
*Coef.Incid.por 100.000 habitantes.

Observa-se nas últimas semanas um crescimento importante de casos no Distrito Noroeste, principalmente na área de abrangência do CS Pedro de Aquino no bairro Jardim Novo Campos Elíseos.                            

BIP VIGILÂNCIA 24 HORAS 0800.55.42.42 CÓD 11.30.01
CoViSA, 14/03/2002

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