Com
as novas notificações,
sobe para
sete o número
de ocorrências
em 2005
Denize Assis
A
Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta
sexta-feira, dia 11 de março, mais três casos de
leptospirose, o que eleva para sete o número de ocorrências
no município este ano. Outras quatro notificações já
haviam sido confirmadas em 1 de março. Os casos novos
referem-se a moradores do Jardim Paranapanema (Região
Sul), Jardim Belmonte (Leste) e Jardim Aeroporto
(Sudoeste).
Todos
foram diagnosticados como suspeitos de leptospirose entre
o final de janeiro e o início de fevereiro, receberam
tratamento e passam bem. O morador do Paranapanema
contraiu a doença em outra cidade. Portanto, é
considerado como caso importado. Em 2004, nos dois
primeiros meses do ano, a Vigilância em Saúde (Visa) de
Campinas confirmou três casos da doença. No ano de 2003,
sete ocorrências foram notificadas no igual período.
A
leptospirose é causada pela bactéria leptospira,
transmitida ao homem principalmente pela urina do rato. A
bactéria é eliminada no meio ambiente e pode sobreviver
em locais úmidos, como lama, água e margens de córregos.
A doença - para a qual é esperada uma letalidade entre
9% e 20%, conforme a gravidade do caso e as condições de
assistência - é considerada como importante problema de
saúde pública.
De acordo
com o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, da Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas, a leptospirose ocorre
durante todos os meses do ano. "Mas a maior incidência
de casos acontece nos meses de verão pois, com as chuvas,
os ratos saem mais de seus abrigos e as pessoas ficam mais
expostas ao contato com a bactéria, devido às enchentes
ou alagamentos", diz Vicente.
O
sanitarista informa que a infecção também pode se dar
por meio da ingestão de alimentos, medicamentos e da água
de beber contaminados. Outro fator de risco, segundo
Vicente, é a presença de roedores. "Além disto, em
Campinas, têm sido confirmados casos em que a infecção
provavelmente aconteceu durante atividade de lazer ou
trabalho", afirma.
Após ser
infectado, o homem pode manifestar os sintomas da
leptospirose num prazo de 7 a 14 dias. Os sintomas da doença
podem ser inespecíficos, com febre e dores no corpo e
cefaléia (dor de cabeça), dor na panturrilha (barriga da
perna) ou, nas formas mais graves que inclui a ictérico-hemorrágica,
o paciente pode apresentar, além do quadro já descrito,
icterícia (coloração amarelada da pele), calafrios,
diminuição da urina, fraqueza e hemorragias na pele e
olhos.
"Ao apresentar sintomas, principalmente se tiver se
exposto a risco para a leptospirose como ter entrado em
contato com enchente ou alagamento, a pessoa deve procurar
rapidamente o centro de saúde de referência para o
bairro onde reside ou - se for à noite no final de semana
ou feriado - o pronto-socorro da sua região", diz o
médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da
Visa de Campinas.