A Secretaria de Saúde de Campinas intensificou
suas ações contra a dengue após a confirmação de
novos casos da doença. Levantamento feito pela
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) revela
que neste verão foram registrados 23 casos, contra 14
no verão de 2005. O mais preocupante é que 13 casos
são considerados autóctones, ou seja, a pessoa foi
infectada pelo mosquito contaminado no próprio município.
No mesmo período em 2005 haviam sido registrados 14
casos, sendo apenas 3 autóctones.
Outro fator considerado importante é que as
pessoas contaminadas estão distribuídos por todas as
regiões da cidade. A região Sudoeste lidera, com
quatro casos, seguida da Norte e Sul, com três casos
cada, a Noroeste com dois casos e a Leste com um .
"Isso demonstra que o vírus da dengue está em
circulação pela cidade", diz a médica
sanitarista Naoko Silveira, da Covisa.
Na região Sudoeste, os quatro casos estão
concentrados no bairro Itatinga, uma região de grande
trânsito de pessoas de outros estados, como
motoristas de caminhões. "Estamos tomando todas
as precauções para não exportar a doença para a
região e o país", diz o médico veterinário Cláudio
Castagna, da Vigilância em Saúde Ambiental do
Distrito de Saúde Sudoeste.
Entre estas medidas está o levantamento e controle
de criadouros, busca ativa de suspeitos com sintomas
em uma área de até nove quarteirões a partir da
residência do contaminado e nebulização dos
quarteirões dos casos positivos, em parceria com a
Sucen.
O levantamento mostrou também um alto índice de
larvas do mosquito Aedes aegypti em
praticamente todos os bairros da cidade. A
maior concentração está no bairro Taquaral e o
prato de vaso de flores aparece como o principal
criadouro positivo.
"Os meses de chuva e calor são mais propícios
à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Também é considerado o grande fluxo e circulação
de pessoas no período de férias e o fato de a cidade
receber estudantes de todas as regiões do País nesta
época do ano", diz Naoko. Dos 23 casos
confirmados de dengue, 10 são importados de Mato
Grosso do Sul, São Félix (CE), Rondônia, Espírito
Santo, Tanabi (SP), Santos (SP) e Uberlândia (MG).
A Vigilância orienta aos profissionais de saúde
para que estejam atentos a pessoas com febre,
acompanhada ou não de outro sintoma como dor de cabeça,
dor no corpo, mal-estar e exantema (manchas vermelhas
na pele). "É necessário que os profissionais
suspeitem, investiguem e notifiquem imediatamente os
casos para que a Vigilância possa ser ágil para
desencadear todas as medidas ambientais e sanitárias
necessárias para evitar a propagação da doença",
afirma.
Segundo Naoko é fundamental a participação de
todos os setores da sociedade nas medidas de combate
ao Aedes aegypti. A expansão da epidemia está
diretamente relacionada às ações de controle,
principalmente as de eliminação de criadouros.