Os
casos de tuberculose (TB) entre portadores do HIV é o
tema principal da campanha que será desenvolvida pela
Prefeitura de Campinas, por intermédio da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), na próxima sexta-feira, dia
24, Dia Mundial da Tuberculose. A associação entre as
duas doenças tem sido um dos maiores problemas para o
controle da TB.
Em
2005, foram registrados 275 novos casos da doença em
Campinas, sendo que 15% estão associados a portadores
de HIV. Deste total, 70% obtiveram cura, enquanto que
apenas 56% dos portadores de HIV tiveram sucesso no
tratamento. Ou seja, enquanto que a taxa de mortalidade
entre os casos de tuberculose gira em torno de 12%,
entre os portadores de HIV o índice sobe para 21%.
"É
um número bastante alto e que deve ser reduzido com o
diagnóstico precoce e o tratamento adequado", diz
a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
Segundo
ela, o município avançou na luta contra a doença nos
últimos anos. Houve melhora na taxa de cura, ampliação
da cobertura do tratamento supervisionado e melhora do
diagnóstico de co-infecção pelo HIV entre pacientes
com tuberculose.
"Os
desafios ainda são muitos e entre as metas da
Secretaria Municipal de Saúde está a busca ativa de
casos, ampliar o tratamento supervisionado, diminuir o
abandono do tratamento, melhorar a taxa de cura, ampliar
o controle da tuberculose nos presídios e aprimorar o
sistema de informações", diz Carmo Ferreira.
De
acordo com a sanitarista, o controle da tuberculose é
uma das prioridades da Secretaria de Saúde de Campinas,
que atua em conjunto com os Programas Nacional e
Estadual de Controle da Tuberculose.
Em
Campinas, a campanha de conscientização será
veiculada entre os dias 20 e 24 através de faixas,
cartazes e sessões educativas nas salas de espera dos
centros de saúde. A intenção é chamar a atenção
sobre a doença. Também está previsto para abril um
encontro com gestores para avaliar a situação da TB no
município.
Prioridade
O
combate a tuberculose foi incluído entre as prioridades
da Organização Mundial da Saúde, cujo projeto é
erradica-la até 2050. A tuberculose atinge hoje um terço
da população mundial, com cerca de 8 milhões de casos
novos a cada ano, o que significa 23 mil doentes
detectados por dia. São 2 milhões de mortes por ano, 5
mil mortes a cada dia, uma morte a cada 15 segundos.
O
Brasil está entre os 20 países com maior carga da doença,
onde são notificados cerca de 80 mil casos novos por
ano, sendo 17 mil deles no estado de São Paulo. O
estado comporta também um taxa média anual de mil óbitos
provocados pela TB. No entanto, a taxa de cura vem
aumentando. Há cinco anos não passava de 70% e hoje
está em 78%. Porém, para interromper a cadeia de
transmissão e controlar a doença é necessário que
sejam curados pelo menos 85% dos doentes.
Sintomas
A
tuberculose é uma doença grave, transmitida pelo
paciente ao falar, espirrar ou tossir, por meio das
gotas de secreção respiratória que se propagam pelo
ar. Causada por um microorganismo, o bacilo de Koch,
cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis,
a enfermidade pode atingir todos os órgãos do corpo,
em especial os pulmões. O tratamento, que dura seis
meses, é fornecido pela rede pública de saúde e não
pode ser abandonado em hipótese alguma.
O
sintoma mais freqüente da tuberculose é a tosse,
muitas vezes acompanhada de escarro. Também pode surgir
febre baixa, geralmente no final da tarde, fraqueza no
corpo, perda de apetite, dores no peito e nas costas,
suores noturnos e, às vezes, escarro com sangue.
A
orientação para a população é que procure o centro
de saúde ao apresentar tosse há mais de três semanas.