O Centro de Referência (CR) do Programa Municipal (PM) de
Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids de Campinas
foi sede, na noite desta segunda-feira, dia 27 de maço de
2006, de um encontro para realização de três palestras
oferecidas a trabalhadores, parceiros e usuários da
unidade da Secretaria Municipal de Saúde. O evento foi
realizado através da organização não-governamental
(ong) Population Council, que desenvolve trabalhos de
pesquisa no Brasil.
No
encontro, foram apresentados dados parciais das pesquisas
e os métodos utilizados para a realização dos estudos.
Além dos trabalhadores, usuários e parceiros, o encontro
contou com a participação de integrantes da sociedade
civil organizada, como a ong Identidade, ligada à
cidadania de lésbicas, gays, travestis, transexuais e
bissexuais (LGTB), e participante do Fórum de ONGs-Aids
da Cidade de Campinas.
"Aceitabilidade
e aderência ao uso do microbicidas retais", foi o
tema da palestra do pesquisador Alex Carballo-Diéguez e
"Bareback e a Internet: A nova fronteira na prevenção
de HIV entre HSH", foi a palestra do pesquisador Ivan
Balan. Os temas estão relacionados a seus trabalhos de
pesquisa desenvolvidos por meio do Centro de Estudos Clínicos
e Comportamentais do Instituto de Psiquiatria de Nova York
e da Universidade de Columbia.
Já
o coordenador da ONG Nexo, Rubén Morone, fez a apresentação
do "Projeto Buenos Aires", que visa acessar
fatores sócio-culturais, cognitivos, emocionais e
contextuais relacionados a comportamentos sexuais de risco
para HIV na população de homens que fazem sexo com
homens (HSHs). O evento foi realizado entre 19h e 21h.
Para
o coordenador do núcleo de Assistência do Centro de
Referência DST/Aids de Campinas, Vicente Pisani Neto, médico
sanitarista, a importância da realização das palestras
é de agregar mais conhecimento, tanto para os trabalhos
na área de assistência, como prevenção. "É muito
importante para a nossa atuação um processo de educação
como este", disse o médico.
Para
o coordenador do Centro de Referência de Gays, Lésbicas,
Travestis, Transexuais e Bissexuais de Campinas (GLTTB),
Paulo Reis, a importância dos estudos realizados pelos
palestrantes e cujas conclusões começam ser apresentadas
está ligada à redução da vulnerabilidade ao HIV e às
DST. "Acho que foi importante porque dá dados e subsídios
para prevenção. São estudos mais próximos da
realidade", disse.
"Creio
que é importante que se fale sobre a diversidade sexual e
desejo sexual, e não somente sobre orientação sexual,
pois a comunidade heterossexual e bissexual também aponta
problemas com relação à transmissão do HIV e doenças
sexualmente transmissíveis", disse o Marone. Para
ele, a discussão sobre temas "nem sempre
discutidos" pode dar a falsa impressão de que a
aids, o HIV e as DST não têm incidência sobre
heterossexuais e bissexuais.
O
pesquisador Balan destacou o fato de o bareback ser uma prática
que ocorre em diversos países. "Com este estudo nós
notamos entre os pesquisados pessoas que não têm a intenção
de transmitir a alguém o vírus HIV ou alguma doença e
de pessoas que praticam o bareback e não tem intenção
de receber o vírus", disse.
Carballo-Diéguez,
que foi o primeiro palestrante da noite, destacou a
possibilidade de os estudos serem utilizados por serviços
públicos como o Centro de Referência. "É nossa função
informar sobre os trabalhos que estão sendo realizados em
diversas regiões do mundo e que, eventualmente, poderão
estar sendo empregados aqui", afirmou.
O
Centro de Referência DST/Aids realiza testes de aids e
tratamento às pessoas vivendo com HIV/Aids. Para saber
mais sobre o teste, retirada e uso de camisinhas, a população
pode informar-se pelo telefone (19) 3236 – 3711 e para
saber mais sobre tratamento, o telefone é o (19) 3234 –
5000. O Centro de Referência funciona de segunda a
sexta-feira, sempre nos dias úteis, das 7h às 20h e está
localizado à rua Regente Feijó, número 637, no Centro.
O
uso de camisinhas em todas as relações sexuais é a
forma mais eficiente de prevenção ao HIV e às DST por
via sexual. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico,
melhor poderá ser o tratamento às pessoas que vivem com
HIV/aids. Todo o atendimento é de graça. O centro de
Referência é uma unidade do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Mais
informações à Imprensa:
(19) 3234 – 5000
ramal 220, com Eli Fernandes.