Campinas atinge índices acima de 93% de Cobertura para todas as vacinas do calendário do MS

13/03/2008

Autor: Denize Assis

Campinas conta com um bom programa de imunização. Os dados, divulgados na terça-feira, dia 11, pela Secretaria Municipal de Saúde durante Seminário de Imunização, apontam coberturas acima de 93% para todas as vacinas do calendário oficial do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde – contra tuberculose (97%), hepatite B (93,5%), poliomielite (98,8%), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola 94%), DPT (coqueluche, difteria e tétano 97,7%) e haemóphilus influenzae B (94,9%).

“A pesquisa mostra que Campinas tem um programa de imunização universal, de acesso a toda população”, afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal.

O estudo, realizado nas cinco regiões do município no final de 2007, segue um padrão de pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS). Novecentas e sessenta crianças nascidas em 2005 foram avaliadas em 150 lugares da cidade. Mais de 50 profissionais, entre pesquisadores, supervisores, motoristas e coordenadores, estiveram envolvidos no processo.

A pesquisa foi uma iniciativa da Vigilância em Saúde de Campinas e coincidiu com um outro estudo com a mesma metodologia promovido pelo Ministério da Saúde em 26 capitais e no Distrito Federal.

“Certamente Campinas vai se destacar como um dos municípios com a melhor cobertura vacinal no País”, disse o médico sanitarista e epidemiologista do Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag), do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, José Cássio de Moraes. O Cealag coordenou as pesquisas. Cássio ressaltou que o Programa Nacional de Imunização é um dos maiores êxitos do sistema público de saúde brasileiro.

Desafios. Apesar da boa notícia, ainda é preciso avançar. Entre os desafios a serem superados constam: melhorar a cobertura na região norte da cidade, que apresentou índices entre 5% e 7% abaixo da média de imunização da cidade, e ampliar a vacinação contra a hepatite B no município como um todo.

“Os resultados são bons, mas os desafios ainda são muitos. A cobertura da hepatite B tem que ser refletida. As estratégias para alcançar a homogeneidade em todas as regiões também. Todos os gestores têm que se envolver. O programa está oferecido, o acesso é bom, mas temos que aprimorar nosso trabalho e assegurar que todas as crianças estejam vacinadas adequadamente em todas as regiões da cidade, evitando a constituição de grupos de pessoas não protegidas contra doenças que podem ser evitadas através de vacinas”, disse o secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.

Esta foi a primeira vez que Campinas realizou uma pesquisa de vacinação. A cobertura vacinal em Campinas, como em todos municípios brasileiros, é calculada com base em dados administrativos registrados pelas unidades básicas de saúde em relação às doses aplicadas e levando em conta a população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na avaliação da Secretaria de Saúde, esses dados apresentam limitações e podem estar sujeitos a distorções de registro, imprecisões na estimativa de população alvo e outros erros. Foi o que mostrou a pesquisa já que os resultados diferem das estatísticas anteriores da Vigilância em Saúde municipal e do Ministério da Saúde. A meta é realizar uma nova pesquisa daqui a dois anos em Campinas.

Volta ao índice de notícias