Autor: Laura Gonçalves
Cães e crianças, uma receita infalível para qualquer tratamento. E essa
combinação de alegria e divertimento está trazendo resultados para a
Pediatria do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (HMMG). Há mais de um ano,
o projeto “Criança e Cão em Ação”, uma parceria entre o hospital e a
Organização Não Governamental Ateac, promove nas tardes de todas as
quintas-feiras atividades de terapia assistida por animais.
Pioneiro no Interior do Estado a abrir as portas para cães que ajudam na
recuperação das crianças, o HMMG vem colhendo frutos com a ‘terapia
canina’. “As crianças captam a afetividade do animal e essa sensação faz
muito bem e ajuda no tratamento. Este momento de alegria e descontração é
muito positivo”, afirma a coordenadora da enfermaria pediátrica, Dra.
Sílvia Benvenuti.
Com a implantação do projeto no Hospital, por mês cerca de 100 crianças e
acompanhantes teem contato com os bichos. “Os cães distraem todos que
estão aqui e não somente as crianças. A intenção é quebrar a rotina do
hospital e tirar o foco da doença. É um momento para relaxar”, explica a
coordenadora Técnica da Ateac, Lívia Ribeiro.
Nesta quinta-feira, dia 5 de março, as Goldens Retriever Tequila e Sol e a
Poodle Mila foram as estrelas principais do “Criança e Cão em Ação”. A
cadela Tequila, de 3 anos, chamou a atenção dos pequeninos e das mães e
fez sucesso por onde passou.“Gostei! Achei muito bacana”, disse Walisson
Fabiano Januário Ever, de 7 anos, que começou a brincar com timidez, mas
em poucos minutos não queria desgrudar de Tequila. Para a mãe do menino,
Érica Januário, o trabalho é excelente e só traz benefícios.
A comerciante Jaqueline Cardoso, mãe de Kayke Vinícius, de 4 anos, também
aprova a iniciativa. “Meu filho adora cachorro e isso já traz mais
felicidade para ele. É um projeto muito bom”, enfatizou. Com sorriso no
rosto, o pequeno Kayke passeou bastante pelos corredores da pediatria com
Tequila e garantiu que “ela é muito boazinha”.
Já a pequena Ana Júlia Monteiro, 5 anos, gostou mesmo da cadela Sol e
Lucas Henrique Rodrigues, de 8 anos, brincou com Sol e com Mila. “Adoro os
cachorros. Tenho dois em casa”, falou Ana Júlia.
“Quando o projeto começou, os pais das crianças da semi-intensiva ficavam
um pouco receosos, mas isso mudou. Os cães ajudam a descontrair e ainda há
a parte que desperta o tato e o lúdico”, afirmou a auxiliar de enfermagem,
Rita de Cássia Oliveira.
Há cerca de dois anos na semi-intensiva, a pequena Lidiana Serrano, de 4
anos, se anima ao ver os cães. “Minha filha fica muito contente no dia da
visita. Ela tem um pouco de medo dos cachorros grandes, mas adora os
pequenos. A gente vê que a criança melhora”, falou a mãe Luzinette.
Visita
As visitas são realizadas todas as quintas-feiras, das 14 às 15 horas.
“Ver o sorriso no rosto das crianças quando elas olham para os bichinhos é
muito gratificante. Visitar essas crianças é uma coisa incrível”, garante
a voluntária da ONG, Kátia Melo.
Antes de entrarem no hospital, os cães passam por um rigoroso processo de
higienização, conforme normas da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH). "No dia da visita eles tomam banho com clorexidina e,
pouco antes da visita, limpamos as patas com um loção mais concentrada do
antiséptico”, explicam as voluntárias Kátia e Lívia.
Os animais também passam periodicamente por exames de saúde e são
vermifugados com regularidade. “Além do cuidado com os animais, tambémtomamos atenção com nossos voluntários que sempre passa por treinamento”,
finaliza a coordenadora técnica da Ateac.