Saúde inicia oficinas para capacitar técnicos de farmácia para a rede

01/03/2010

Autor: Marco Aurélio Capitão

Teve início nesta quinta-feira, 25, em Campinas, o primeiro de uma série de três encontros que compõem a Oficina de Acolhimento e Capacitação de Técnicos de Farmácia. O treinamento, realizado numa parceria entre a área técnica de Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde (Cets), tem carga horária de 24 horas e objetiva adequar o trabalho de cerca de trinta profissionais de farmácia recém contratados pela Prefeitura à rotina das unidades municipais de saúde.

Outros dois encontros, marcados para os dias 4 e 10 de março, completam a carga horária desse curso que a Secretaria de Saúde também chama de “processo de acolhimento”. As aulas estão sendo ministradas por farmacêuticos da rede municipal de saúde e profissionais do Cets.

Maria Elisa Amaral Bertonha, coordenadora da Assistência Farmacêutica da SMS, explica que os profissionais foram admitidos por meio de processo seletivo que envolveu prova escrita de conhecimento técnico e atividades práticas na área de informática. “Vamos dar um salto de qualidade no atendimento à população, pois a equipe contratada terá um reforço nos conhecimentos técnicos e, sobretudo, está sendo treinada para desempenhar um atendimento humanizado em suas unidades”, enfatiza Maria Elisa.

Segundo explica a coordenadora, os profissionais serão preparados para esclarecer, dar informações e atuar de acordo com as políticas nacional e municipal de medicamentos. “Isso quer dizer que esse técnico vai estar apto para realizar a dispensação, isto é, fornecer o medicamento e orientar o paciente sobre o uso correto, as interações medicamentosas, prazos de validade, cálculo das doses, entre outros esclarecimentos”, esclarece.

A coordenadora lembra que cabe também a esses profissionais, entre outros afazeres, atentar para o controle e planejamento de estoque dos medicamentos, cuidar do armazenamento e da limpeza das prateleiras, bem como se responsabilizar pela organização dos cadastros de pacientes que utilizam medicamentos e materiais de forma contínua, como acamados e dependentes de insulina, por exemplo.

Aprovação

O primeiro dos três encontros que compõem a Oficina de Acolhimento e Capacitação de Técnicos em Farmácia atendeu as expectativas dos participantes. A aula desta quinta, 25, foi realizada durante os períodos da manhã e da tarde e ministrada pelas sociólogas sanitaristas Heloísa Beartotti Pires e Nayara Lucia de Oliveira, que atuam no Cets. O tema do primeiro encontro foi o Sistema Único de Saúde (SUS), sua concepção, história, e organização tanto em nível nacional como municipal.

“Estou gostando muito porque esse processo educativo vai permitir que eu amplie meus conhecimentos e possa extrapolar minha atuação para além do balcão da farmácia de unidade pública de saúde em que atualmente trabalho”, disse a aluna Monique Toenjes, do Centro de Saúde de Jardim Esmeraldina, localizado na área do Distrito de Saúde Sul. Para ela, uma das questões mais importantes do curso promovido pela SMS e pelo Cets está relacionada à possibilidade de atuar em rede, com trocas de experiências e cooperação mútua entre as diferentes unidades do SUS Campinas.

Outra aluna, Camila de Cássia Silva Abreu, que atua no Pronto Atendimento (PA) do Jardim São José há um ano e três meses, revelou que tinha uma impressão equivocada sobre o que seria um processo educativo e de acolhimento no Sistema Único de Saúde. “Gostei muito de como aas discussões foram abordadas, principalmente as relacionadas aos fatores políticos, de organização e de entendimento dos direitos da população. Não vejo a hora de colocar isso em prática no atendimento, no cotidiano, nas relações com a equipe”, disse a técnica de farmácia.

Há um mês e meio no Centro de Saúde do Distrito de Joaquim Egídio, Vera Lúcia Almeida Miranda, também aluna da Oficina de Acolhimento e Capacitação de Técnicos de Farmácia, disse ter gostado principalmente da possibilidade de interação com demais participantes, não só durante a aula, mas na rotina de trabalho. Cada vez mais, segundo ela, o profissional da saúde pública deve ser incentivado e estimulado a trabalhar em equipe. “Esta, para mim, foi a tônica deste encontro”, disse a aluna no final da manhã, após o término do primeiro período da aula.

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