Campinas promove 1ª Semana Municipal de Fitoterapia

10/04/2003

Tradição e Saúde é o tema do evento, que acontece de segunda-feira a quarta-feira. Saúde lança a Botica da Família, que permitirá ao município garantir o cultivo de plantas e a produção e fornecimento de medicamentos

A Prefeitura de Campinas promove de 14 a 16 de abril a 1a Semana Municipal de Fitoterapia – Tradição e Saúde. O objetivo é divulgar os fitoterápicos – medicamentos à base de plantas medicinais – para as equipes de saúde e para a população. Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde já disponibiliza 12 medicamentos extraídos de plantas nas suas unidades. E a idéia é ampliar este número.

A abertura da semana acontece na segunda-feira, às 13h30, no Salão Vermelho da Prefeitura, avenida Anchieta, 200. Além das palestras, a evento terá apresentação de corais e danças e exposição de ikebana e plantas medicinais.

A médica Eloísa Cavassani Pimentel, responsável pela Fitoterapia em Campinas, diz que, além de divulgar a fitomedicina, a Secretaria de Saúde pretende informar e sensibilizar profissionais e cidadãos quanto ao valor preventivo e terapêutico da fitoterapia.

"Ampliar a fitomedicina na rede pública faz parte do programa de saúde Paidéia, que também tem como diretriz oferecer mais possibilidades para a população e estimular o auto-cuidado", diz.

Durante a semana, a Secretaria de Saúde lança a Botica da Família, uma farmácia que tem como objetivo garantir fornecimento contínuo e qualidade em todo processo de elaboração dos fitoterápicos. Para garantir o abastecimento das espécies, a Prefeitura estabeleceu parceria com o Serviço de Saúde Cândido Ferreira. Os usuários do serviço, por meio das oficinas agrícolas, vão plantar e fornecer as plantas medicinais para a Botica.

Na segunda-feira, 14, o evento contará com a presença de Kaká Werá Jecupé, do Instituto Arapoty, em Itapecerica da Serra. Ele fará uma palestra sobre as Plantas Medicinais na Aldeia do Saber.

Na terça-feira, 15, a enfermeira pediatra Anne Lima, da Escola Wardolf Rudolf Steiner, vai falar sobre As terapias externas na abordagem da medicina antroposófica. O agrônomo Walter Raamés Accorsi, professor da Esalq, vai fazer uma palestra sobre sua experiência com 70 anos de vivência com plantas medicinais.

Na quarta-feira, 16, o técnico agrícola Valdemar Antônio Pulito, do Cândido Ferreira, faz palestra com o tema Cultivo orgânico de plantas medicinais: uma inclusão social. A psicóloga Cláudia Azevedo fala sobre O jardim como ambiente terapêutico: a experiência do projeto Plantando Sonhos.

Ainda na quarta, haverá palestra da Irmã Maria Marli Simões, sobre recursos naturais para a saúde. A fitoterapia na clínica médica será abordada por Luís Antônio Batista da Costa, médico especialista em fitoterapia. A socióloga Eliana Rodrigues fala sobre O uso de plantas medicinais em comunidades tradicionais. E a última palestra será com o agrônomo Lin Chau Ming, da Unesp, que vai abordar o tema Etnobotânica de plantas medicinais.

Maiores informações sobre a Semana de Fitoterapia podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Saúde, no 11º andar da Prefeitura, com Eloísa Pimentel, ou pelo endereço praticascomplementares@campinas.sp.gov.br e também no portal da Prefeitura www.campinas.sp.gov.br ou no portal da Secretaria de Saúde www.campinas.sp.gov.br/saude. O evento é gratuito e dispensa inscrição prévia. As palestras ocorrem no Salão Vermelho da Prefeitura e as apresentações culturais no saguão do Paço.

A organização do evento é da Secretaria Municipal de Saúde, Serviço de Saúde Cândido Ferreira, CPQBA-Unicamp, IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e Puccamp (Pontifícia Universidade Católica de Campinas). A Semana também tem parceria da Ceasa (Centrais de Abastecimento) de Campinas, do Departamento de Parques e Jardins e das Secretarias Municipais de Educação, Assistência, Cultura e Esportes e Turismo. Colaboraram a ONG (Organização não Governamental) Ideais, Unipaz, Comissão Arquidiocesana de Pastoral da Saúde, Cati, Instituto Babá Toloji e o Gabinete da vereadora Teresinha.

Uso milenar - A utilização de plantas medicinais para prevenção e tratamento de doenças é milenar. Há registros da fitoterapia 60 mil anos atrás. Outros países, como a Alemanha, equiparam esses medicamentos aos alopatas. No Brasil, o Ministério da Saúde acaba de publicar uma resolução para que os fitoterápicos ganhem mais segurança e maior credibilidade.

A resolução, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), define as categorias de fitoterápicos e tem como objetivo garantir qualidade científica aos remédios extraídos das plantas. A resolução também amplia de 13 para 30 o número de plantas consideradas de uso medicinal.

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