Casos envolvendo silicone subiram para 23

27/04/2004

Em dez pacientes a infecção foi causada pela mesma bactéria. 
O prontuário de
outras 13 está sendo analisado

As notificações de pacientes que apresentaram infecção bacteriana após terem se submetido a cirurgias plásticas para implantes mamários de silicone subiu para 10 segundo informou a Vigilância em Saúde de Campinas nesta terça-feira, 27 de abril. Estes são casos em que foi comprovada a presença de Mycobacterium fortutitum, que causa infecção localizada.

Também estão sendo investigados os prontuários de outras 13 pessoas que tiveram os mesmos sintomas. As cirurgias foram realizadas em hospitais diferentes e os primeiros casos foram notificados no início de abril. Os sintomas da infecção são vermelhidão e calor no local da cirurgia e secreção. A pessoa pode apresentar febre. Para tratar a infecção é necessário uma nova cirurgia para retirar as próteses.

"Os novos registros ocorreram em função do nosso trabalho de busca ativa de casos e da divulgação feita pelos meios de comunicação. Estamos recebendo muitas solicitações de usuárias, por telefone, inclusive para esclarecer dúvidas", afirma o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, responsável pela Vigilância em Saúde de Campinas.

Para descobrir a fonte de contaminação que causou o surto, a Secretaria de Saúde está investigando os prontuários médicos de todas as pacientes submetidas ao implante mamário, documentos de controle de infecção hospitalar e técnicas de esterilização das clínicas e hospitais e os produtos utilizados (próteses e medidores).

De acordo com a Vigilância, a causa mais provável é que a contaminação tenha ocorrido pelo uso dos medidores, que são reutilizáveis. O medidor é um molde usado para simular o resultado estético da cirurgia. Depois de checar o tamanho adequado, o medidor é retirado e esterilizado e pode ser utilizado em outra cirurgia.

Vicente informa que é de fundamental importância que os profissionais de saúde estejam atentos a todas as informações preconizadas pelo fabricante dos medidores e das próteses, principalmente as instruções de uso e possíveis efeitos colaterais que possam decorrer da utilização de tais produtos.

Se houver necessidade de notificar qualquer problema ou desvio de qualidade sobre estes ou quaisquer outros produtos para a saúde, equipamentos médicos e kits o profissional pode entrar em contato com a Vigilância em Saúde do município e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As próteses e os medidores de implante relacionados às ocorrências foram fabricadas pela Silimed, com sede no Rio de Janeiro, e vendidas pela Ortonal, representante da empresa em Campinas. A Vigilância Sanitária interditou cerca de 300 itens da mesma marca e suspendeu o funcionamento do revendedor.

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