Em
dez pacientes a
infecção foi causada pela
mesma bactéria.
O prontuário de outras
13 está sendo
analisado
As notificações
de pacientes que apresentaram infecção bacteriana após
terem se submetido a cirurgias plásticas para implantes mamários
de silicone subiu para 10 segundo informou a Vigilância em
Saúde de Campinas nesta terça-feira, 27 de abril. Estes são
casos em que foi comprovada a presença de Mycobacterium
fortutitum, que causa infecção localizada.
Também estão
sendo investigados os prontuários de outras 13 pessoas que
tiveram os mesmos sintomas. As cirurgias foram realizadas em
hospitais diferentes e os primeiros casos foram notificados
no início de abril. Os sintomas da infecção são
vermelhidão e calor no local da cirurgia e secreção. A
pessoa pode apresentar febre. Para tratar a infecção é
necessário uma nova cirurgia para retirar as próteses.
"Os
novos registros ocorreram em função do nosso trabalho de
busca ativa de casos e da divulgação feita pelos meios de
comunicação. Estamos recebendo muitas solicitações de
usuárias, por telefone, inclusive para esclarecer dúvidas",
afirma o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, responsável
pela Vigilância em Saúde de Campinas.
Para
descobrir a fonte de contaminação que causou o surto, a
Secretaria de Saúde está investigando os prontuários médicos
de todas as pacientes submetidas ao implante mamário,
documentos de controle de infecção hospitalar e técnicas
de esterilização das clínicas e hospitais e os produtos
utilizados (próteses e medidores).
De acordo
com a Vigilância, a causa mais provável é que a contaminação
tenha ocorrido pelo uso dos medidores, que são reutilizáveis.
O medidor é um molde usado para simular o resultado estético
da cirurgia. Depois de checar o tamanho adequado, o medidor
é retirado e esterilizado e pode ser utilizado em outra
cirurgia.
Vicente
informa que é de fundamental importância que os
profissionais de saúde estejam atentos a todas as informações
preconizadas pelo fabricante dos medidores e das próteses,
principalmente as instruções de uso e possíveis efeitos
colaterais que possam decorrer da utilização de tais
produtos.
Se houver
necessidade de notificar qualquer problema ou desvio de
qualidade sobre estes ou quaisquer outros produtos para a saúde,
equipamentos médicos e kits o profissional pode entrar em
contato com a Vigilância em Saúde do município e a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As próteses
e os medidores de implante relacionados às ocorrências
foram fabricadas pela Silimed, com sede no Rio de Janeiro, e
vendidas pela Ortonal, representante da empresa em Campinas.
A Vigilância Sanitária interditou cerca de 300 itens da
mesma marca e suspendeu o funcionamento do revendedor.