Seminário vai discutir e propor medidas para reduzir mortes de mães e bebês

18/04/2005

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta terça-feira, dia 19 de abril, das 8h30 às 12h, no Ceprocamp, o I Seminário Municipal de Mortalidade Materno Infantil. Direcionado a gestores e técnicos das vigilâncias em saúde dos níveis regional e local, o evento tem como objetivo discutir a atual situação da mortalidade materna e neonatal no município e propor medidas para reduzir índices de óbitos de mulheres e de bebês, a partir da identificação dos fatores de risco e da melhoria da qualidade da assistência.

O seminário atende a estratégia prevista no Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, firmado entre União, estados, municípios e sociedade civil em 2004. O pacto estabeleceu um conjunto de ações para reduzir em 15%, até 2006, os atuais índices de mortes de mulheres e de bebês com até 28 dias de vida. Em 2015, a meta é atingir uma redução de 75% desses índices.

Dados de 2004 da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas apontam que 7 mulheres morreram em hospitais da cidade por complicações na gravidez, no parto, no pós-parto ou em decorrência de abortos. O número constitui taxa de mortalidade materna de 35,8 por 100 mil nascidos vivos. Em relação aos bebês, em 2004, ocorreram 154 óbitos em crianças com menos de 1 ano de vida e 122 óbitos fetais – aqueles em que o bebê já nasce morto -, o que dá uma taxa de mortalidade infantil de 11 por mil nascidos vivos.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa de Campinas, as ações estratégicas para o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal estão voltadas ao planejamento familiar, à atenção ao pré-natal, ao parto e ao pós-parto, às urgências/emergências maternas e neonatais, ao aborto previsto em lei (e às complicações devido ao aborto inseguro) e à vigilância do óbito.

"Também reforçam o atendimento ao recém-nascido, a promoção do aleitamento materno e a atenção à gestante HIV positivo e ao seu recém-nascido, assim como às mulheres vítimas de violência sexual e doméstica", diz a sanitarista.

A enfermeira afirma que o município avançou nos últimos anos em relação à política de investigação do óbito materno e neonatal. A Secretaria de Saúde instituiu o Comitê Municipal de Prevenção ao Óbito Materno/Infantil, que tem caráter educativo, e melhorou o conhecimento das circunstâncias de ocorrência de óbitos, identificando os fatores de risco.

"O desafio agora é estabelecer medidas que tenham impacto na redução da mortalidade. E o principal objetivo do seminário é justamente discutir estas medidas, sendo que uma das propostas é introduzir a ficha de investigação do óbito infantil do Ministério da Saúde e, assim como já ocorre com o óbito materno, encaminhar para o comitê para análise e conclusão dos casos", diz Carmo Ferreira.

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