Denize
Assis
A
Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta terça-feira,
dia 19 de abril, das 8h30 às 12h, no Ceprocamp, o I Seminário
Municipal de Mortalidade Materno Infantil. Direcionado a
gestores e técnicos das vigilâncias em saúde dos níveis
regional e local, o evento tem como objetivo discutir a
atual situação da mortalidade materna e neonatal no
município e propor medidas para reduzir índices de óbitos
de mulheres e de bebês, a partir da identificação dos
fatores de risco e da melhoria da qualidade da assistência.
O seminário
atende a estratégia prevista no Pacto Nacional pela Redução
da Mortalidade Materna e Neonatal, firmado entre União,
estados, municípios e sociedade civil em 2004. O pacto
estabeleceu um conjunto de ações para reduzir em 15%, até
2006, os atuais índices de mortes de mulheres e de bebês
com até 28 dias de vida. Em 2015, a meta é atingir uma
redução de 75% desses índices.
Dados de
2004 da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas apontam
que 7 mulheres morreram em hospitais da cidade por
complicações na gravidez, no parto, no pós-parto ou em
decorrência de abortos. O número constitui taxa de
mortalidade materna de 35,8 por 100 mil nascidos vivos. Em
relação aos bebês, em 2004, ocorreram 154 óbitos em
crianças com menos de 1 ano de vida e 122 óbitos fetais
– aqueles em que o bebê já nasce morto -, o que dá
uma taxa de mortalidade infantil de 11 por mil nascidos
vivos.
Segundo a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa de
Campinas, as ações estratégicas para o Pacto Nacional
pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal estão
voltadas ao planejamento familiar, à atenção ao pré-natal,
ao parto e ao pós-parto, às urgências/emergências
maternas e neonatais, ao aborto previsto em lei (e às
complicações devido ao aborto inseguro) e à vigilância
do óbito.
"Também
reforçam o atendimento ao recém-nascido, a promoção do
aleitamento materno e a atenção à gestante HIV positivo
e ao seu recém-nascido, assim como às mulheres vítimas
de violência sexual e doméstica", diz a
sanitarista.
A
enfermeira afirma que o município avançou nos últimos
anos em relação à política de investigação do óbito
materno e neonatal. A Secretaria de Saúde instituiu o
Comitê Municipal de Prevenção ao Óbito
Materno/Infantil, que tem caráter educativo, e melhorou o
conhecimento das circunstâncias de ocorrência de óbitos,
identificando os fatores de risco.
"O
desafio agora é estabelecer medidas que tenham impacto na
redução da mortalidade. E o principal objetivo do seminário
é justamente discutir estas medidas, sendo que uma das
propostas é introduzir a ficha de investigação do óbito
infantil do Ministério da Saúde e, assim como já ocorre
com o óbito materno, encaminhar para o comitê para análise
e conclusão dos casos", diz Carmo Ferreira.