Campinas vai intensificar a ofensiva contra o
Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da
dengue, a partir desta quarta-feira, 18 de abril,
com a ampliação do contingente de profissionais que
atuam em campo. Desde a manhã de hoje, 60 técnicos –
vinte equipes de três – de uma empresa terceirizada
passaram a atuar na aplicação de inseticida, ou
nebulização.
Estas
equipes trabalham de acordo com orientações da
Secretaria de Saúde e da Superintendência do
Controle de Endemias (Sucen). Para isto, os
profissionais foram capacitados com conteúdos
teóricos e práticos. O trabalho teve início pelos
bairros da região sudoeste.
A
partir do dia 23, mais 33 ajudantes de controle
ambiental contratados pela Prefeitura passam a
integrar as equipes de combate ao mosquito. Estes
profissionais executam trabalhos como telagem de
caixas d´água, combate químico ao vetor e outras
ações ambientais como preparação dos imóveis para
nebulização, além de reforçar mutirões de limpeza. A
meta da Prefeitura é contratar ao todo 40 ajudantes
de controle ambiental, no entanto até o momento 33
passaram por exames e estão aptos para a função.
“O
Programa Municipal de Controle da Dengue de Campinas
trabalha com o manejo integrado que é composto por
diversos métodos – retirada mecânica e
inviabilização de criadouros, complementada por
métodos químicos, biológicos e alternativos – que
são recomendados de acordo com cada ambiente e
situação. Neste momento, em que a situação exige
ações mais ampliadas e em curto prazo de tempo, o
reforço das equipes e o aumento da capacidade de
fazer a limpeza da cidade são fundamentais”, diz a
enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da
Secretaria de Saúde.
Assistência. Salma informa que a Secretaria
também tem reforçado as ações no sentido de garantir
assistência adequada aos pacientes e acompanhamento
das formas graves, como a febre hemorrágica da
dengue. Este reforço acontece por meio de
capacitações, atualizações, palestras, reuniões e
distribuição de informes técnicos.
Neste
sentido, no dia 23, acontece a palestra Dengue e
Febre Hemorrágica da Dengue – Fisiopatologia,
clínica e condutas no adulto e na criança. O evento
acontece às 19h30, na Sociedade de Medicina e
Cirurgia de Campinas (SMCC). Não é necessário fazer
inscrição antes.
Os
palestrantes serão o médico sanitarista André
Ricardo Ribas de Freitas, da Covisa, e o médico
pediatra Fernando Belluomini, assistente do
Pronto-Socorro da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
Na
terça-feira, 24, o secretário de Saúde de Campinas,
José Francisco Kerr Saraiva, e técnicos da Covisa
reúnem-se com diretores clínicos dos hospitais
privados e conveniados ao SUS com o objetivo de
chamar a atenção para a conduta dos casos.
Nos
dias 26, às 14h, e 27, às 9h, a Covisa promove a
palestra Dengue e Febre Hemorrágica da Dengue –
Epidemiologia, fisiopatologia, clínica e condutas no
adulto e na criança. O evento ocorre na Associação
dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC). Também
não é preciso fazer inscrição antes.
Os
palestrantes serão a médica sanitarista Naoko da
Silveira, da Covisa, o médico sanitarista André
Ricardo Ribas de Freitas, da Covisa, e o médico
pediatra Fernando Belluomini, assistente do
Pronto-Socorro da Unicamp. Informações sobre as
palestras podem ser obtidas pelo telefone 2116-0233.
Além
do reforço dos trabalhos de campo, com a contratação
de equipes, e das ações de assistência aos
pacientes, a Secretaria de Saúde intensificou as
ações de educação em saúde, comunicação e
mobilização social. O objetivo principal é fazer com
que a população se conscientize da importância da
adoção de medidas para o controle do mosquito, como
não deixar água acumulada e pneus e outros objetos.
“O envolvimento da população é fundamental”, diz
Salma.
Situação da doença. Desde janeiro, Campinas
confirmou 1.841 casos de dengue, sendo 1.321
residentes de Campinas, 365 de outros municípios e
156 ainda estão em investigação quanto ao local de
moradia.
Entre
os casos de moradores de Campinas, foram confirmados
dois casos da forma hemorrágica e há outros doze
prováveis entre os quais um óbito. Os casos
prováveis são aqueles que estão aguardando
confirmação sorológica ou ratificação pelo Centro de
Vigilância Epidemiológica (CVE). Também foram
registrados 11 casos de dengue com complicação, sem
óbitos.
Entre
os casos de moradores de outros municípios atendidos
em Campinas, há dois casos hemorrágicos confirmados,
sendo 1 óbito e três casos prováveis. Também há três
casos de dengue com complicação, sendo 1 óbito.
Salma
informa que esta é a maior epidemia registrada por
Campinas. Segundo a sanitarista, alguns fatores
favoreceram o aumento de casos de dengue este ano na
cidade. Um deles é o reflexo da situação no Estado e
no Brasil, com regiões com grande número de casos. O
aumento também se relaciona à urbanização acelerada
e às mudanças climáticas – períodos quentes muito
prolongados com chuva -, além da intensa utilização
de recipientes de plástico e vidro.
Salma
afirma que o Programa Municipal de Controle da
Dengue de Campinas é executado com rigor técnico,
vontade política e destinação de recursos e passa
por um processo constante de aperfeiçoamento. “As
ações são diárias e ocorrem o ano todo, independente
dos períodos de chuva e calor, com estratégias de
acordo com a situação”, informa.
A
sanitarista reforça, mais uma vez, que é muito
importante que as pessoas se conscientizem de que
combater o mosquito da dengue - além da
responsabilidade dos órgãos governamentais que devem
se encarregar do saneamento básico, abastecimento de
água e de campanhas educativas permanentes - requer
empenho de toda a sociedade, uma vez que o Aedes
aegypti pode encontrar, em cada moradia e
arredores, ambiente propício para sua proliferação.
“Portanto, os cuidados com os locais que
eventualmente possam transformar-se em criadouros
não podem restringir-se aos períodos de chuva e
calor, época de maior incidência da dengue”, diz.
Denize
Assis