A
Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de
Saúde, visitou 1,2 mil domicílios nos bairros Dic
III, Dic IV, Dic V e Parque Vista Alegre, na região
sudoeste, para aplicação de inseticida – nebulização
- nestas quarta-feira e quinta-feira, 18 e 19 de
abril, nos dois primeiros dias da intensificação da
ofensiva contra o Aedes aegypti, mosquito que
transmite o vírus da dengue. Nesta sexta-feira, 20
de abril, a ação acontece nos bairros Eldorado de
Carajás e Chico Mendes.
Além
das casas visitadas para nebulização, outras 800
residências foram trabalhadas hoje no bairro
Eldorado dos Carajás durante um megaarrastão contra
a doença. Os trabalhos incluíram busca ativa de
pessoas com sintomas de dengue, retirada e
inviabilização de criadouros e ações de educação em
saúde, comunicação e mobilização social. As famílias
também foram orientadas sobre como se preparar para
receberem as equipes de nebulização nesta
sexta-feira.
A
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de
Campinas informa que as equipes preparam, na
véspera, a área para a nebulização, com a retirada
de criadouros e a orientação das famílias - as
pessoas têm que ter um tempo para se organizar, já
que a ação exige que o imóvel fique vazio por um
período, entre outras providências.
Segundo a enfermeira sanitarista Salma Rodrigues
Balista, diretora da Covisa, a escolha das áreas que
vão passar por nebulização é feita com base em
critérios técnicos que levam em conta a gravidade da
situação. “Avaliamos o risco em comparação com
outros lugares, considerando áreas com transmissão e
o coeficiente de incidência do local”, diz.
Salma
explica que a nebulização não pode nem deve ser
feita na cidade inteira, indiscriminadamente.
Segundo ela, esta é uma medida usada dentro de um
conjunto de fatores, para interromper a transmissão.
“Não
tem sentido fazer o controle do mosquito baseado no
veneno. Não são todas as áreas que precisam –
somente áreas com transmissão e coeficiente de
incidência alto. Além disso, não há condição
operacional de fazer nebulização numa cidade inteira
com as proporções de Campinas. A escolha das áreas é
feita quase que dia-a-dia, a partir da análise da
ocorrência de casos”, afirma.
A
sanitarista diz que é importante que as pessoas
saibam que o inseticida não é uma ação ‘milagrosa’.
“O mosquito vai se reproduzir novamente se a
latinha, a garrafa e outros objetos com água parada
não forem eliminados”. A nebulização é feita com um
produto da classe dos organofosforados chamado
Malation.
Situação da doença. Desde janeiro, Campinas
confirmou 1.841 casos de dengue, sendo 1.321
residentes de Campinas, 365 de outros municípios e
156 ainda estão em investigação quanto ao local de
moradia.
Entre
os casos de moradores de Campinas, foram confirmados
dois casos da forma hemorrágica e há outros doze
prováveis entre os quais um óbito. Os casos
prováveis são aqueles que estão aguardando
confirmação sorológica ou ratificação pelo Centro de
Vigilância Epidemiológica (CVE). Também foram
registrados 11 casos de dengue com complicação, com
um óbito.
Entre
os casos de moradores de outros municípios atendidos
em Campinas, há dois casos hemorrágicos confirmados,
sendo 1 óbito e três casos prováveis. Também há três
casos de dengue com complicação, entre os quais 1
óbito.
Denize
Assis
Saiba
mais:
Combater a dengue precisa virar um hábito.
O
mosquito da dengue coloca seus ovos em recipientes
com água acumulada. Por isso, confira todo dia se
sua casa tem algum recipiente que possa se
transformar em criadouro do mosquito da dengue:
-
Jogue todos os objetos que não estiverem em uso e
que acumulem água no lixo. Coloque tampinhas de
garrafas, casca de ovo, latinhas, saquinhos
plásticos de cigarro, embalagens plásticas de vidro,
copos descartáveis ou qualquer outro objeto que
possa acumular água em saco plástico, feche bem e
jogue no lixo;
-
Feche bem sacos plásticos e mantenha a lixeira
fechada. Evite acumular lixo e entulho;
-
Mantenha a caixa d’água bem fechada; coloque tela no
respiro.
- Lave
com bucha e sabão tonéis e depósitos de água. Feche
com a tampa própria ou com uma tela;
-
Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez
por semana esfregando as bordas com bucha;
-
Remova as folhas e tudo que impede a água de correr
por calhas de água de chuva;
- Não
use cacos de vidro no muro, eles podem acumular
água. Se usar, enche-os de cimento;
-
Guarde garrafas e baldes vazios de cabeça pra baixo;
-
Evite o uso de pratinhos de vasos de plantas ou de
xaxins, caso seja necessário mantê-los não deixe
água acumulada e lave-os com bucha semanalmente;
- Se
tiver bromélias ou outras plantas que acumulem água
esgote sempre a água ou lave com jato de água as
folhas ou regue duas vezes por semana com solução de
1 colher de sopa de água sanitária diluída em um
litro de água
- Lave
a vasilha de água de seus animais com bucha e sabão
em água corrente, pelo menos duas vezes por semana;
-
Deixe a tampa dos vasos sanitários sempre bem
fechados. Em banheiros pouco usados, dê descarga uma
vez por semana;
- Lave
bem o suporte de garrafões de água mineral na hora
da troca e o suporte do copo diariamente se houver;
-
Entregue seus pneus velhos ao serviço de limpeza
urbana. Caso precise mantê-los, guarde-os em local
coberto;
-
Retire a água acumulada das lajes.