Saúde promove bloqueio químico nas regiões norte e sul neste sábado, dia 2

01/04/2011

Autor: Denize Assis

Campinas registrou 481 casos de pessoas com dengue em 2011, sendo quatro de dengue com complicações e três da forma hemorrágica. Não houve mortes. O número é menor do que o registrado no mesmo período de 2010

A Secretaria de Saúde de Campinas promove neste sábado, dia 2 de abril, bloqueio químico contra a dengue nos bairros Parque Shalon 1 e Bosque de Barão Geraldo, na região norte do município, e no Jardim Nova América, região sul.

A meta é atingir pelo menos 600 imóveis, a maioria endereços residenciais, além de escolas e empresas. A Secretaria vai mobilizar 50 servidores, entre técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e das Vigilâncias em Saúde (Visas) Norte e Sul. No Shalon, há quatro casos confirmados de dengue; no Bosque de Barão Geraldo, seis; e, no Nova América, quatro.

Nos dias que antecedem o bloqueio, as equipes que atuam no controle da dengue vão de casa em casa para informar os moradores sobre como preparar a residência para a ação. Além disso, são promovidos arrastões de criadouros do mosquito para deixar a área adequada para ser trabalhada e melhorar a eficácia do inseticida.

Segundo a Vigilância em Saúde, a nebulização tem o objetivo de interromper a transmissão da doença, mas não é eficiente para eliminar o mosquito, que vai se reproduzir novamente se a latinha, a garrafa e outros objetos com água parada não forem eliminados.

“As pessoas precisam se mobilizar, se envolver na luta contra a dengue e transformar as informações e orientações sobre a doença em novas práticas. Do contrário, qualquer ação se torna pouco eficaz”, comunica a Visa.

Situação da doença. A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou novos números da doença em 2011 nesta sexta-feira, dia 1º de abril. No acumulado do ano, 481 pessoas adoeceram com dengue no município. O número é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, mas acima do esperado para o período. Portanto, os cuidados preventivos devem ser mantidos e intensificados para evitar novos registros da doença.

A região noroeste concentra 145 casos. Em seguida, constam a Sul, com 101, Norte, com 79, Sudoeste, com 77 e leste, com 79. No último balanço, na terça-feira, eram 429.

Entre os 481 casos, quatro foram de dengue com complicações e três da forma hemorrágica. Não houve mortes.

Segundo o médico sanitarista André Ricardo Ribas Freitas, coordenador municipal do Programa de Controle da Dengue, o esperado é que a cidade registre proporção maior de casos graves da doença a cada epidemia.

“Este fenômeno epidemiológico ocorre em todas as regiões que enfrentam sucessivas epidemias por diferentes sorotipos da dengue. A tendência é que as epidemias subseqüentes apresentem proporção maior de casos graves. Isso ocorre porque, como uma parcela cada vez maior da população já se infectou pelo menos uma vez, ao se reinfectar, corre um risco maior de agravamento”, diz.

Segundo André, o percentual de casos de dengue grave para as regiões endêmicas pode chegar a 3% ou 4% de. O sanitarista informa que, para se preparar para esta situação de agravamento, com o objetivo de formar uma rede sensível e competente para suspeição, notificação, atendimento e acompanhamento dos pacientes, a Vigilância em Saúde de Campinas promove capacitações constantes das equipes de saúde,

Prioridade. O combate à dengue está entre as políticas prioritárias da Secretaria de Saúde. A Vigilância em Saúde municipal, por meio do Programa Municipal de Controle da Dengue, tem reforçado as ações de vigilância, qualificado a rede de assistência aos pacientes e investido nas ações de informação, educação e mobilização social.

Comitê Metropolitano. Na última quinta-feira, dia 31 de março, a Secretaria de Saúde de Campinas, representada pelo médico sanitarista André Ricardo Ribas Freitas, participou de reunião, na Faculdade Anhanguera de Campinas (FAC), que consolidou o Comitê Regional de Dengue e outras Antropozoonoses.

Para André Ricardo Ribas Freitas, o Comitê Regional terá um papel importante no desenvolvimento de ações conjuntas entre municípios vizinhos, principalmente em área de conurbação. Ele dá o exemplo da região que compreende a tríplice fronteira nos municípios de Campinas, Sumaré e Hortolândia. “As área de fronteiras são espaços que necessitam de um trabalho conjunto, de ações regionalizadas, afinal todas as pessoas estão expostas independente do município em que residem”, explicou.

Formado por representantes dos municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), da Direção Regional de Saúde (DRS-7) de Campinas e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), o Comitê vai elaborar propostas conjuntas e coordenar as ações de combate à dengue na região, que possui problemas comuns e que, portanto, devem ser trabalhados conjuntamente. A primeira ação do Comitê será uma reunião na próxima semana com representantes do Laboratório do Instituto Adolfo Lutz para equacionar questões relacionadas aos exames.

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