Campinas registra óbito por doença meningocócica

11/04/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, 11 de abril, a notificação de um caso de doença meningocócica que resultou em óbito. Trata-se de uma mulher na faixa etária de 25 a 30 anos, moradora de região leste do município. Ela morreu no sábado, dia 9, após ser internada em um hospital da rede privada.

Imediatamente após a notificação, a Vigilância em Saúde desencadeou as ações de bloqueio que incluem o tratamento dos contatos mais próximos, como familiares, com antibiótico específico.

No acumulado do ano de 2011, Campinas registrou 9 casos de doença meningocócica, sendo seis do tipo C, dois do B e o caso desta mulher que ainda aguarda resultados de exames para identificação do sorogrupo. Quatro pessoas morreram. No mesmo período de 2010, foram confirmados 13 casos de doença meningocócica. Assim como no Brasil, o sorogrupo C tem sido o mais comum nos últimos anos no município.

Saiba mais. A doença meningocócica é uma infecção aguda causada por bactéria, a Neisseria meningitidis (meningococo). Acomete pessoas de todas as faixas etárias, porém a maior incidência é observada em crianças menores de 5 anos, sobretudo em menores de 1 ano.

Existe tratamento para a doença meningocócica. Embora atualmente não seja das doenças infecciosas mais prevalentes, apresenta potencial de gravidade e de mortalidade - morbimortalidade - elevado e com evolução rápida. A taxa de letalidade, em algumas situações, pode atingir valores superiores a 50%, quando existe a septicemia.

Às vezes, esta doença pode deixar sequelas, como amputação de membros periféricos e algum comprometimento cerebral. Além disso, pode provocar surtos e epidemias.

Ocorre durante todos os meses do ano. Mas, nas épocas mais frias e secas, como acontece com todas as doenças de transmissão respiratória, observa-se aumento nas ocorrências.

A doença meningocócica pode se manisfestar como uma meningite – infecção das meninges - e, na sua forma mais grave, a bactéria se espalha no organismo como uma septicemia, chamada meningoccemia. Também podem aparecer casos em que há presença de meningite e meningococcemia associadas. A paciente que morreu no final de semana apresentou a doença no forma de meningococcemia.

De acordo com a Vigilância em Saúde de Campinas, é necessário atenção para o sinal característico da doença meningocócica que é febre acompanhada de dor de cabeça, vômito e, nas crianças muito pequenas, irritabilidade, choro, gemido, e letargia entre outros.

“Diante destes sinais, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao serviço de saúde”, diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas. “No caso da meningococcemia, que pode ocorrer com ou sem sinais meníngeos – que são os descritos acima -, observa-se a presença de lesões ou manchas arroxeadas e avermelhadas na pele”.

A sanitarista informa que a intervenção nas primeiras horas do início dos sintomas da meningite é fundamental para a boa evolução do caso. “Por isso, o diagnóstico e tratamento precoces, a notificação rápida e o esforço no sentido de identificar o agente etiológico são extremamente importantes”, diz.

Prevenção. Em 2010, a vacina contra a meningite meningocócica C foi introduzida na rotina do calendário básico de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). A criança deve tomar três doses no primeiro ano de vida, aos 3 e 5 meses com um reforço aos 12 meses. A dose também está disponível para grupos específicos da população constituídos por pessoas imunocomprometidas.

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