Semana de Fitoterapia tem início nesta terça no auditório da CATI

26/04/2011

Autor: Marco Aurélio Capitão

Tem início às 13h30 desta terça-feira, 26 de abril, na sede da Cooperativa de Assistência Técnica Integral (Cati Campinas), a IX Semana de Fitoterapia Profº. Walter Radamés Accorsi. O tema desta edição é “Planta medicinal: é bom pra quê?” e terá a participação de especialistas que irão abordar temas como a naturopatia, atividades corporais, alimentos e o papel da ciência nos estudos das plantas medicinais. O secretário municipal de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, estará presente na abertura do evento.

A IX Semana de Fitoterapia é promovida pela Prefeitura Municipal de Campinas e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de São Paulo e está aberta à participação gratuita de todos os interessados. A Cati fica na Avenida. Brasil, 2.340 , bairro Chapadão. Inscrições no local e maiores informações no site: www.cati.sp.gov.br.

Conforme explica a farmacêutica Marli Ribeiro, coordenadora da Botica da Família, a farmácia de manipulação de fitoterápicos da Prefeitura Municipal de Campinas, a IX Semana de Fitoterapia, além das palestras e dos debates de cunho científico, também vai proporcionar atividades corporais e culturais, exposição de eco brinquedos e de produtos artesanais.

Segundo Marli Ribeiro, participam da IX Semana, como expositores, diversos serviços de saúde municipais, como o Centro de Convivência Tear das Artes (saúde mental), Centro de Referência de Saúde do Trabalhador e Centro de Referência em Reabilitação. Ela complementa que o evento é voltado aos profissionais da área de saúde, agricultores, estudantes e população em geral. “Esperamos, com mais essa iniciativa, contribuir para a divulgação das políticas públicas de saúde e ampliar os debates acerca da importância e do valor das plantas medicinais e da fitoterapia para a população”, disse a farmacêutica.

Programação

De acordo com a programação da IX Semana, nesta terça, a palestra de abertura será proferida pelo farmacêutico Francisco Pianowski, que falará sobre os avanços da ciência no estudo das plantas medicinais e sobre a trajetória do avelós (Euphorbia tirucalli), uma planta de origem africana encontrada no norte e no nordeste do Brasil, que produz uma seiva semelhante ao látex, cujo princípio ativo vem sendo estudado para o tratamento do câncer.

Na quarta, dia 27, às 8h30, a palestra estará a cargo do naturopata André Hinsberger que dissertará sobre plantas medicinais e naturopatia. Às 10h será a vez do doutor Alberto Peribanez Gonzales, autor do livro “Lugar de médico é na cozinha”, falar sobre Alimento Vivo.

Ainda nesta quarta, a partir das 14h, ocorre o Painel Cooperativismo, Acesso ao Mercado, com a participação de Jorge Florêncio Ribeiro Neto, representante da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé; Euclides Lara Cardoso Júnior, representante da Produtores Associados para o Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis, de Foz do Iguaçu; Rosimaldo José Magossi, Anecilda Paes Delgado e Avany Ananias Garcia, representantes da Cooperativa de Produção Agroindustrial Familiar de Artur Nogueira.

A agenda de quinta-feira, 28, começa às 8h30 com a palestra Fitoterapia na Saúde pública, por Ângelo Giovani Rodrigues, do Departamento de Atenção Básica/SAS/MS. Na sequência, às 10h, será a vez do doutor Eduardo Pagani, da Sociedade Brasileira de Fitomedeicina (Sobrafito) falar sobre conceitos gerais em fitoterapia e medicamentos usados em resfriados.

Às 14h será montado o Painel Planta Medicinal: é bom pra quê?, com a participação do doutor Pedro Melillo de Magalhães, representante da Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais (SBPM), doutor Lauro Barata, representante da Federação Brasileira de Plantas Medicinais (Febraplame) e do doutor Roberto Leal Boorhem, representante da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFT).

Na sexta, 29, último dia do evento, às 8h30, está programada uma visita técnica ao Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), da Unicamp. Enquanto isso, no Auditório da Cati, acontece um minicurso de fitoterapia ministrado pela médica Eloisa C. Pimentel de Magalhães, pela farmacêutica Marli Ribeiro e pela enfermeira Lissandra Rocha Porto.

O evento tem como parceiros: a Associação Cornélia Vlieg/Oficina Agrícola, Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região – ANC, Associação dos Rotarianos de Campinas – Campos Sales, Botica da Família, o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, o Grupo Saberes à Luz do Sol, a Embrapa – Transferência de Tecnologia e o Serviço de Saúde Dr.

A Botica da Família

Fundada em 2004, a Botica da Família vai completar sete anos no próximo mês de setembro. Atualmente, são manipuladas mais de 7 mil fórmulas por mês, em média, para atender a 74 unidades de saúde com medicamentos fitoterápicos. A farmácia trabalha com 13 plantas que compõem 31 formulações farmacêuticas que são dispensadas a mais de 10 mil pessoas que se utilizam da fitoterapia como opção terapêutica no Sistema Único de Saúde de Campinas. Os profissionais de saúde também prescrevem estes medicamentos para uso complementar da alopatia.

A Saúde Integrativa.

O Programa Municipal de Saúde Integrativa de Campinas atende a Portaria 971 do Ministério da Saúde que estabelece a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. Uma das principais medidas desta Política é a “Proposta para Plantas Medicinais e Fitoterapia”, que tem como objetivo ampliar as opções terapêuticas aos usuários do SUS com garantia de acesso a plantas medicinais, medicamentos fitoterápicos e outros serviços relacionados à fitoterapia, sempre voltada à segurança, eficácia, qualidade e integralidade da atenção à saúde de todos os brasileiros.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que 80% da população dos países em desenvolvimento valem-se de práticas tradicionais nos cuidados básicos de saúde. Deste universo, 85% utilizam plantas ou preparados.

Nesse sentido, a OMS recomenda a difusão mundial dos conhecimentos necessários ao uso racional das plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos. E o Brasil, com sua diversidade genética vegetal estimada em 55 mil espécies catalogadas, possui ampla tradição de uso das plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional (popular) e transmitido por gerações, além de tecnologia para validar cientificamente este conhecimento.

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