Problemas respiratórios aumentam em 30% procura pelos serviços de saúde

11/05/2004

Denize Assis

Os Centros de Saúde (CSs) e as unidades de Pronto-Atendimento (PAs) da Prefeitura de Campinas registraram, desde março, um aumento médio de 30% no número de pessoas com problemas respiratórios como resfriados, gripes e suas complicações, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 11 de maio, pela Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com a coordenação do Pronto-Atendimento São José (região Sul), o número de consultas naquela área passou de 7,2 mil em janeiro para 9,5 mil em abril, o que representa um crescimento de 31,9%. "As doenças respiratórias representam 70% do total de consultas. Coincidentemente, o total das internações de pessoas com problemas respiratórios também é de 70%", diz a médica emergencista Rita Ferreira, coordenadora do PA São José.

De acordo com Rita, todos os grupos etários são atingidos pelas doenças respiratórias, entretanto a ocorrência em crianças e pessoas com mais de 60 anos gera agravos de saúde mais sérios. No PA São José, por exemplo, o número de consultas de pediatria passou de 2 mil, em janeiro, para 3,5 mil em abril.

O aumento nos casos, informa Rita, é conseqüência das condições climáticas características desta época do ano, que tem variações bruscas de temperatura e/ou alterações da umidade relativa do ar e/ou poluição.

Norte. No PA Anchieta (região Norte), de acordo com enfermeira Andréia Nicioli, coordenadora da unidade, a demanda passou de 6,3 mil consultas, em janeiro, para 8,2 mil, em abril, o que representa um aumento de 35%. Deste total, de 80% a 90% foram ocorrências motivadas por problemas respiratórios. Porém, segundo ela, este número poderia ser maior já que é necessário considerar que o serviço não está atendendo na sua capacidade plena, devido a reformas.

Sudoeste. No PA Ouro Verde (região Sudoeste), o número de consultas passou de 12 mil em janeiro para 15,6 mil em abril, um aumento de 30%. E, segundo o médico pediatra Mateus Tavares Felício, coordenador do PA Ouro Verde, 90% deste crescimento referem-se a pacientes com problemas respiratórios como gripes, sinusites e otites.

O coordenador explica que em todas as estações do ano as doenças respiratórias são responsáveis pela maior demanda nos serviços, entre 60% e 70%. Mas, quando as temperaturas começam a cair ou oscilar, o número de ocorrências e a complexidade dos casos aumenta.

Mateus reforça que os mais vulneráveis são crianças e idosos. Ele informa que a vacinação contra a influenza (gripe) em idosos contribuiu para a diminuição considerável dos casos de complicações e internações hospitalares por problemas respiratórios.

Segundo Mateus, as pessoas podem adotar certos cuidados para minimizar os desconfortos das doenças respiratórias, tais como manter uma alimentação saudável, que inclua frutas, legumes e verduras da época e a ingestão de bastante água e sucos naturais.

Os ambientes precisam estar bem ventilados. Locais de grande concentração de pessoas, ambientes fechados e exposição ao frio e ao sereno devem ser evitados. As roupas devem estar limpas, sem poeira. Cobertores devem ser colocados ao sol e substituídos por edredons sempre que possível. Além disso, é fundamental que a população não tome remédios sem orientação da equipe de saúde.

O coordenador orienta que o serviço de saúde seja procurado quando a pessoa apresentar febre persistente e/ou se tiver sinais de complicações como falta de ar, dificuldades para respirar ou, no caso da criança, aumento na freqüência respiratória. Outro sintoma importante é a apatia, quando a criança fica prostrada, não come e não quer mamar, e o vômito freqüente e persistente.

Nestes casos, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde mais próximo para que possa ser avaliada e medicada. As unidades de pronto atendimento de urgência (PAs e Pronto-Socorro ou PS) devem ser procuradas, como o próprio nome diz, somente em casos de urgência e emergência. Em situações de menor urgência, essas unidades só devem ser procuradas quando o Centro de Saúde mais próximo estiver fechado, como costuma acontecer à noite, aos finais de semana e nos feriados.

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