Denize Assis
Os Centros de
Saúde (CSs) e as unidades de Pronto-Atendimento (PAs) da
Prefeitura de Campinas registraram, desde março, um aumento médio
de 30% no número de pessoas com problemas respiratórios como
resfriados, gripes e suas complicações, de acordo com dados
divulgados nesta terça-feira, 11 de maio, pela Secretaria
Municipal de Saúde.
De acordo com
a coordenação do Pronto-Atendimento São José (região
Sul), o número de consultas naquela área passou de 7,2 mil
em janeiro para 9,5 mil em abril, o que representa um
crescimento de 31,9%. "As doenças respiratórias
representam 70% do total de consultas. Coincidentemente, o
total das internações de pessoas com problemas respiratórios
também é de 70%", diz a médica emergencista Rita
Ferreira, coordenadora do PA São José.
De acordo com
Rita, todos os grupos etários são atingidos pelas doenças
respiratórias, entretanto a ocorrência em crianças e
pessoas com mais de 60 anos gera agravos de saúde mais sérios.
No PA São José, por exemplo, o número de consultas de
pediatria passou de 2 mil, em janeiro, para 3,5 mil em abril.
O aumento nos
casos, informa Rita, é conseqüência das condições climáticas
características desta época do ano, que tem variações
bruscas de temperatura e/ou alterações da umidade relativa
do ar e/ou poluição.
Norte.
No PA Anchieta (região Norte), de acordo com enfermeira Andréia
Nicioli, coordenadora da unidade, a demanda passou de 6,3 mil
consultas, em janeiro, para 8,2 mil, em abril, o que
representa um aumento de 35%. Deste total, de 80% a 90% foram
ocorrências motivadas por problemas respiratórios. Porém,
segundo ela, este número poderia ser maior já que é necessário
considerar que o serviço não está atendendo na sua
capacidade plena, devido a reformas.
Sudoeste.
No PA Ouro Verde (região Sudoeste), o número de consultas
passou de 12 mil em janeiro para 15,6 mil em abril, um aumento
de 30%. E, segundo o médico pediatra Mateus Tavares Felício,
coordenador do PA Ouro Verde, 90% deste crescimento referem-se
a pacientes com problemas respiratórios como gripes,
sinusites e otites.
O coordenador
explica que em todas as estações do ano as doenças respiratórias
são responsáveis pela maior demanda nos serviços, entre 60%
e 70%. Mas, quando as temperaturas começam a cair ou oscilar,
o número de ocorrências e a complexidade dos casos aumenta.
Mateus reforça
que os mais vulneráveis são crianças e idosos. Ele informa
que a vacinação contra a influenza (gripe) em idosos
contribuiu para a diminuição considerável dos casos de
complicações e internações hospitalares por problemas
respiratórios.
Segundo
Mateus, as pessoas podem adotar certos cuidados para minimizar
os desconfortos das doenças respiratórias, tais como manter
uma alimentação saudável, que inclua frutas, legumes e
verduras da época e a ingestão de bastante água e sucos
naturais.
Os ambientes
precisam estar bem ventilados. Locais de grande concentração
de pessoas, ambientes fechados e exposição ao frio e ao
sereno devem ser evitados. As roupas devem estar limpas, sem
poeira. Cobertores devem ser colocados ao sol e substituídos
por edredons sempre que possível. Além disso, é fundamental
que a população não tome remédios sem orientação da
equipe de saúde.
O coordenador
orienta que o serviço de saúde seja procurado quando a
pessoa apresentar febre persistente e/ou se tiver sinais de
complicações como falta de ar, dificuldades para respirar
ou, no caso da criança, aumento na freqüência respiratória.
Outro sintoma importante é a apatia, quando a criança fica
prostrada, não come e não quer mamar, e o vômito freqüente
e persistente.
Nestes casos,
a pessoa deve procurar o Centro de Saúde mais próximo para
que possa ser avaliada e medicada. As unidades de pronto
atendimento de urgência (PAs e Pronto-Socorro ou PS) devem
ser procuradas, como o próprio nome diz, somente em casos de
urgência e emergência. Em situações de menor urgência,
essas unidades só devem ser procuradas quando o Centro de Saúde
mais próximo estiver fechado, como costuma acontecer à
noite, aos finais de semana e nos feriados.