No dia 17 de maio (das 14:30 às
19:00h), o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, com o
apoio da Feac (Federação das Entidades Assistenciais de
Campinas), vai promover a exibição do
filme
"O que é isso,
companheiro?"
(1997/Direção
de Bruno Barreto), seguida de um debate
que será comandado pelo publicitário Manoel
Cyrillo — um dos participantes do seqüestro do
embaixador norte-americano Charles Elbrick, ocorrido em 1969,
durante a Ditadura Militar. A sessão acontece no auditório
da Feac, localizado à Rua Odila Santos de Souza Camargo, 34
– Vl. Brandina.
O
objetivo do evento é resgatar o episódio e promover uma
reflexão sobre os nexos existentes entre a repressão,
estabelecida com o Golpe Militar, há 40 anos, e a proliferação
dos manicômios no país — muitos dos quais se transformaram
em verdadeiros “calabouços”, não só para os portadores
de disturbios mentais como para participantes da luta contra o
regime da Ditadura. Neste período, muitas das pessoas
envolvidas na luta contra a repressão, além dos
“loucos”, foram caladas, eletrocutadas e desrespeitadas. E
para o Cândido Ferreira — que comemora seus 80 anos de
prestação de serviço à saúde mental em Campinas —
promover esta reflexão no mês em que se comemora o Dia
Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio), é uma maneira
de se posicionar em favor da cidadania de seus usuários.
A
principal
meta do "Cândido Ferreira" é a desospitalização,
a estimulação à participação social dos usuários e
desenvolvimento do aprendizado do respeito ao direito à convivência
dos diferentes.
A instituição atende, hoje, mais de mil
usuários por mês. Conta com um Núcleo de Atenção à
Crise, um Núcleo de Atenção a Dependentes Químicos, três
Centros de Atenção Psicossocial (Caps Estação, Caps
Toninho e Caps Esperança), um Núcleo Clínico, 12 Oficinas
de trabalho, um Centro de Convivência e Arte, o Espaço 8
Ateliê - ateliê de arte do serviço -
e o Centro Cultural Cândido-Fumec, que oferece alfabetização,
convivência social e cultura, não só aos usuários de saúde
mental das regiões onde atuam como também às comunidades
locais. Os usuários realizam, ainda, atividades de Comunicação
Comunitária, através de quatro oficinas: oficina de jornal
impresso, oficina de rádio, oficina de TV e oficina de
fotografia. Por esta nova postura, o Cândido Ferreira
é considerado referência no tratamento da saúde mental pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1993.