Medidas reforçam controle da dengue na área do Centro de Saúde São Domingos

09/05/2005

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas deflagrou, nesta segunda-feira, dia 9 de maio, um conjunto de medidas para reforçar o controle da dengue na área de abrangência do Centro de Saúde (CS) São Domingos, Região Sul de Campinas, onde se localizam o Jardim Campo Belo e o Jardim Fernanda, bairros em que foram confirmados, nos últimos 15 dias, 20 casos de dengue. Todos os pacientes receberam assistência e passam bem.

A estratégia, definida na tarde da última sexta-feira, dia 6, incorpora intensificação das ações de vigilância epidemiológica, combate ao vetor – o Aedes aegypti -, assistência aos pacientes, ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social, acompanhamento e avaliação do trabalho.

Desde às 8h de hoje, foram mobilizados para atuar no local 32 agentes comunitários de saúde, mais três supervisores de controle ambiental – o local já contava com três - e três ajudantes de controle ambiental que vão se somar a outros seis. Além disso, o Módulo de Saúde da Família do Fernanda vai ter a equipe reforçada com mais uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e um médico sanitarista da Vigilância em Saúde (Visa).

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas, a Secretaria de Saúde estuda a possibilidade do Exército ser acionado para intensificar as ações de controle do vetor, como inviabilização de criadouros, e auxiliar nos trabalhos educativos.

Também foi desencadeada compra emergencial de telas milimetradas para vedar caixas d´água e repelentes. A Secretaria de Saúde ainda conta com a Sanasa, para as atividades que envolvem o uso de recipientes seguros para armazenagem de água.

A médica veterinária Jeanette Trigo Nasser, da Visa de Campinas, informa que as ações de controle da dengue na abrangência do CS São Domingos, com enfoque no Jardim Campo Belo 2 e no Jardim Fernanda, são ininterruptas. "O local apresenta uma infestação importante do mosquito da dengue. Além disso, em 2002, ano em que Campinas enfrentou a maior epidemia da doença de toda sua história recente, foram registrados, naquela comunidade, mais de 500 casos, sendo confirmados 10 casos da forma hemorrágica. Não houve óbitos", diz.

De acordo com Jeanette, este histórico epidemiológico exige monitoramento constante porque aumenta o risco de casos graves. A veterinária informa que, nos últimos 20 dias, o bairro recebeu uma megaoperação de combate à dengue, com arrastão cata-bagulho, ações educativas, telagem de caixas d´água, colocação de larvicida biológico nos tambores de água e busca de pessoas com sintomas da doença. "O grande problema do bairro são os tambores de água. São pelo menos 500 residências que, com deficiência de abastecimento de água – trata-se de uma ocupação -, possuem 1 mil reservatórios", informa.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, anualmente, 80 milhões de pessoas sejam infectadas em 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. No Brasil, a doença afeta praticamente todos os Estados.

Em Campinas, as epidemias de dengue ocorrem há nove anos consecutivos, sendo que o maior número de casos – 1,4 mil casos -, foi registrado em 2002. Em 2003, houve 450 confirmações e, no ano passado, 24. Este ano, já são 47 as confirmações, sendo 29 autóctones – quando as pessoa é infectada onde reside ou trabalha - , 10 importados e oito que ainda estão em investigação.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça, dor no corpo e dor atrás dos olhos. A pessoa com a doença também pode apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na pele. Ao manifestar algum destes sinais, o cidadão deve procurar o Centro de Saúde rapidamente.

Volta ao índice de notícias