Campinas
inicia nesta segunda-feira, dia 7 de maio, por meio da
Secretaria Municipal de Saúde, bloqueio químico contra a
dengue em bairros da região sudoeste, que neste momento é
área de maior transmissão da doença no município. A medida
integra os trabalhos de intensificação da ofensiva contra o
mosquito Aedes aegypti na cidade.
O objetivo é
trabalhar, até sexta-feira, dia 11 de maio, 6,5 mil
domicílios nos bairros Jardim Novo Campos Elíseos - da rua
Cosmópolis até o Residencial Souza Queiroz -, Jardim Santa
Amália, Jardim Aerocontinental, Jardim Maria Eugênia,
Country Vile, Jardim Márcia, Ocupação do Jardim Ieda, Jardim
Capivari e uma outra área do Jardim Novo Campos Elíseos - da
rua Piracicaba até a rua Aguinaldo Saturnino.
“É necessário
que as pessoas recebam as equipes. Os moradores são
informados um dia antes sobre como preparar seu imóvel para
a ação”, afirma o médico veterinário Cláudio Luiz Castagna,
da Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste.
Cláudio
informa que a nebulização de inseticida é uma ação dentro de
um conjunto de muitas outras utilizadas no combate à dengue,
mas não é uma medida milagrosa. Segundo o veterinário,
existe uma expectativa grande da população de que a
aplicação de inseticida é definitiva para o controle da
dengue.
“Mas este
raciocínio é equivocado. A nebulização é utilizada para
bloquear a transmissão da doença e não é eficaz quando
adotada como medida única e principalmente se as pessoas
continuarem a acumular latinhas, potes, garrafas e qualquer
outro recipiente que acumule água. Se os criadouros forem
mantidos, o mosquito volta a se proliferar em poucos dias
após a nebulização. Portanto, inviabilizar e eliminar
criadouros é regra de todo dia, mesmo após a nebulização”,
diz Cláudio.
Outras
medidas. Nesta semana, além da nebulização, acontecem
arrastões de criadouros com busca ativa de suspeitos de
dengue e ações de comunicação, informação e educação em
saúde em todas as regiões da cidade.
Nesta
segunda-feira, dia 7, as ações foram desenvolvidas na região
leste, na Vila Nova, e na região sul. Amanhã, dia 8, as
atividades ocorrem na região noroeste, no Jardim Londres, e
na região norte, no Jardim Campineiro e na área do Centro de
Saúde Santa Mônica.
Na
quarta-feira, serão desenvolvidos trabalhos na região norte,
na abrangência dos Centros de Saúde Rosália e Boa Vista e no
Núcleo Residencial do Jardim Eulina. Na área do Rosália, vão
ser trabalhados três casas e um terreno abandonados.
Na
quinta-feira, dia 10, serão promovidos arrastões nas regiões
sudoeste - no Jardim Cristina -, sul e noroeste. Na
sexta-feira, 11, de novo as equipes atuam nas regiões sul e
sudoeste.
Balanço das
ações. Na segunda-feira e quarta-feira da semana
passada, dias 31 de abril e 2 de maio, com o reforço de 130
homens do Exército e o apoio de outros órgãos municipais, a
Secretaria de Saúde visitou 5.231 endereços na Vila Padre
Anchieta e no Jardim Eulina, na região norte de Campinas. O
trabalho deles foi focado na retirada de criadouros. Os
soldados também fizeram manutenção de caixa d´água, com
telamento dos reservatórios.
Com o mesmo
contingente de soldados, a Secretaria desenvolveu ações na
região sul de Campinas, na quinta-feira e na sexta-feira,
dias 3 e 4. Os trabalhos atingiram milhares de residências
na abrangência dos Centros de Saúde São Domingos, Faria
Lima, São Vicente, Santa Odila, Vila Ipê, Carvalho de Moura,
Orosimbo Maia e Santa Odila.
Situação da
doença. Desde janeiro, Campinas notificou 11.434 casos
de dengue, sendo que, deste total, foram processados pelo
Instituto Adolfo Lutz pouco mais de 5 mil exames, entre os
quais foram confirmados 2.556 casos, sendo 1.922 de
residentes de Campinas, 444 de outros municípios e 190 que
ainda estão em investigação quanto ao local de moradia.
Entre os casos
de moradores de Campinas, foram confirmados dois casos da
forma hemorrágica e há outros 17 prováveis entre os quais um
óbito. Os casos prováveis são aqueles que estão aguardando
confirmação sorológica ou ratificação pelo Centro de
Vigilância Epidemiológica (CVE). Também foram registrados
quatro casos de dengue com complicação, além de outros seis
que estão em investigação, com um óbito.
Entre os casos
de moradores de outros municípios atendidos em Campinas, há
dois casos hemorrágicos confirmados, sendo 1 óbito, e nove
casos prováveis. Também há três casos de dengue com
complicação, entre os quais 1 óbito.
Denize Assis