A Prefeitura
de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde,
visitou nos últimos 30 dias 16.350 residências em bairros
das regiões sudoeste, sul e leste do município para bloqueio
químico – nebulização com veneno – contra o Aedes aegypti,
mosquito que transmite o vírus da dengue. A medida integra o
conjunto de ações para intensificação da ofensiva contra a
doença na cidade, deflagrada em abril.
A partir desta
segunda-feira, dia 23, o bloqueio químico acontece na região
sul, nos bairros Vila Vitória, Santa Odila, Nova América,
Jardim Icaraí e Nova Europa. A expectativa é atingir 3.180
domicílios até quarta-feira, se as condições climáticas
forem favoráveis, já que a chuva e o vento impedem a ação.
Antes da
nebulização, as equipes de saúde visitam as casas para
retirada e inviabilização de criadouros do mosquito, busca
ativa de pacientes com sintomas da doença e ações de
educação em saúde, comunicação e mobilização social. As
famílias também são orientadas sobre como preparar o
domicílio para a aplicação química.
A nebulização
não é feita na cidade inteira, indiscriminadamente. A
escolha das áreas é feita com base em critérios técnicos que
levam em conta a gravidade da situação. As equipes avaliam o
risco em comparação com outros lugares, considerando áreas
com transmissão e o coeficiente de incidência de cada local.
O objetivo é bloquear a transmissão.
A Secretaria
de Saúde informa que a nebulização não é uma ‘ação
milagrosa’ e que o mosquito volta a se proliferar em uma
semana nas áreas nebulizadas se as pessoas repuserem
criadouros.
“A medida mais
eficaz no combate à dengue é a eliminação dos objetos que
acumulam água, que podem servir de criadouros para o
mosquito transmissor. É imprescindível que a comunidade
tenha esta compreensão. Cada um tem que cuidar do seu
quintal, da sua rua, do seu bairro, da cidade. O combate à
dengue exige o envolvimento da população, precisa ser um
trabalho conjunto e diário”, afirma a bióloga Maria Geralda
Rodrigues de Almeida, da Vigilância em Saúde (Visa) Sul.
A nebulização
é feita com Malation, um produto da classe dos
organofosforados, na proporção de 30%. A ação é realizada
com base em critérios técnicos rigorosos e, até o momento,
não foi registrado nenhum caso de intoxicação de pessoas ou
de animais.
Situação da
doença. Desde janeiro de 2007, Campinas notificou 13.646
casos de dengue. Deste total, foram processados pelo
laboratório do Instituto Adolfo Lutz pouco mais de 7 mil
exames, entre os quais foram confirmados 3.181 casos, sendo
2.484 de residentes de Campinas, 543 de moradores de outros
municípios e 154 que ainda estão em investigação quanto ao
local de moradia.
Os sintomas
mais comuns da dengue são febre, dor no corpo, dor atrás dos
olhos e perda de apetite. A pessoa com dengue também pode
apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na pele. Ao
manifestar um ou mais destes sintomas, a pessoa deve
procurar rapidamente o centro de saúde para avaliação da
equipe de saúde.
Denize Assis
O Aedes aegypti
deposita seus ovos em recipientes com água parada e limpa.
Conheça os principais criadouros e aprenda como destruí-los:
Aquários
- Tampe com tela fina ou tenha peixes que comam larvas.
Balanço feito de pneu
- Faça um furo na base para evitar acúmulo de água.
Baldes -
Guarde com a abertura
para baixo e em local coberto.
Bromélias
- Regue com mangueira de pressão duas vezes por semana.
Caixas de água
- Mantenha completamente tampadas, sem vãos.
Calhas
- Mantenha limpas para não entupir ou acumular água.
Cemitérios
- Evite levar vasos ou deixar flores na água nos túmulos.
Cercas de bambu
- Corte o bambu na altura do nó.
Copos de água para santo
- Tampe com pano ou pires. Lave bem.
Entulho
- Latas vazias, plásticos e lonas podem se transformar em
reservatórios de água parada. Elimine-os.
Filtros de água ou
moringas -
Devem ficar tampados. Na falta de tampa, proteja com pano de
prato.
Flores na água
- Lave os vasos com bucha; troque a água a cada dois dias.
Troque por flores plantadas na terra.
Lajes
- Desentupa os pontos de saída para a água não empoçar.
Lonas de piscina
- Ponha bóias sob a lona para evitar água de chuva empoçada.
Muro com cacos de vidro
- Coloque massa de cimento.
Pingadeira ou goteira
- Dê fim nos recipientes para coletar água. Se não puder,
encha de areia até a borda.
Piscinas
- Não há risco se a água estiver tratada. Do contrário, são
verdadeiros berçários de mosquitos de todos os tipos.
Pneus
- Guarde em local coberto e seco. Se estiverem molhados,
enxugue a água e jogue um pouco de sabão em pó dentro.
Pratinhos de vasos
- Elimine ou encha de areia até a borda. O certo é não
sobrar espaço entre o vaso e o prato para evitar os
depósitos de água.
Ralos
- Coloque água sanitária ou desinfetantes se houver água
parada.
Troncos ocos de árvores
- Preencha os buracos com areia, terra ou cimento.
Vasos sanitários
- mantenha sempre tampados os vasos sem uso.