Saúde alerta para aumento de casos de gripe e confirma óbito

25/05/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas informa nesta terça-feira, dia 25 de maio, que, como já é esperado para esta época do ano por conta da sazonalidade, os vírus da influenza tanto sazonal como H1N1 já começaram a circular de forma mais intensa na região e a tendência é de crescimento. Segundo a Vigilância em Saúde da Campinas, embora a maioria dos casos de síndrome gripal evolua bem, a partir de agora a expectativa é de aumento de ocorrências mais graves.

Na manhã de hoje, o município confirmou o terceiro caso da nova gripe entre moradores da cidade e a primeira morte no ano de 2010. Trata-se de uma mulher de 34 anos que morreu no dia 18 de maio. Ela foi atendida em um hospital da rede privada em 17 de maio, relatava histórico de síndrome gripal e apresentou um quadro que evoluiu para insuficiência respiratória. As duas confirmações anteriores também são de mulheres na faixa de 30 a 40 anos, uma delas gestante. A duas já tiveram alta.

“Nesta época do ano, de meses mais frios e secos, há um aumento das doenças respiratórias entre as quais a gripe. Até porque as pessoas ficam mais aglomeradas e, portanto, mais suscetíveis aos vírus respiratórios. O número de casos de gripe que está sendo documentado confirma esta expectativa. Frente a isso, as equipes de saúde devem estar alertas e pensar, investigar, notificar, colher material, demandar especial atenção para os casos com severidade e tratar adequadamente inclusive com prescrição do oseltamivir, conforme protocolo”, afirma o médico infectologista Rodrigo Angerami, da Vigilância em Saúde de Campinas.

Rodrigo informa que a maior parte dos casos de síndrome gripal evolui bem, sem complicações. Também chama atenção para os grupos etários que estão incluídos nos públicos-alvo da Campanha de Vacinação contra H1N1, com ênfase para os adultos de 30 a 39 anos e gestantes, populações nas quais a cobertura vacinal está abaixo da meta de 80%. “Fica a recomendação de que as pessoas dos grupos contemplados pela campanha se protejam, se vacinem. A vacina é segura e eficaz”, diz.

Situação epidemiológica. Em 2009, em Campinas, foram registrados 206 casos de H1N1 de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1). Deste total, 17 foram a óbito, sendo nove mulheres e oito homens. Do total de casos – dos 206 -, 16 referiam-se a gestantes, sendo que uma delas evoluiu para óbito. Tratava-se de uma grávida de gêmeos. Os bebês sobreviveram.

Na Região de Campinas, foram 57 mortes no ano passado. Este ano, além do óbito em Campinas, há um confirmado em morador de Santa Bárbara D´Oeste.

No Brasil. Em 2009, no País, foram confirmados 46.100 casos de Doença Respiratória Aguda Grave (DRAG), com 2.051 óbitos. A mortalidade em gestantes foi 50% maior que na população geral. 75% dos óbitos ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Em 2010, até 3 de abril, foram 361 notificações de H1N1 e 20% dos casos graves ocorreram em gestantes. Deste total, houve 50 óbitos, sendo 76% (38) em mulheres e 32% (16) em gestantes.

No mundo. Até 1º de abril, pelo menos 213 países e territórios tiveram casos confirmados de H1N1. Pelo menos 17.483 mortes foram confirmadas à Organização Mundial de Saúde (OMS). Alguns países do Hemisfério Norte chegaram a sugerir que a 2ª onda teria sido mais branda do que o previsto. De acordo com nota oficial da OMS, é prematuro anunciar fim da pandemia e imprudente pensar em reduzir nível de alerta, que deve continuar pelos próximos seis meses. Segundo a nota, o vírus H1N1 já é responsável por 99,4% dos casos de gripe nas Américas. Em alguns países, como Canadá e Cuba, o índice chega a 100%.

Volta ao índice de notícias