Caso
discordem do procedimento, as entidades protetoras passam a ser
responsáveis pelo animal
A Secretaria de
Saúde de Campinas propôs nesta terça-feira, 24 de junho, às
entidades campineiras protetoras dos animais, que seus veterinários
façam uma segunda avaliação clínica nos cães e gatos
indicados pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) à eutanásia.
Caso essa segunda avaliação discorde da indicação do CCZ, as
entidades protetoras ficam com a posse e a responsabilidade pelo
animal.
Esta proposta
consta em documento entregue ontem (terça-feira, 24) pela
Secretaria de Saúde às entidades protetoras, numa reunião que
teve a participação da secretária municipal de Saúde, Maria
do Carmo Cabral Carpintéro, da coordenadora do CCZ de Campinas,
Jeanete Trigo Nasser, do médico veterinário Idalvo Salione,
também da Secretaria de Saúde, de Salma Balista, coordenadora
da Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas,
do médico veterinário do CCZ, Douglas Presotto, e de
representantes das entidades protetoras dos animais.
A veterinária
Jeanette explica que o CCZ é um local inadequado para abrigar
animais por um longo período. "O CCZ não é um canil ou
gatil. É um local para manter animais por um período curto de
tempo, até que, após passarem por avaliação técnica, eles
sejam encaminhados para adoção ou para a eutanásia",
disse.
O representante
da UPA (União Protetora dos Animais), Feliciano Nahimi Filho,
durante a reunião, deixou claro que a entidade é absolutamente
contra a eutanásia. "Só Deus tem o poder de tirar a vida
dos cães e gatos", sentenciou ele que, ao final da discussão,
acabou concordando que a eutanásia é a única solução para
resolver o sofrimento de animais acometidos de doenças de difícil
cura como cinomose e alguns tipos de câncer.
Em seguida, as
entidades ficaram de avaliar a proposta da Prefeitura (que
consta no documento). Inicialmente, elas se recusam a ficar
responsáveis pelo animal. Justificam que não têm como mantê-los.
A Secretaria de
Saúde sugeriu, como alternativa, uma parceria com clínicas
veterinárias de Campinas, que pode vir a ser uma solução para
reduzir o número de cães e gatos encaminhados para eutanásia.
Estas clínicas dariam abrigo aos animais promovendo, inclusive,
o tratamento para que eles se recuperem até estarem em condição
de adoção.
A idéia
central é promover uma permuta com as clínicas privadas. Os médicos
veterinários entrariam com a prestação de serviço em troca
de publicidade gratuita nas feiras de adoção.
Essa proposta
inclui, somente, os cães e gatos cuja permanência em cativeiro
significaria o prolongamento do sofrimento, o que culminaria com
a opção do recurso da eutanásia.
Próximos
passos
- Na próxima segunda-feira, dia 30 de junho, técnicos do CCZ e
representantes das entidades protetoras dos animais voltam a se
reunir na Secretaria Municipal de Saúde. Na ocasião serão
avaliados os primeiros contatos com as clínicas veterinárias e
as entidades protetoras devem dizer se aceitam a proposta da
Prefeitura.
Desde a última
reunião do Conselho Local de Saúde do CCZ de Campinas, ficou
acertado que profissionais da área técnica da Secretaria
Municipal de Saúde, em conjunto com as entidades protetoras dos
animais, irão elaborar uma nova proposta que aperfeiçoe a
legislação já existente.
O objetivo é
elaborar um novo texto que elimine as imperfeições levadas em
conta para veto da prefeita Izalene Tiene ao projeto de lei
92/99, de autoria do Legislativo Municipal, que dispõe sobre o
controle das populações animais rurais e urbanas.
Também está
agendada uma reunião para o dia 10 de julho com médicos
veterinários de clínicas particulares da cidade. A intenção
é discutir também com eles a proposta de controle da população
de animais.