Saúde propõe que entidades protetoras avaliem animais encaminhados para eutanásia

25/06/2003

Caso discordem do procedimento, as entidades protetoras passam a ser responsáveis pelo animal

A Secretaria de Saúde de Campinas propôs nesta terça-feira, 24 de junho, às entidades campineiras protetoras dos animais, que seus veterinários façam uma segunda avaliação clínica nos cães e gatos indicados pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) à eutanásia. Caso essa segunda avaliação discorde da indicação do CCZ, as entidades protetoras ficam com a posse e a responsabilidade pelo animal.

Esta proposta consta em documento entregue ontem (terça-feira, 24) pela Secretaria de Saúde às entidades protetoras, numa reunião que teve a participação da secretária municipal de Saúde, Maria do Carmo Cabral Carpintéro, da coordenadora do CCZ de Campinas, Jeanete Trigo Nasser, do médico veterinário Idalvo Salione, também da Secretaria de Saúde, de Salma Balista, coordenadora da Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas, do médico veterinário do CCZ, Douglas Presotto, e de representantes das entidades protetoras dos animais.

A veterinária Jeanette explica que o CCZ é um local inadequado para abrigar animais por um longo período. "O CCZ não é um canil ou gatil. É um local para manter animais por um período curto de tempo, até que, após passarem por avaliação técnica, eles sejam encaminhados para adoção ou para a eutanásia", disse.

O representante da UPA (União Protetora dos Animais), Feliciano Nahimi Filho, durante a reunião, deixou claro que a entidade é absolutamente contra a eutanásia. "Só Deus tem o poder de tirar a vida dos cães e gatos", sentenciou ele que, ao final da discussão, acabou concordando que a eutanásia é a única solução para resolver o sofrimento de animais acometidos de doenças de difícil cura como cinomose e alguns tipos de câncer.

Em seguida, as entidades ficaram de avaliar a proposta da Prefeitura (que consta no documento). Inicialmente, elas se recusam a ficar responsáveis pelo animal. Justificam que não têm como mantê-los.

A Secretaria de Saúde sugeriu, como alternativa, uma parceria com clínicas veterinárias de Campinas, que pode vir a ser uma solução para reduzir o número de cães e gatos encaminhados para eutanásia. Estas clínicas dariam abrigo aos animais promovendo, inclusive, o tratamento para que eles se recuperem até estarem em condição de adoção.

A idéia central é promover uma permuta com as clínicas privadas. Os médicos veterinários entrariam com a prestação de serviço em troca de publicidade gratuita nas feiras de adoção.

Essa proposta inclui, somente, os cães e gatos cuja permanência em cativeiro significaria o prolongamento do sofrimento, o que culminaria com a opção do recurso da eutanásia.

Próximos passos - Na próxima segunda-feira, dia 30 de junho, técnicos do CCZ e representantes das entidades protetoras dos animais voltam a se reunir na Secretaria Municipal de Saúde. Na ocasião serão avaliados os primeiros contatos com as clínicas veterinárias e as entidades protetoras devem dizer se aceitam a proposta da Prefeitura.

Desde a última reunião do Conselho Local de Saúde do CCZ de Campinas, ficou acertado que profissionais da área técnica da Secretaria Municipal de Saúde, em conjunto com as entidades protetoras dos animais, irão elaborar uma nova proposta que aperfeiçoe a legislação já existente.

O objetivo é elaborar um novo texto que elimine as imperfeições levadas em conta para veto da prefeita Izalene Tiene ao projeto de lei 92/99, de autoria do Legislativo Municipal, que dispõe sobre o controle das populações animais rurais e urbanas.

Também está agendada uma reunião para o dia 10 de julho com médicos veterinários de clínicas particulares da cidade. A intenção é discutir também com eles a proposta de controle da população de animais.

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