O sistema
de saúde em Campinas esteve representado no seleto grupo
de 40 municípios de todo o país que participou do 1º
Seminário Internacional para Implementação da Atenção
Farmacêutica no SUS. Realizado no final de maio, em
Brasília, o seminário reuniu 150 representantes da
comunidade de atenção farmacêutica nacional e
internacional (Estados Unidos, Espanha, Cuba e
Argentina), que compartilharam experiências para a
construção de uma política de atenção farmacêutica
voltada para o uso racional de medicamentos.
Estima-se que mais de 25% dos medicamentos
não são utilizados de forma correta por falta de
informações ao paciente. De acordo com o Sistema de
Informações Toxicológicas (Sinitox) da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), o uso inadequado de medicamentos é a
principal causa de intoxicações no Brasil.
“O convite para participarmos deve-se ao
papel que Campinas representa no Sistema Único de Saúde
e também pelo fato de estarmos implantando a atenção
farmacêutica”, diz a farmacêutica Maria Elisa do Amaral
Moreira Bertonha, coordenadora do programa de
Assistência Farmacêutica do Departamento de Saúde da
Secretaria Municipal de Saúde, que representou Campinas
no evento.
De acordo com Maria Elisa, a filosofia da
atenção farmacêutica é um conceito novo, focado
diretamente no usuário e no farmacêutico, tendo um
componente fortemente humanístico.
Em 1993, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) entendeu que a
atenção farmacêutica tem papel essencial na atenção
sanitária da comunidade. Entretanto, devido ao limitado
acesso à atenção farmacêutica, os níveis de mortalidade
associados ao uso dos medicamentos não param de crescer
em todo o mundo. No Brasil, os medicamentos são os
principais causadores de intoxicações desde 1996.
O
documento Proposta de Consenso Brasileiro de Atenção
Farmacêutica entende que a atenção farmacêutica
compreende atitudes, valores éticos, comportamentos,
habilidades, compromissos e co-responsabilidade na
prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde,
de forma integrada à equipe de saúde. “É a interação
direta do farmacêutico com o usuário, visando uma
farmacoterapia racional e a obtenção de resultados
definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da
qualidade de vida”, diz.
A atenção farmacêutica prevê a educação em
saúde, incluindo o uso racional de medicamentos, a
orientação farmacêutica, dispensação, atendimento
farmacêutico, acompanhamento e registro das atividades e
a conseqüente avaliação dos resultados.
Para
efetivar a implantação deste sistema em Campinas está
sendo criado um grupo de estudo de atenção farmacêutica
e em setembro será realizado um seminário sobre o tema.