Campinas prepara a implantação da atenção farmacêutica

12/06/2006

O sistema de saúde em Campinas esteve representado no seleto grupo de 40 municípios de todo o país que participou do 1º Seminário Internacional para Implementação da Atenção Farmacêutica no SUS. Realizado no final de maio, em Brasília, o seminário reuniu 150 representantes da comunidade de atenção farmacêutica nacional e internacional (Estados Unidos, Espanha, Cuba e Argentina), que compartilharam experiências para a construção de uma política de atenção farmacêutica voltada para o uso racional de medicamentos.

Estima-se que mais de 25% dos medicamentos não são utilizados de forma correta por falta de informações ao paciente. De acordo com o Sistema de Informações Toxicológicas (Sinitox) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o uso inadequado de medicamentos é a principal causa de intoxicações no Brasil.

“O convite para participarmos deve-se ao papel que Campinas representa no Sistema Único de Saúde e também pelo fato de estarmos implantando a atenção farmacêutica”, diz a farmacêutica Maria Elisa do Amaral Moreira Bertonha, coordenadora do programa de Assistência Farmacêutica do Departamento de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, que representou Campinas no evento.

De acordo com Maria Elisa, a filosofia da atenção farmacêutica é um conceito novo, focado diretamente no usuário e no farmacêutico, tendo um componente fortemente humanístico.

Em 1993, a Organização Mundial de Saúde (OMS) entendeu que a atenção farmacêutica tem papel essencial na atenção sanitária da comunidade. Entretanto, devido ao limitado acesso à atenção farmacêutica, os níveis de mortalidade associados ao uso dos medicamentos não param de crescer em todo o mundo. No Brasil, os medicamentos são os principais causadores de intoxicações desde 1996.

O documento Proposta de Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica entende que a atenção farmacêutica compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidade na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. “É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida”, diz.

A atenção farmacêutica prevê a educação em saúde, incluindo o uso racional de medicamentos, a orientação farmacêutica, dispensação, atendimento farmacêutico, acompanhamento e registro das atividades e a conseqüente avaliação dos resultados.

Para efetivar a implantação deste sistema em Campinas está sendo criado um grupo de estudo de atenção farmacêutica e em setembro será realizado um seminário sobre o tema.

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