Autor: Marco Aurélio Capitão
Pais e responsáveis por crianças menores de cinco anos de idade têm até sexta-feira, 18 de junho, para levar seus filhos para serem vacinados contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. A prorrogação em Campinas foi decidida nesta segunda-feira, 14 de junho, pela Secretaria Municipal de Saúde em virtude da cobertura vacinal ter ficado abaixo da esperada para esta primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite.
De acordo com os dados levantados pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde foram aplicadas, neste sábado, 48,6 mil doses, o que corresponde a 67% do público alvo estabelecido em 71.668 crianças. A meta da Secretaria de Saúde de Campinas era vacinar, pelo menos, 68 mil crianças menores de cinco anos.
Os números revelam que foram aplicadas 10 mil doses a menos do que na primeira etapa da campanha no ano passado, quando 59 mil pessoas foram imunizadas num total de 83% do público alvo.
A enfermeira Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, considera preocupante a cobertura ter ficado abaixo das expectativas nesta primeira etapa da Campólio. No seu entender, o mau tempo que prevaleceu praticamente durante todo o sábado, além da preocupação da população com outras vacinas, como a da H1N1 e da gripe sazonal, podem ter contribuído para o baixo comparecimento das pessoas aos centros de saúde.
“É importante que os pais levem seus filhos às unidades de saúde mais perto de suas residências para que nesta semana de prorrogação da campanha possamos atingir nossa meta”, advertiu a coordenadora. Ela explica que os postos de saúde estarão abertos no horário normal de funcionamento.
A abertura oficial da Campanha Nacional de Vacinação Infantil de 2010, na manhã deste sábado, ocorreu no Centro de Saúde São Marcos, na região Norte de Campinas, contou com a presença do secretário-adjunto municipal de Saúde, Pedro Humberto Scavariello, da coordenadora municipal da Saúde da Criança e do Adolescente, Maria Fernanda Costa Haddad, e a coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal, Brigina Kemp.
A vacina contra a poliomielite é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a única maneira de erradicar a doença em todo o mundo. “Essa estratégia é fundamental para garantir a erradicação da doença, pois funciona como uma barreira para o vírus da pólio que ainda circula em países da África e da Ásia”, afirma a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas.
O Brasil está livre do vírus causador da pólio desde 1989, quando o último caso da doença foi registrado, na Paraíba. No Estado de São Paulo foi em 1988, em Teodoro Sampaio. Em 1994, o país recebeu da OMS o certificado de eliminação da poliomielite. No entanto, enquanto houver circulação do vírus em qualquer região do mundo é necessário continuar com a vacinação, pois há o risco de importação de casos provenientes de países que ainda registram casos da doença, como Paquistão, Índia, Afeganistão e Nigéria.
Mais sobre a vacina contra a pólio.
Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a paralisia infantil é administrada via oral e está disponível durante todo o ano nos postos de saúde para as vacinações de rotina. No entanto, é importante que todas as crianças menores de cinco anos (de 0 a 4 anos 11 meses e 29 dias) tomem as duas doses da vacina durante a Campanha Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas várias vezes anteriormente.
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus) e a contaminação se dá principalmente por via oral.
No Brasil - Balanço parcial do Ministério da Saúde aponta que pelo menos 6,5 milhões de crianças foram vacinadas na primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, neste sábado, 12 de junho. A estimativa não inclui boa parte dos imunizados em estados que tiveram problemas pontuais na coleta de informações ou que ainda estão atualizando os dados.
Um novo balanço da vacinação contra a paralisia infantil será divulgado no início da semana que vem. “Estamos confiantes de que atingiremos a meta de imunizar 95% dos menores de cinco anos”, afirma Carmem Osterno, coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. O público-alvo da campanha são 14,6 milhões de pequenos até cinco anos.
Para esta etapa, o Ministério da Saúde distribuiu cerca de 24 milhões de doses da vacina. No total, 115 mil postos abriram para proteger a criançada. A vacinação mobilizou 350 mil pessoas em todo o País. Foram investidos R$ 40,9 milhões na campanha. A segunda dose da vacina será aplicada no dia 14 de agosto.
