Rosália recebe operação antidengue a partir desta quarta-feira, 13 de julho

12/07/2005

A Secretaria de Saúde de Campinas promove entre quarta-feira, 13 de julho, e sexta-feira, 15, mais uma megaoperação contra a dengue, desta vez na área do Módulo de Saúde da Família do Rosália, na abrangência do Centro de Saúde (CS) Anchieta, Região Norte da cidade. No local, foram confirmados, desde abril, sete casos autóctones – com transmissão na própria comunidade – da doença. Outros 16 suspeitos aguardam resultados de exames laboratoriais.

A estratégia, definida no último sábado, dia 2, em conjunto com a subprefeitura de Aparecidinha e com participação de líderes da comunidade, incorpora intensificação das ações de vigilância epidemiológica, com busca ativa minuciosa de pacientes com sintomas, combate ao vetor – o Aedes aegypti –, por meio de arrastão de criadouros, vistoria, revisão e telagem de caixas d´água, ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social.

Para os trabalhos em campo, serão mobilizados 24 agentes comunitários de saúde, quatro supervisores de controle ambiental, oito ajudantes de controle ambiental, além dos técnicos da Vigilância em Saúde (Visa) Norte, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e funcionários da subprefeitura. A coordenação do Centro de Saúde Anchieta vai acompanhar as atividades.

Na quarta-feira, as ações serão desenvolvidas nos bairros 7 de Setembro, São Luís, Rosália 4, Rosália 2, São Geraldo e Parque Família. Na quinta-feira, no Rosália 1, e, na sexta-feira, no Beiro Rio e Três Marias.

Um dos objetivos da ação é baixar a pendência - casas que não podem ser visitadas porque estão fechadas – que chega a 40% na comunidade. Segundo o biólogo Ovando Provatti, da Visa Norte, a área reúne vários fatores de risco para a dengue como caixas d´água sem manutenção e um número grande de moradores que trabalham com reciclagem. Além disso, existe no local uma rua de comércio que tem trânsito intenso de pessoas.

"Por isso, é fundamental que as pessoas recebam as equipes. Os moradores devem se programar para estar em casa no dia da ação na sua rua ou, na impossibilidade, deixar a chave com o vizinho ou um outro responsável para facilitar o acesso dos técnicos", diz Ovando.

O biólogo afirma que não existe temporada de dengue e que o combate aos criadouros precisa ser cotidiano, independente de ser verão ou inverno. "A incidência é maior no período do verão, quando chove e faz calor, mas a dengue ocorre durante o ano todo. Por isto, o combate precisa ser diário ao longo do ano. Além disto a comunidade precisa ser parceira", diz.

Segundo Ovando, no Rosália, a caixa d´água tem sido um importante criadouro nesta fase de seca. Neste caso, a Secretaria de Saúde orienta que a este recipiente tem que estar bem vedado ou seja a tampa deve ser ajustada e sem presença de trincas. Outro cuidado com a caixa d´água é com relação ao respiro ou ladrão que tem que estar vedado também (com um pedaço de espuma ou uma tela).

Os primeiros sintomas da dengue são febre alta, dores de cabeça e no corpo e mal-estar geral. O tratamento é feito com medicação para amenizar estes sinais. A orientação da Secretaria de Saúde é que a pessoa não se automedique e, na ocorrência de febre ou mal-estar, procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima.

Cuidados contra a dengue:

- Inviabilizar - furar, tampar, cobrir, emborcar (virar de cabeça para baixo) - qualquer recipiente que possa acumular água e dispor corretamente criadouros ou colocá-los em local livre da chuva;

- Desobstruir sujeiras de calhas, remover água acumulada das lajes, usar ralos abre e fecha ou, na impossibilidade, colocar água sanitária, manter piscina clorada ou, se estiver em desuso, mantê-la com o mínimo de água possível, com adição de cloro e com tela devidamente esticada.

- Os pratos de vaso precisam estar justapostos ao tamanho da planta ou furados. Se este procedimento não for possível, é indicado adicionar areia grossa umedecida até a borda do prato;

- O aquário deve estar vedado ou com a abertura telada já que nem todos os peixes de aquário são larvófagos (se alimentam de larvas);

- Estabelecimentos como comércio, escolas, igrejas, empresas e serviços em geral podem contribuir no controle da dengue principalmente no que diz respeito à manutenção predial e à divulgação de informações sobre a doença.

Denize Assis

Volta ao índice de notícias