A
Secretaria de Saúde de Campinas, representada pelo médico
sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Vigilância
em Saúde (Visa), participou nos dias 14 e 15 de
julho, quinta-feira e sexta-feira da semana passada,
em Curitiba (PR), da Reunião Macrorregional Centro
Sul de Avaliação do Programa Nacional de Eliminação
da Hanseníase. O encontro teve como objetivo manter o
monitoramento das ações contra a doença, de forma a
avaliar resultados, identificar necessidades e propor
novas atividades que garantam continuidade ao
programa.
O
evento reuniu técnicos da Secretaria de Vigilância
em Saúde (SVS) e do Ministério da Saúde,
representantes das Secretarias Estaduais de Saúde do
Centro Sul (DF, GO, MG, RJ, SP, ES, PR, RS e SC) e dos
municípios com maiores índices de prevalência de
hanseníase na região.
A
meta da SVS é atingir a prevalência de um caso de
hanseníase por 10 mil habitantes até dezembro de
2005, com atenção especial às crianças
contaminadas, para que, com o tratamento adequado,
seja quebrada a cadeia de transmissão familiar. Hoje,
Campinas apresenta taxa de prevalência de 0,8 para
cada grupo de 10 mil habitantes e, junto com Sorocaba
e Itu, integra os municípios prioritários para o
controle da doença. A taxa do Brasil é de 1,7
caso/10 mil habitantes. No Centro Sul, as taxas mais
preocupantes são de 3,62/10 mil em Goiás, 2,96/10
mil no Espírito Santo, 1,42/10 mil no Paraná e
1,32/10 mil no Distrito Federal.
Segundo
André Ricardo Ribas de Freitas, o principal desafio
de Campinas é conseguir identificar os casos nas
formas iniciais da doença. "O município avançou
ao conseguir reduzir a prevalência de casos, mas as
ocorrências continuam a ser identificadas quando o
paciente está com a doença numa fase avançada e já
desenvolveu alguma seqüela", diz.
Descentralização.
Para vencer este desafio, o município descentralizou
o atendimento à doença, o que significa que as
equipes do Programa Saúde da Família, Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) e todas as unidades do
SUS passaram a integrar a rede de atendimento ao
paciente, facilitando o acesso universal ao diagnóstico
e tratamento.
"Nosso
objetivo agora é trabalhar com capacitação das
equipes no sentido de fazer com que estes serviços
constituam uma rede competente de diagnóstico e
tratamento da doença. É necessário que os
profissionais de saúde estejam sensibilizados para
pensar em hanseníase e, assim, identificar os
casos", diz André. Segundo o sanitarista, outro
desafio do município é melhorar a ampliar as
atividades de orientação e informação para a
população, com enfoque para o combate ao preconceito
contra o portador da doença.
O
trabalho implementado por Campinas atende a principal
estratégia do Programa Nacional de Eliminação da
Hanseníase de integração das ações de diagnóstico
e tratamento da doença na atenção básica. Também
integra a estratégia do Programa a organização das
redes de alta e média complexidades para atenção
aos pacientes portadores de incapacidades ou
deformidades físicas decorrentes da doença. Isto
viabilizará o acesso dos pacientes aos procedimentos
de reabilitação, como cirurgias reparadoras, órteses
e próteses.
Saiba
mais
O que
é a hanseníase:
é
uma doença incapacitante, causada pelo bacilo Mycobacterium
leprae ou bacilo de Hansen.
Como
se pode contrair:
A
transmissão da doença se dá pelas vias aéreas
superiores pelo contato direto e prolongado com uma
pessoa doente, não tratada. Para desenvolver a doença,
a pessoa deve aspirar uma grande quantidade de
bacilos, situação que é favorecida quando há
contato prolongado com o doente que não esteja em
tratamento que é o caso de contato familiar.
Como
identificar os sinais da doença:
Manchas
claras (esbranquiçadas) ou vermelhas e dormentes (que
não coçam e não doem e são insensíveis ao calor e
ao frio) na pele podem ser consideradas suspeitas de
hanseníase. Nesse caso é necessário procurar um
centro de saúde.
O
tratamento:
É
feito com ingestão de comprimidos. É simples e é de
graça em todos os centros de saúde. Não pode ser
interrompido e, na maioria das vezes, dura seis meses.
Nas primeiras doses do medicamento, os bacilos deixam
de infectar e, portanto, a doença deixa de ser
transmitida.
Denize
Assis