Campinas é premiada por trabalho na Vigilância da Sífilis Congênita

04/07/2007

O trabalho ‘Articulação na Vigilância da Sífilis Congênita no Município de Campinas’, implementado pela Secretaria Municipal de Saúde por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), recebeu prêmio da Secretaria de Saúde do Estado como 2ª experiência exitosa entre inúmeras outras desenvolvidas pelos municípios paulistas.

A premiação ocorreu no dia 21 de junho durante o seminário Sífilis Congênita: Um desafio para a saúde pública, ocorrido na capital paulista, quando foi lançado o programa São Paulo sem Sífilis até 2012. Foram premiadas experiências desenvolvidas por dez secretarias municipais de saúde do estado. O encontro reuniu representantes de todas as 645 cidades do Estado.

Transmitida de mãe para filho, a sífilis congênita pode acarretar a morte do bebê (em 40% dos casos) ou deixar seqüelas como surdez, problemas neurológicos e má formação óssea.

Em 2005, Campinas registrou 43 casos de sífilis congênita. Em 2006, 27. No Estado de São Paulo, foram registrados 859 casos em 2005 e 274 no ano passado (os dados de 2007 são preliminares).

O trabalho desenvolvido em Campinas tem como meta a eliminação da sífilis congênita no município e inclui: capacitação dos técnicos das vigilâncias em saúde e dos hospitais que contam com maternidade; busca ativa de todos os casos de sífilis diagnosticados no laboratório municipal visando principalmente o tratamento adequado; e discussão com a equipe do centro de saúde sobre os casos suspeitos notificados nas maternidades para identificar se houve falhas no pré-natal e propor medidas de adequação das condutas.

Segundo a equipe técnica da Covisa, em Campinas é possível ter o controle e caminhar para a eliminação da sífilis congênita já que 98% das gestantes realizam pré-natal e em número de consultas suficiente para diagnóstico e tratamento da doença. “A sífilis congênita pode ser evitada e tratada. Por isso, temos a meta de zerar os casos”, diz a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), que apresentou o trabalho de Campinas no evento em São Paulo.

Segundo Carmo Ferreira, o pré-natal bem feito, com a realização de dois exames de sífilis - um logo no início e outro no terceiro trimestre de gravidez, conforme protocolo do Ministério da Saúde -, é fundamental na eliminação da sífilis congênita.

“O exame é gratuito e o tratamento, feito com penicilina, também. Se a mãe for alérgica à penicilina, ela toma outro remédio”, informa. A gestante tem que fazer o tratamento completo e com orientação de seu médico. Para o acompanhamento de cura, a gestante deverá repetir o exame para sífilis todo mês. “O companheiro da gestante com sífilis também deve se tratar e a camisinha deve ser usada porque esta é uma doença sexualmente transmissível (DST)”, diz.

Carmo Ferreira informa que o principal desafio em relação à sífilis congênita é o tratamento do companheiro da mulher, que muitas vezes não aceita ser medicado. Por isto, segundo ela, este será um dos focos dos trabalhos daqui pra frente.

A enfermeira informa, ainda, que toda gestante, toda mulher que quer engravidar, independentemente de apresentar qualquer sintoma, deve fazer o exame que diagnostica a sífilis. “A gestante tem direito ao teste e deve solicitá-lo, se o médico não o fizer”, afirma.

A sífilis congênita é uma doença de notificação compulsória. Portanto, todos os casos têm que ser informados obrigatoriamente à Vigilância em Saúde.

Denize Assis

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