O trabalho ‘Articulação
na Vigilância da Sífilis Congênita no Município de
Campinas’, implementado pela Secretaria Municipal de Saúde
por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa),
recebeu prêmio da Secretaria de Saúde do Estado como 2ª
experiência exitosa entre inúmeras outras desenvolvidas
pelos municípios paulistas.
A premiação ocorreu no
dia 21 de junho durante o seminário Sífilis Congênita: Um
desafio para a saúde pública, ocorrido na capital
paulista, quando foi lançado o programa São Paulo sem
Sífilis até 2012. Foram premiadas experiências desenvolvidas
por dez secretarias municipais de saúde do estado. O
encontro reuniu representantes de todas as 645 cidades do
Estado.
Transmitida de mãe para
filho, a sífilis congênita pode acarretar a morte do bebê
(em 40% dos casos) ou deixar seqüelas como surdez, problemas
neurológicos e má formação óssea.
Em 2005, Campinas
registrou 43 casos de sífilis congênita. Em 2006, 27. No
Estado de São Paulo, foram registrados 859 casos em 2005 e
274 no ano passado (os dados de 2007 são preliminares).
O
trabalho desenvolvido em Campinas tem como meta a eliminação
da sífilis congênita no município e inclui: capacitação dos
técnicos das vigilâncias em saúde e dos hospitais que contam
com maternidade; busca ativa de todos os casos de sífilis
diagnosticados no laboratório municipal visando
principalmente o tratamento adequado; e discussão com a
equipe do centro de saúde sobre os casos suspeitos
notificados nas maternidades para identificar se houve
falhas no pré-natal e propor medidas de adequação das
condutas.
Segundo a equipe
técnica da Covisa, em Campinas é possível ter o controle e
caminhar para a eliminação da sífilis congênita já que 98%
das gestantes realizam pré-natal e em número de consultas
suficiente para diagnóstico e tratamento da doença. “A
sífilis congênita pode ser evitada e tratada. Por isso,
temos a meta de zerar os casos”, diz a enfermeira
sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa), que apresentou o trabalho de
Campinas no evento em São Paulo.
Segundo Carmo Ferreira,
o pré-natal bem feito, com a realização de dois exames de
sífilis - um logo no início e outro no terceiro trimestre de
gravidez, conforme protocolo do Ministério da Saúde -, é
fundamental na eliminação da sífilis congênita.
“O exame é gratuito e o
tratamento, feito com penicilina, também. Se a mãe for
alérgica à penicilina, ela toma outro remédio”, informa. A
gestante tem que fazer o tratamento completo e com
orientação de seu médico. Para o acompanhamento de cura, a
gestante deverá repetir o exame para sífilis todo mês. “O
companheiro da gestante com sífilis também deve se tratar e
a camisinha deve ser usada porque esta é uma doença
sexualmente transmissível (DST)”, diz.
Carmo Ferreira informa
que o principal desafio em relação à sífilis congênita é o
tratamento do companheiro da mulher, que muitas vezes não
aceita ser medicado. Por isto, segundo ela, este será um dos
focos dos trabalhos daqui pra frente.
A enfermeira informa,
ainda, que toda gestante, toda mulher que quer engravidar,
independentemente de apresentar qualquer sintoma, deve fazer
o exame que diagnostica a sífilis. “A gestante tem direito
ao teste e deve solicitá-lo, se o médico não o fizer”,
afirma.
A sífilis congênita é
uma doença de notificação compulsória. Portanto, todos os
casos têm que ser informados obrigatoriamente à Vigilância
em Saúde.
Denize Assis