Saúde visita mais de 400 casas durante ações de combate a dengue

01/08/2003

Mais de 400 residências de moradores da Vila Vitória e do Vida Nova foram visitadas ontem, quinta-feira, 31 de julho, por equipes do Centro de Saúde (CS) União dos Bairros numa operação de combate a dengue. Os profissionais recolheram 940 quilos materiais que servem como criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue. Os agentes comunitários também esclareceram os moradores quanto aos perigos da doença, prevenção e sobre quando procurar o serviço de saúde.

Campinas registrou, desde janeiro de 2003, 447 casos de dengue, sendo 379 autóctones – contraídos na própria cidade. Também há registros de 68 casos importados – quando a pessoa é infectada em outro município. A incidência da doença na cidade é de 43,90 casos para grupo de 100 mil habitantes.

Arrastões - Na próxima semana, de 4 a 8 de agosto, a Secretaria de Saúde de Campinas prossegue com ações de combate à dengue em todo município. Na terça-feira, 5 de agosto, haverá arrastão na área do Centro de Saúde Balão do Laranja, região Noroeste. Na quarta-feira, 6, as equipes concentram esforços na área do Centro de Saúde São Marcos, região Norte, com eliminação de criadouros, busca ativa de casos suspeitos e ações educativas.

Na quinta-feira, 7, ocorre arrastão na abrangência do Centro de Saúde União dos Bairros, região Sudoeste. Na sexta-feira, 8, as equipes eliminam possíveis focos do mosquito da dengue na região Sul, na área do Centro de Saúde Faria Lima.

De Norte a Sul da cidade, as equipes de saúde também fazem controle dos pontos de risco e dos imóveis especiais. Pontos de risco são os locais que, pela natureza da sua atividade, propiciam a proliferação do mosquito da dengue como borracharias, sucateiros, ferros-velhos. Imóveis especiais são escolas e outros prédios comunitários.

Durante as ações, profissionais da Secretaria de Saúde incentivam campineiros a tomar medidas simples para identificar e eliminar os focos do mosquito. Agentes comunitários alertam sobre os perigos da doença e distribuem cartilhas e panfletos educativos.

Ações permanentes - "As atividades são permanentes e diárias para que possamos estabelecer um controle definitivo sobre a doença", diz a psicóloga Fernanda Borges, supervisora das ações de combate à dengue na Prefeitura.

No entanto, Fernanda alerta que só com a participação da sociedade será possível manter a doença sob controle. Levantamento recente da Secretaria de Saúde mostra que o mosquito da dengue muitas vezes se desenvolve no próprio quintal das pessoas, nas vasilhas com água parada.

A pesquisa mostra ainda que mais de 80% dos criadouros disponíveis para o mosquito estão nas casas e quintais. São lotes sem capinar, cheios de sucatas, pratos de vasas de planta, latas, garrafas, potes, pneus e reservatórios de água entre outros.

De acordo com Ovando Provati, biólogo da Secretaria de Saúde, no verão, na água, em uma semana, a larva se transforma em um mosquito Aedes aegypti. "E basta um mosquito infectado para iniciar a transmissão num raio de 100 a 300 metros", diz. É por isso, segundo Ovando, que não basta cada família cuidar do seu quintal. "As comunidades precisam se unir contra a dengue", completa.

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