Mais de 30
profissionais que atuam na área ambiental iniciam amanhã,
quarta-feira 6 de agosto, na Secretaria de Saúde de
Campinas, o treinamento sobre gestão da qualidade do ar em
centros urbanos. O curso, que é parte da Iniciativa do
ar limpo nas cidades da América Latina, ocorre em todo
País e, na região, está sendo coordenado por técnicos da
Vigilância Ambiental de Campinas. O treinamento tem duração
de oito semanas e as aulas acontecem sempre às
quartas-feiras, das 14h30 às 17h, na Sala Vermelha da
Secretaria de Saúde, no 11o andar da Prefeitura.
O evento é
patrocinado pelo Banco Mundial, Universidade Federal do Rio
de Janeiro e tem colaboração da OPAS (Organização
Pan-Americana de Saúde) e da Usepa (Agência de Proteção
Ambiental dos Estados Unidos) e apoio da FJPF (Fundação
José Pelúcio Ferreira).
As aulas,
por meio de vídeos, ocorrem simultaneamente em todas as
capitais brasileiras, incluindo o Distrito Federal. Campinas
é uma das poucas cidades do interior do estado inclusa na
lista.
Segundo o
arquiteto Flávio Gordon, da Vigilância Ambiental da
Secretaria de Saúde de Campinas, ao completar o curso, os
participantes terão mais embasamento para compreender a
complexidade do problema da contaminação do ar e avaliar a
origem das substâncias poluidoras e seus impactos. "Além
disso, eles terão subsídio para analisar instrumentos técnicos
e econômicos capazes de contribuir para a melhoria da
qualidade do ar urbano", completa.
O objetivo,
de acordo com Gordon, é contribuir para a redução dos
efeitos locais e globais da contaminação do ar. O
arquiteto diz que a poluição do ar é, atualmente, um dos
problemas que mais preocupa as autoridades ambientais dos
grandes centros urbanos. "A questão diz respeito a
toda região metropolitana de Campinas", afirma.
Gordon
explica que Campinas é a referência regional para o curso
em função do tamanho da cidade e dos problemas ambientais
gerados no município. "Por isso, assumimos o papel de
coordenação regional deste trabalho", diz.
As inscrições
já estão encerradas. No entanto, as pessoas podem se
informar sobre a questão na Secretaria de Saúde de
Campinas por meio do endereço covisa.vs@campinas.sp.gov.br
ou pelos telefones 3735 0233 ou 3735 0187.
Ação
regional
– A Secretaria de Saúde de Campinas propôs, em reunião
recente com a Direção Regional de Saúde (DIR 12), o
estudo para a implantação de um programa regional de vigilância
em saúde relacionada à qualidade do ar.
A programa
poderá, segundo Gordon, detectar principais fontes de poluição
do ar na região e fazer uma avaliação dos riscos. A
partir daí, os municípios poderão, de forma integrada,
desencadear ações de prevenção e de monitoramento e
controle da poluição.
O arquiteto
lembra que, nos últimos dias, a questão das doenças
respiratórias está em evidência em Campinas, por conta da
longa estiagem que atinge a região. O aumento da poluição
afeta mais intensamente crianças e idosos e pessoas com
algum problema respiratório. No pronto-socorro do Hospital
Municipal Mário Gatti, houve um aumento de 25% na demanda.
A maior parte das ocorrências é de pessoas com doenças
respiratórias, como asma, bronquite e pneumonia.
"A
estiagem e a baixa umidade relativa do ar dificultam a
dispersão dos particulados – poeiras – e dos poluentes
que são inalados pelas pessoas e agravam os problemas
respiratórios", diz Gordon.