Saúde reforça estratégias e busca parcerias para melhorar vacinação contra a paralisia infantil

13/08/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas quer somar todos os esforços para conseguir vacinar o maior número possível de crianças contra a paralisia infantil no próximo dia 23, na segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. Desde 1999, a cidade não consegue atingir a meta de vacinar pelo menos 95% das crianças menores de cinco anos contra a doença durante as campanhas, conforme estabelecem a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.

De acordo com dados da Fundação Seade, o município tem 75.063 cidadãos nesta faixa etária. Em 99, foram vacinados 88%. Em 2000, 86,5%, em 2001, 84,3% e, em 2002, 85,2%. Este ano, na primeira fase, 88,2% do público alvo receberam a vacina.

A situação preocupa a Secretaria de Saúde. Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, a poliomielite ainda acomete centenas de crianças no mundo, principalmente em países como a Índia, Paquistão e Nigéria. Ela informa que, em 2003, já foram confirmados laboratorialmente 210 casos no mundo. Por isso, de acordo com Brigina, é necessário atingir o máximo de crianças durante as campanhas para garantir que a doença continue erradicada no Brasil.

"Como o vírus ainda circula em vários países do mundo e considerando que é grande o número de pessoas que viaja de um país para outro, é possível sim que voltemos a registrar casos no Brasil. Para impedir que isto ocorra é preciso garantir a vacinação do maior número possível de crianças durante as campanhas", diz a coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal.

Brigina explica que a poliomielite é uma doença de fácil transmissão. O poliovírus, microorganismo que causa a doença, é transmitido pela fezes e também por via respiratória. Ela reforça que o Brasil possui condições favoráveis para a transmissão da poliomielite porque ainda sofre com a falta de saneamento e registra problemas derivados da manipulação inadequada de alimentos.

Dentre as estratégias para melhorar a cobertura vacinal – número de crianças vacinadas – na segunda etapa da campanha, a Secretaria de Saúde de Campinas acaba de fortalecer parcerias com representantes da sociedade civil, dentre eles a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) e o Rotary. A Prefeitura também vai reforçar as parcerias com associações comunitárias, comunidades religiosas, instituições públicas e privadas, associações organizadas e Organizações Não Governamentais (ONGs).

Em reuniões já realizadas com o Rotary, ficou estabelecida a busca de parcerias com o Jeep Club e Hospitalhaços entre outros. No próximo sábado, 17 de agosto, o personagem Zé Gotinha vai circular pelos principais shoppings centers da cidade para lembrar as pessoas sobre a campanha e convocá-las a levar as crianças para tomar a gotinha.

No dia da Campanha, os pais ou responsáveis devem levar a carteira de vacinação da criança, já que também serão atualizadas as vacinas em atraso. Quem não tiver o documento, receberá um na ocasião. As doses são gratuitas e estarão disponíveis em mais de 200 postos fixos e volantes espalhados pela cidade. Mesmo as crianças que já tomaram várias doses anteriormente devem ser levadas aos postos no dia 23 de agosto.

De acordo com o calendário de vacinação do Estado de São Paulo, a criança menor de cinco anos deve receber a vacina oral – gotinha – contra a poliomielite aos 2, 4 e 6 meses, além de um reforço aos 15 meses e outro aos 5 anos. E, independentemente de tomado todas estas doses, a criança deve tomar a gotinha nas campanhas.

Os Centros de Saúde (CS) também vão promover eventos para atrair a criançada. Nos CS Esmeraldina, na Região Sul de Campinas, a diversão já está garantida. Os funcionários do serviço irão trabalhar vestidos com fantasias de palhaços, trapezistas, bailarinas e outras que fazem alusão ao Grande Circo. Além disso, após tomarem as vacinas, as crianças vão receber guloseimas.

De acordo com a enfermeira Márcia Regina Geniseli, coordenadora do Esmeraldina, há dois anos, o serviço promove estes eventos durante a vacinação. "O resultado tem sido muito bom. Além atrair mais crianças, o Centro de Saúde reforça o vínculo com a comunidade", diz Márcia. Segundo ela, a expectativa é que entre 800 e 900 crianças recebam a gotinha no Esmeraldina. A vacinação começa às 8 e termina às 17h. O Centro de Saúde Esmeraldina fica na rua Vítor Meireles, 275. Ao lado da Concrex. Na Vila Esmeraldina.

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