A Secretaria de
Saúde de Campinas quer somar todos os esforços para
conseguir vacinar o maior número possível de crianças
contra a paralisia infantil no próximo dia 23, na segunda
fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a
Poliomielite. Desde 1999, a cidade não consegue atingir a
meta de vacinar pelo menos 95% das crianças menores de cinco
anos contra a doença durante as campanhas, conforme
estabelecem a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério
da Saúde.
De acordo com
dados da Fundação Seade, o município tem 75.063 cidadãos
nesta faixa etária. Em 99, foram vacinados 88%. Em 2000,
86,5%, em 2001, 84,3% e, em 2002, 85,2%. Este ano, na primeira
fase, 88,2% do público alvo receberam a vacina.
A situação
preocupa a Secretaria de Saúde. Segundo a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, a poliomielite ainda acomete
centenas de crianças no mundo, principalmente em países como
a Índia, Paquistão e Nigéria. Ela informa que, em 2003, já
foram confirmados laboratorialmente 210 casos no mundo. Por
isso, de acordo com Brigina, é necessário atingir o máximo
de crianças durante as campanhas para garantir que a doença
continue erradicada no Brasil.
"Como o
vírus ainda circula em vários países do mundo e
considerando que é grande o número de pessoas que viaja de
um país para outro, é possível sim que voltemos a registrar
casos no Brasil. Para impedir que isto ocorra é preciso
garantir a vacinação do maior número possível de crianças
durante as campanhas", diz a coordenadora da Vigilância
Epidemiológica Municipal.
Brigina
explica que a poliomielite é uma doença de fácil transmissão.
O poliovírus, microorganismo que causa a doença, é
transmitido pela fezes e também por via respiratória. Ela
reforça que o Brasil possui condições favoráveis para a
transmissão da poliomielite porque ainda sofre com a falta de
saneamento e registra problemas derivados da manipulação
inadequada de alimentos.
Dentre as
estratégias para melhorar a cobertura vacinal – número de
crianças vacinadas – na segunda etapa da campanha, a
Secretaria de Saúde de Campinas acaba de fortalecer parcerias
com representantes da sociedade civil, dentre eles a Associação
Comercial e Industrial de Campinas (Acic) e o Rotary. A
Prefeitura também vai reforçar as parcerias com associações
comunitárias, comunidades religiosas, instituições públicas
e privadas, associações organizadas e Organizações Não
Governamentais (ONGs).
Em reuniões
já realizadas com o Rotary, ficou estabelecida a busca de
parcerias com o Jeep Club e Hospitalhaços entre outros. No próximo
sábado, 17 de agosto, o personagem Zé Gotinha vai circular
pelos principais shoppings centers da cidade para lembrar as
pessoas sobre a campanha e convocá-las a levar as crianças
para tomar a gotinha.
No dia da
Campanha, os pais ou responsáveis devem levar a carteira de
vacinação da criança, já que também serão atualizadas as
vacinas em atraso. Quem não tiver o documento, receberá um
na ocasião. As doses são gratuitas e estarão disponíveis
em mais de 200 postos fixos e volantes espalhados pela cidade.
Mesmo as crianças que já tomaram várias doses anteriormente
devem ser levadas aos postos no dia 23 de agosto.
De acordo com
o calendário de vacinação do Estado de São Paulo, a criança
menor de cinco anos deve receber a vacina oral – gotinha –
contra a poliomielite aos 2, 4 e 6 meses, além de um reforço
aos 15 meses e outro aos 5 anos. E, independentemente de
tomado todas estas doses, a criança deve tomar a gotinha nas
campanhas.
Os Centros de
Saúde (CS) também vão promover eventos para atrair a criançada.
Nos CS Esmeraldina, na Região Sul de Campinas, a diversão já
está garantida. Os funcionários do serviço irão trabalhar
vestidos com fantasias de palhaços, trapezistas, bailarinas e
outras que fazem alusão ao Grande Circo. Além disso, após
tomarem as vacinas, as crianças vão receber guloseimas.
De acordo com
a enfermeira Márcia Regina Geniseli, coordenadora do
Esmeraldina, há dois anos, o serviço promove estes eventos
durante a vacinação. "O resultado tem sido muito bom.
Além atrair mais crianças, o Centro de Saúde reforça o vínculo
com a comunidade", diz Márcia. Segundo ela, a
expectativa é que entre 800 e 900 crianças recebam a gotinha
no Esmeraldina. A vacinação começa às 8 e termina às 17h.
O Centro de Saúde Esmeraldina fica na rua Vítor Meireles,
275. Ao lado da Concrex. Na Vila Esmeraldina.