A Prefeitura de
Campinas deu início nesta quarta-feira, 20 de agosto, a uma série
de medidas para evitar a contaminação das pessoas por febre
maculosa na Lagoa do Taquaral. A Secretaria de Saúde, a
Secretaria de Serviços Públicos adotaram a providência
depois da confirmação de um caso da doença em uma moradora
de Hortolândia. O tratamento já foi iniciado e o estado de
saúde da vítima é estável.
A Prefeitura
já cortou o mato do Parque e vai fazer as podas mais amiúdes
a partir de agora. O manejo das capivaras será reforçado e a
Superintendência do Controle de Endemias (Sucen) inicia nesta
quinta-feira, 21, uma pesquisa para checar a infestação de
carrapatos no Parque.
A Secretaria
de Serviços Públicos também vai fixar mais placas
educativas na Lagoa. Elas vão veicular mensagens com orientações
para que as pessoas evitem as áreas de vegetação do Parque.
A pesca também está proibida a partir de agora.
A enfermeira
sanitarista Salma Balista, coordenadora da Vigilância e Saúde
Ambiental de Campinas (Covisa), informa que a Secretaria de Saúde
também vai reforçar as orientações para que as pessoas que
trabalham na Lagoa, especialmente as que lidam com o mato, não
se exponham ao risco. Elas devem utilizar roupas adequadas
como calças compridas e blusas de mangas compridas, além de
botas entre outros cuidados. Também é necessário que estes
profissionais façam auto-exame, em intervalos curtos, para
verificar se há carrapatos aderidos à pele.
A partir do
próximo final de semana, 23 e 24 de agosto, equipes de Saúde
do Paidéia estarão no local para orientar os freqüentadores
do parque. A Lagoa do Taquaral recebe 20 mil visitantes por
semana.
A febre
maculosa é uma doença provocada por uma bactéria (Rickttsia
rickettssii) transmitida ao homem pelo carrapato-estrela (Amblyomma
cajennense) ou micuim. A bactéria habita o sangue de
animais silvestres e doméstico. Dentre os animais silvestres,
a capivara tem especial importância. A presença das
capivaras e a infestação de carrapatos tornam a Lagoa do
Taquaral um local de risco para a doença.
Comum na região
de Campinas, a febre maculosa produz sintomas parecidos com os
de outras doenças, como leptospirose e dengue hemorrágica.
Os principais sinais são febre alta com início súbito, dor
de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele. Também
podem surgir dor abdominal e prostração.
Campinas
confirmou 14 casos de febre maculosa de 1995 a 2003. Do total
de casos, 43% foram a óbito.
Prevenção
– De acordo com Salma, não há vacinas disponíveis
eficazes para a doença. No entanto, segundo ela, as pessoas
podem tomar certos cuidados para evitá-la. "O ideal é
evitar o acesso às áreas de vegetação das áreas de
risco", diz a enfermeira.
Na região de
Campinas, já estão confirmados casos de pessoas infectadas
nas margens dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí,
principalmente nos municípios de Pedreira, Jaguariúna e
Campinas, além de Amparo e Valinhos.
Na Lagoa do
Taquaral, o caso confirmado esta semana é o primeiro de toda
história do parque. Também já foram confirmados casos de
pessoas infectadas em Joaquim Egídeo, Fazenda Barra Jaguari,
Fazendo Monte D’Este, Parque Hermógenes, área próxima ã
Fazenda Solar das Andorinhas e Sousas.
Se precisar
transitar em áreas de risco para a doença, a pessoa deve
proteger todo corpo usando roupas claras com mangas compridas
e calças compridas. A cada duas horas é necessário fazer um
auto-exame para verificar se há carrapatos aderidos à pele.
De acordo com
técnicos da Vigilância Epidemiológica de Campinas, o
momento da retirada dos carrapatos de uma pessoa parasitada é
importante para a prevenção da doença. Quanto mais precoce,
completa e segura a retirada, menor a chance de inoculação
de bactérias – e portanto de surgir febre maculosa – e de
complicações locais como reação inflamatória ou infecção
secundária.
Por isso, a
orientação da Secretaria de Saúde é para que a retirada de
carrapatos seja feita, de preferência, nos Centros de Saúde.
Nestes serviços, o profissional está preparado para retirar
o carrapato, operação que deve ser feita com luva. Ele também
pode verificar se há outros exemplares aderidos ao corpo da
pessoa e orientá-la sobre a doença, sintomas, quando
procurar o profissional de saúde e maneiras de prevenção.