A
Secretaria de Saúde de Campinas comemora nesta sexta-feira,
29 de agosto, dois anos de implantação do Programa Paidéia.
A celebração do aniversário ocorre na Estação Cultura, a
partir das 8h30, e reúne o Secretário Nacional de Saúde, o
médico sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos, a prefeita
Izalene Tiene, a secretária municipal de Saúde, a médica
sanitarista Maria do Carmo Cabral Carpintéro além de todos
os servidores municipais da saúde. Parceiros do Sistema Único
de Saúde (SUS) de Campinas também estão convidados para a
festa.
O Paidéia
ampliou a assistência a saúde a 150 mil famílias
campineiras. Desde sua implantação, em agosto de 2001, já
foram instituídas 150 equipes de saúde da família nos 46
Centros de Saúde do município. Cada equipe é composta por médico
de família, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes
comunitários de saúde. Algumas equipes ainda são ampliadas
com dentista, auxiliar e técnico de higiene dental.
Vínculo
Os agentes
comunitários, sempre moradores do bairro, visitam os cidadãos
das suas comunidades, identificam doenças e encaminham os
casos para as equipes que ficam nos Centros de Saúde ou nos Módulos
de Saúde da Família. O cidadão que precisa, recebe assistência
em casa.
"A gente
chega, se apresenta, informa sobre o Paidéia, explica nosso
objetivo e recolhe dados para fazer o cadastro. Também
verifica as condições de vida e se a pessoa tem alguma doença
e precisa de acompanhamento médico. Nosso primeiro contato já
desencadeia um vínculo", diz Maria do Carmo Lima, agente
comunitário. Ela faz parte da equipe Azul do Paidéia do CS São
Cristóvão.
A equipe do
Paidéia presta atendimento aos agravos de saúde e ainda atua
no combate e prevenção de doenças como tuberculose, hanseníase,
hipertensão e diabetes e para reduzir a mortalidade infantil.
Crianças, idosos e gestantes recebem atenção especial.
O pedreiro
aposentado Anísio Galvão, de 62 anos, vive acamado há 11
anos por conta de um derrame que o deixou impossibilitado de
falar ou andar. Ele mora na área do CS São Cristóvão, Região
Sudoeste de Campinas, e há quase dois anos recebe atendimento
domiciliar médico e de enfermagem periódico.
"Meu
marido não tem condições de ir ao centro de saúde. A
visita facilita bastante e é a única maneira dele ter acesso
à equipe de saúde. Também é uma oportunidade para que eu
possa medir a pressão e receber outros cuidados", diz
Lurvina Aparecida Galvão, esposa de Anísio. Lurvina e Anísio
integram uma das 2,8 mil famílias atendidas em casa pelo Paidéia.
Recursos
Um
terço da verba para manter o Paidéia vem do Governo Federal
por meio do Sistema Único de Saúde. Os outros dois terços são
custeados pelo município. Para implementar o Paidéia, a
Prefeitura inaugurou, nos últimos dois anos, treze módulos
de saúde da família e colocou para funcionar dois Centros de
Saúde, o Carvalho de Moura, na Região Sul, e o União dos
Bairros, na Região Sudoeste. Em setembro, vai inaugurar o
Centro de Saúde do Parque Itajaí, na Região Noroeste da
cidade. Também inaugurou o novo pronto-socorro do São José.
De acordo com
a secretária de Saúde de Campinas, Maria do Carmo Cabral
Carpintéro, o modelo Paidéia explora todo o potencial de
apoio à comunidade que os profissionais de saúde possuem, o
que resulta em um atendimento diferenciado que vai além da
consulta médica.
"É uma
forma de trabalhar que investe na autonomia e na desmedicalização.
A idéia é que os servidores da saúde tratem as dificuldades
relacionadas às condições inadequadas de vida como problema
de saúde", afirma Maria do Carmo.
O diretor de
saúde de Campinas, Roberto Marden, informa que as mudanças
promovidas pelo Paidéia possibilitaram também uma maior
agilidade dos serviços, além de reduzir a fila em muitos módulos
e centros de saúde.
"O Paidéia
é piloto no Brasil porque adota um modelo de saúde da família
para a grande cidade. Um modelo heterodoxo, que valoriza a
prevenção e a clínica", informa Roberto.
O diretor diz
ainda que a procura pelos prontos-socorros diminuiu e a produção
da Secretaria aumentou. Atualmente, são realizadas, em, média,
170 mil consultas por mês na rede própria e conveniada. De
acordo com dados da Secretaria de Saúde, o número é 70%
maior que a média mensal verificada no início de 2001,
quando eram realizadas 100 mil.
O gasto com
medicamentos dobrou. Em maio de 2001, eram consumidos R$ 350
mil/mês com remédios. O montante atingiu o dobro, R$ 700, em
setembro de 2002, e, atualmente, já chega a R$ 900 mil
mensais.
Produtividade
O número de
exames clínicos e de imagens, ultrassonografia, mamografia,
radiologia etc, também cresceu. Atualmente, o laboratório
municipal realiza 200 mil exames clínicos por mês. É o
dobro do que fazia no início de 2001. O volume é superior à
somatória dos exames realizados por todos os laboratórios
privados de Campinas.
De acordo com
a Secretaria de Saúde, até o final de 2003 a previsão é de
que Campinas conte com 150 equipes do Paidéia, atendendo a
600 mil cidadãos em todas as regiões da cidade. A meta é
implantar 200 até o final de 2004.