A Vigilância
Sanitária (Visa) Sudoeste apreendeu, na manhã desta
sexta-feira, 29 de agosto, em uma das lojas do Supermercado
Sete, localizada no Parque das Indústrias, na Região
Sudoeste de Campinas. Cerca de 750 quilos de lingüiça e
outros produtos clandestinos de origem animal.
Além dos
embutidos, mercadorias como charque, tripa e massa de carne,
foram encontradas em condições inadequadas de conservação.
Alguns itens estavam expostos para venda.
De acordo com
a bióloga Ellen Fagundes, coordenadora da Visa Sudoeste, o
estabelecimento não possui licença no Serviço de Inspeção
Federal (SIF) para produzir embutidos. Ela informa que os técnicos
que participaram da ação constataram que o local é impróprio
para a produção em escala industrial. A fábrica e os
equipamentos da indústria clandestina foram lacrados e
interditados. Os produtos foram inutilizados e levados para o
aterro Delta.
Parcerias
A ação
contou com a parceria do Serviço de Proteção ao Consumidor
(Procon Campinas), do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e
da Guarda Municipal. Os profissionais da Secretaria de Saúde
chegaram ao local por meio de denúncia anônima. O
estabelecimento foi multado.
De acordo com
o médico veterinário Cláudio Castagna, da Vigilância Sanitária
Sudoeste, o produto de origem animal fabricado em condições
inadequadas pode estar contaminado por agentes causadores de
doença, principalmente bactérias e fungos, que causam danos
à saúde como problemas gastrointestinais, toxoplasmose,
verminoses graves e toxiinfecção alimentar.
Além disso,
existe a suspeita de os produtos terem sido adulterados com
inclusão de jornal, sebo e outros materiais estranhos à
massa do embutido. O veterinário também chama a atenção
para o fato das pessoas acreditarem que o produto de origem
caseira é mais saudável que o industrializado. "Isto é
um mito porque o produto fabricado sem controle dos órgãos
sanitários corre risco de contaminação e adulteração",
diz.
Falta de
higiene
Conforme
explica o veterinário, o item clandestino de origem animal
oferece risco porque pode ter sido produzido sem cuidados de
higiene e com contaminação por fezes, baratas, urina de rato
entre outros problemas.
Castagna
orienta para que o consumidor não adquira produtos de origem
animal sem registro nos órgão competentes – SIF, Serviço
de Inspeção de São Paulo (SISP) e no Serviço de Vigilância
Municipal (SIM). "O consumidor não consegue identificar
se o produto está estragado, contaminado ou adulterado porque
o aspecto, sabor e odor são os mesmos dos produtos produzidos
sob inspeção", diz.
No final de
2002, a Secretaria de Saúde de Campinas vistoriou, em ação
conjunta com Procon, Departamento de Uso e Ocupação do Solo
(Duos) e Sanasa, 196 estabelecimentos comerciais do município.
Na ação, foram apreendidas 6,5 toneladas de alimentos que
poderiam comprometer a saúde (estavam com prazo de validade
vencida ou eram de procedência desconhecida). Este ano, ações
de fiscalização de alimentos já resultaram na interdição
de mais de 20 estabelecimentos nas cinco regiões da cidade.