Denize Assis
A Secretaria de
Saúde de Campinas pretende vacinar pelo menos 95% da população
com até 5 anos, cerca de 71,3 mil crianças, no próximo sábado,
dia 21 de agosto, na segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação
contra a Poliomielite (Paralisia Infantil) que tem o slogan
"A saúde do seu filho vale ouro". O total de moradores
na faixa etária de 0 a 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) na
cidade é de 75,05 mil, segundo dados da Fundação Sistema
Estadual de Análise de Dados (Seade).
Além das doses
contra a poliomielite, nesta segunda etapa, Campinas tem como meta
vacinar também 95% das crianças de 1 até 5 anos de idade (4
anos, 11 meses e 29 dias), cerca de 57,7 mil, contra o sarampo. A
população do município nesta faixa etária, segundo a Fundação
Seade, é constituída de 60,8 mil pessoas. As campanhas de vacinação
em massa contra o sarampo ocorrem a cada 5 anos e são chamadas
campanhas de seguimento.
A Vigilância em
Saúde (Visa) de Campinas informou que o município recebeu 76,5
mil doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e 105
mil doses da vacina contra a poliomielite. A vacinação vai das 8
da manhã às 5 da tarde e as doses são gratuitas.
A enfermeira
sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa, informa que a
campanha de seguimento é uma estratégia necessária para
garantir que todas as crianças estejam imunizadas contra o
sarampo. "Com o passar do tempo, forma-se uma população de
suscetíveis, ou pessoas que estão vulneráveis à doença. Como
a doença ainda ocorre em vários países do mundo, há o risco de
alguma pessoa infectada chegar ao Brasil e, assim, desencadear um
surto", diz.
Há mais de 30
anos a vacina contra o sarampo está disponível na rede pública
de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança
completa o primeiro ano de vida. Segundo Carmo Ferreira, a população
de suscetíveis forma-se porque a eficácia da vacina é de 95% e,
portanto, 5% não desenvolvem imunidade. Também é preciso
considerar que há falha secundária, quando a criança toma a
dose e desenvolve imunidade mas, com o tempo, esta imunidade cai.
A estas duas situações, somam-se os casos das pessoas que não
tomam a vacina e está constituída a população de suscetíveis.
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de
Campinas, o sarampo é a doença febril exantemática de maior
freqüência no mundo, com um taxa de mortalidade importante e de
fácil transmissão. "Por isso, para reduzir o risco de
reintrodução do vírus, é preciso, além de uma boa vigilância
e altas coberturas vacinais, manter homogeneidade, isto é boa
cobertura em todos os municípios e, dentro do município, em
todas as regiões", afirma.
Em 97, diz
Brigina, o Estado de São Paulo enfrentou uma epidemia da doença,
com mais de 20 mil casos e 24 óbitos. Todos os anos, mais de 800
mil crianças morrem no mundo em conseqüência das complicações
do sarampo. A meta da Organização Mundial de Saúde é reduzir o
número de casos para 400 mil em 2007.