Campinas quer vacinar 71 mil contra a poliomielite e 57 mil contra o sarampo no próximo sábado, 21

16/08/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas pretende vacinar pelo menos 95% da população com até 5 anos, cerca de 71,3 mil crianças, no próximo sábado, dia 21 de agosto, na segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (Paralisia Infantil) que tem o slogan "A saúde do seu filho vale ouro". O total de moradores na faixa etária de 0 a 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) na cidade é de 75,05 mil, segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

Além das doses contra a poliomielite, nesta segunda etapa, Campinas tem como meta vacinar também 95% das crianças de 1 até 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), cerca de 57,7 mil, contra o sarampo. A população do município nesta faixa etária, segundo a Fundação Seade, é constituída de 60,8 mil pessoas. As campanhas de vacinação em massa contra o sarampo ocorrem a cada 5 anos e são chamadas campanhas de seguimento.

A Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas informou que o município recebeu 76,5 mil doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e 105 mil doses da vacina contra a poliomielite. A vacinação vai das 8 da manhã às 5 da tarde e as doses são gratuitas.

A enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa, informa que a campanha de seguimento é uma estratégia necessária para garantir que todas as crianças estejam imunizadas contra o sarampo. "Com o passar do tempo, forma-se uma população de suscetíveis, ou pessoas que estão vulneráveis à doença. Como a doença ainda ocorre em vários países do mundo, há o risco de alguma pessoa infectada chegar ao Brasil e, assim, desencadear um surto", diz.

Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo está disponível na rede pública de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida. Segundo Carmo Ferreira, a população de suscetíveis forma-se porque a eficácia da vacina é de 95% e, portanto, 5% não desenvolvem imunidade. Também é preciso considerar que há falha secundária, quando a criança toma a dose e desenvolve imunidade mas, com o tempo, esta imunidade cai. A estas duas situações, somam-se os casos das pessoas que não tomam a vacina e está constituída a população de suscetíveis.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de Campinas, o sarampo é a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com um taxa de mortalidade importante e de fácil transmissão. "Por isso, para reduzir o risco de reintrodução do vírus, é preciso, além de uma boa vigilância e altas coberturas vacinais, manter homogeneidade, isto é boa cobertura em todos os municípios e, dentro do município, em todas as regiões", afirma.

Em 97, diz Brigina, o Estado de São Paulo enfrentou uma epidemia da doença, com mais de 20 mil casos e 24 óbitos. Todos os anos, mais de 800 mil crianças morrem no mundo em conseqüência das complicações do sarampo. A meta da Organização Mundial de Saúde é reduzir o número de casos para 400 mil em 2007.

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