Visa registra caso de reação adversa devido ao uso do produto Doutorzinho

16/08/2005

A Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas informou nesta terça-feira, 16 de agosto, que recebeu notificação de um caso de evento adverso – reação ao uso de determinada substância - relacionado ao produto comercializado com o nome de Doutorzinho. Trata-se de uma criança de três meses para a qual a família ministrou indevidamente o referido produto dissolvido no líquido para inalação.

Após o procedimento, a criança começou a passar mal e evoluiu para um quadro de insuficiência respiratória aguda sendo necessária intervenção médica e internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal Mário Gatti. Hoje, após dois dias de internação, ela já passa bem e não corre risco de morrer.

Imediatamente após a notificação, a Visa acionou os órgãos estadual e federal de Vigilância em Saúde para chegar a um consenso sobre que medidas adotar, já que o produto não possui registro na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde.

A enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela, coordenadora da Vigilância Sanitária de Campinas, informou que existe uma preocupação da Vigilância em Saúde em relação à proliferação de produtos vendidos livremente, sem restrição, pela internet, em catálogos e de inúmeras outras maneiras e que não estão livres de reações indesejáveis e até mesmo de oferecer riscos à saúde.

Segundo Filomena, existem medicamentos e produtos destinados aos cuidados com o corpo e com a saúde que podem ser adquiridos sem receita médica. Mas existe sempre o risco da automedicação, já que o medicamento pode ser utilizado de forma inadequada, no momento impróprio e dificultar o diagnóstico.

A sanitarista afirmou que as pessoas devem exercer a cidadania e denunciar situações irregulares como as de produtos relacionados à saúde que não têm registro nos órgãos competentes e que não especificam a composição química, a procedência, a data de fabricação e a validade. Os comerciantes também devem estar atentos a estas instruções e se dar conta de são co-responsáveis pelos danos que os itens comercializados podem trazer.

"Em caso de dúvida, o cidadão deve solicitar informações à vigilância em saúde de sua região. Também é importante que, ao adquirir substâncias isentas de receita médica, o consumidor observe e siga rigorosamente as instruções de uso", disse a sanitarista. Filomena observou, ainda, que não existe produto milagroso e que as pessoas precisam estar atentas a propagandas enganosas.

A enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Saúde Coletiva de Campinas, informou que o medicamento irregular tanto pode não surtir o efeito desejado como pode provocar agravos à saúde.

Para contatar a Vigilância em Saúde as pessoas devem telefonar para 3242-5870 (Região Norte), 3268-6244 (Noroeste), 3212-2755 (Leste), 3227-4499 (Sudoeste), 3273-5999 (Sul) ou solicitar informações pelo telefone 156.

Denize Assis

Volta ao índice de notícias