A
Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas informou
nesta terça-feira, 16 de agosto, que recebeu notificação
de um caso de evento adverso – reação ao uso de
determinada substância - relacionado ao produto
comercializado com o nome de Doutorzinho. Trata-se de
uma criança de três meses para a qual a família
ministrou indevidamente o referido produto dissolvido
no líquido para inalação.
Após
o procedimento, a criança começou a passar mal e
evoluiu para um quadro de insuficiência respiratória
aguda sendo necessária intervenção médica e
internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
Hospital Municipal Mário Gatti. Hoje, após dois dias
de internação, ela já passa bem e não corre risco
de morrer.
Imediatamente
após a notificação, a Visa acionou os órgãos
estadual e federal de Vigilância em Saúde para
chegar a um consenso sobre que medidas adotar, já que
o produto não possui registro na Agência de Vigilância
Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde.
A
enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela,
coordenadora da Vigilância Sanitária de Campinas,
informou que existe uma preocupação da Vigilância
em Saúde em relação à proliferação de produtos
vendidos livremente, sem restrição, pela internet,
em catálogos e de inúmeras outras maneiras e que não
estão livres de reações indesejáveis e até mesmo
de oferecer riscos à saúde.
Segundo
Filomena, existem medicamentos e produtos destinados
aos cuidados com o corpo e com a saúde que podem ser
adquiridos sem receita médica. Mas existe sempre o
risco da automedicação, já que o medicamento pode
ser utilizado de forma inadequada, no momento impróprio
e dificultar o diagnóstico.
A
sanitarista afirmou que as pessoas devem exercer a
cidadania e denunciar situações irregulares como as
de produtos relacionados à saúde que não têm
registro nos órgãos competentes e que não
especificam a composição química, a procedência, a
data de fabricação e a validade. Os comerciantes
também devem estar atentos a estas instruções e se
dar conta de são co-responsáveis pelos danos que os
itens comercializados podem trazer.
"Em
caso de dúvida, o cidadão deve solicitar informações
à vigilância em saúde de sua região. Também é
importante que, ao adquirir substâncias isentas de
receita médica, o consumidor observe e siga
rigorosamente as instruções de uso", disse a
sanitarista. Filomena observou, ainda, que não existe
produto milagroso e que as pessoas precisam estar
atentas a propagandas enganosas.
A
enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Saúde
Coletiva de Campinas, informou que o medicamento
irregular tanto pode não surtir o efeito desejado
como pode provocar agravos à saúde.
Para
contatar a Vigilância em Saúde as pessoas devem
telefonar para 3242-5870 (Região Norte), 3268-6244
(Noroeste), 3212-2755 (Leste), 3227-4499 (Sudoeste),
3273-5999 (Sul) ou solicitar informações pelo
telefone 156.
Denize
Assis