A
Secretaria de Saúde de Campinas prorrogou a Campanha
de Vacinação contra a Paralisia Infantil no município
até 31 de agosto. O objetivo é melhorar a cobertura
vacinal, já que no sábado, 20 de agosto, na segunda
etapa nacional da campanha, a meta de vacinar 95% das
crianças menores de cinco anos, preconizada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), não foi alcançada.
A prorrogação foi recomendada pelo Ministério da Saúde
para todos os municípios brasileiros que não
conseguiram atingir os 95%.
O
balanço divulgado nesta segunda-feira, 22, indica que
63.802 mil menores de cinco anos receberam a gotinha
no sábado, o que corresponde a 80,09% de cobertura do
total de crianças da cidade que é de aproximadamente
75 mil. A vacinação teve início às 8h e prosseguiu
até 17h em 289 postos espalhados por todas as regiões
de Campinas.
Apesar
de não ter atingido a meta, os números registrados
em Campinas superam os resultados do balanço do mesmo
período da primeira etapa da campanha, realizada em
11 de junho passado, quando 58,1 mil haviam sido
vacinadas, correspondendo a 77,45% de cobertura. Esse
balanço da segunda etapa também supera o que foi
observado no mesmo período da mesma etapa da Campanha
em 2004, quando 77,1% crianças menores de cinco anos
haviam sido vacinadas.
Segundo
a OMS, a poliomielite é uma doença que ainda
persiste no mundo, o que mantém elevado o risco de
reintrodução do vírus selvagem em países que já
erradicaram a pólio. Nos últimos dois anos, 16 países
que já haviam controlado a doença, passaram a
registrar casos novamente. Em 2004, foram registrados
1.267 casos no mundo. No ano anterior, haviam sido
784.
"Isto
reforça mais uma vez que é preciso manter a estratégia
que garantiu ao Brasil a erradicação da pólio, que
inclui fortalecer a vigilância epidemiológica de
todos os casos de paralisia flácida e assegurar a
vacinação na rotina e nas campanhas em massa. A ação
não só mantém o país livre da poliomielite, como
também integra uma rede mundial em busca da erradicação
desta doença", diz a enfermeira sanitarista
Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde (Visa) de
Campinas.
Portanto,
informa Brigina, até dia 31, os pais ou responsáveis
devem levar as crianças menores de cinco anos que
ainda não receberam a vacina ao Centro de Saúde mais
próximo. A dose é gratuita e mesmo aqueles que já
tomaram várias doses anteriormente devem ser
vacinados. Na oportunidade, a criança pode receber
também doses de outras vacinas que estiveram em
atraso. Para isto, é necessário levar o cartão da
criança. A dose contra a pólio será aplicada mesmo
sem o cartão.
Certificação.
Em 2005, a estratégia contra a poliomielite no Brasil
completa 25 anos de existência. O último caso da
doença verificado no País foi em 1989. Em Campinas,
a última ocorrência foi em 1980. Em 1994, o
Continente Americano recebeu da OMS o reconhecimento
pela erradicação da transmissão autóctone do vírus
causador da doença. Os países do Pacífico Ocidental
receberam o reconhecimento em 2000 e a Europa, em
2002.
Restam
no mundo três regiões que ainda não receberam a
certificação de erradicação da pólio: África,
Sudeste da Ásia e Mediterrâneo Oriental. Por isso, o
Ministério da Saúde reforça que há a necessidade
de manter campanhas de vacinação contra a pólio,
mesmo nos países que já erradicaram a doença, como
o Brasil, uma vez que o fluxo intenso e rápido de
viajantes pelo mundo pode, facilmente, propagar o
poliovírus.
Denize
Assis