Campinas enfoca o tabagismo passivo no Dia Nacional de Combate ao fumo

29/08/2005

Com enfoque para a questão do tabagismo passivo, a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas promoveu no Paço Municipal e no Salão Vermelho da Prefeitura na manhã desta segunda-feira, 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma sessão de ginástica chinesa lian gong e palestra com o tema Abordando o Tabagismo: 1º passo no Paço.

As atividades tiveram como principal objetivo divulgar informações sobre o tabagismo passivo e sensibilizar a população para exercer o controle social visando o cumprimento da Lei Federal nº 9.294/96, que proíbe o consumo de cigarros em lugares fechados como shoppings, bares, restaurantes e estabelecimentos públicos entre outros.

Além disso, as atividades promovidas pela Secretaria de Saúde integram o processo de preparação para implantar no município uma nova metodologia para tratar pessoas que queiram parar de fumar. O projeto, que será enviado para aprovação do Ministério da Saúde, está sendo elaborado de acordo com critérios do Programa Nacional de Controle do Tabagismo que estabelece que as unidades de saúde onde será disponibilizado o tratamento precisam atuar com profissionais não fumantes e possuir equipes capacitadas.

"Inicialmente, em Campinas, pretendemos implementar o projeto no Centro de Referência em Álcool e Drogas (Criad), que já conta com profissionais capacitados e não fumantes", informa Maria Elisa Bertonha, coordenadora do Programa Municipal de Assistência Farmacêutica que integra a equipe que elabora o projeto a ser enviado para o Ministério. "Mas a diretriz é desenvolver o trabalho no maior número possível de unidades da rede pública municipal de saúde", diz.

O tema tabagismo passivo, adotado pelo Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano, foi escolhido com base em uma pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que mostra que fumante passivo - aquele que só respira a fumaça do cigarro alheio - tem 30% a mais de chance de desenvolver câncer de pulmão do que as pessoas que não têm contato algum com o fumo.

O estudo, realizado em capitais dos Países do Continente Americano e no Brasil, no Rio de Janeiro, mostra que, além de aumentar em um terço a chance de desenvolver câncer de pulmão, a exposição involuntária à fumaça de cigarro também aumenta o risco de doenças cardiovasculares em 23%.

Mas, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia, não é fácil ficar longe do cigarro no Brasil. Um estudo promovido pela entidade mostra que um em cada quatro brasileiros é fumante e que 20% deles têm menos de 24 anos. Em Campinas, a estimativa é de que haja 200 mil fumantes.

"O desafio é enorme e exige uma grande mobilização no sentido de informar e sensibilizar a comunidade, já que ninguém vai parar de fumar sem pensar no assunto antes. É neste sentido que realizamos as atividades em Campinas no dia de hoje", diz Maria Elisa.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi criado em 1986 através da Lei Federal nº 7.488. As comemorações acontecem anualmente sempre sob coordenação do Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

Denize Assis

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