Campinas encerra nesta quarta-feira, dia 31 de agosto,
a segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a
Paralisia Infantil. Portanto, a Secretaria Municipal
de Saúde informa que todas as crianças menores de 5
anos ainda não vacinadas devem ser levadas aos
centros de saúde e módulos de saúde da família, no
horário de funcionamento de cada unidade, para
receber a gotinha. O responsável deve levar o cartão
da criança porque também serão aplicadas doses das
vacinas que estiverem em atraso.
Segundo
a Vigilância em Saúde (Visa) Municipal, é
importante que toda população seja protegida pela
campanha. "Esta estratégia, que consiste na
distribuição de muitas doses ao mesmo tempo na
comunidade, disponibiliza uma grande quantidade de vírus
inativados no ambiente proporcionando a proteção
coletiva", informa a enfermeira sanitarista
Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica
de Campinas.
Por
isso, segundo Brigina, todos os menores de cinco anos
devem ser vacinados durante o período da campanha,
mesmo os que estiverem com febre, tosse ou rinite e
mesmo os que estiverem com a carteira de vacinação
em dia. "Quem recebeu a vacina recentemente
precisa repetir a dose", diz.
De
acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o
objetivo era vacinar pelo 95% das crianças no sábado,
20 de agosto, dia nacional da campanha. No entanto,
como esta meta não foi alcançada, a campanha foi
prorrogada até amanhã, dia 31. Segundo o último
informe da Visa Municipal, entre 20 e 24 de agosto,
66,2 mil crianças foram vacinadas em Campinas, o que
corresponde a 82,9% dos cidadãos menores de 5 anos na
cidade, que constituem uma população de 75 mil
pessoas.
Brigina
informa que, nos últimos anos, Campinas não tem
conseguido atingir a meta de vacinar 95% da população
menor de cinco anos durante as campanhas contra a
poliomielite, conforme preconizado pelo Ministério da
Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS). MO ano
passado, a cobertura vacinal foi de 85%.
Segundo
a sanitarista, a Secretaria de Saúde avalia que
existem algumas explicações para este fato.
"Uma delas é a de que as pessoas ainda não
compreenderam a importância da vacina e usam o raciocínio,
incorreto, de que por terem participado de várias
campanhas anteriores e já terem recebido a dose na
rotina, não é necessário mais uma dose. Mas este
raciocínio é equivocado", informa.
A
sanitarista reforça que é necessário que as pessoas
compreendam que participar da campanha é um ato de
responsabilidade. "É importante que cada um
entenda que vacinar seus filhos nestas ocasiões, também
ajuda a proteger as outras crianças. Vacinar todos ao
mesmo tempo garante a homogeneidade necessária para
impedir que a pólio volte a ocorrer no nosso bairro,
na nossa cidade, no país", afirma.
Outra
justificativa, segundo os técnicos da Visa Municipal,
é a de que tanto a população em geral como os
profissionais de saúde não valorizam o risco da
reintrodução da pólio em nosso meio. No Brasil, a
última ocorrência de poliomielite foi registrada em
Sousa, na Paraíba, em 1989. Em Campinas, o último
caso foi em 1984.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a
imunização contra a poliomielite em todo o mundo
previna 550 mil casos da doença a cada ano. Antes do
desenvolvimento da vacina, na década de 50, a
poliomielite matava ou deixava seqüelas físicas em
cerca de 600 mil pessoas todos os anos.
Denize
Assis