Vacinação contra a pólio termina nesta quarta-feira, 31

30/08/2005

Campinas encerra nesta quarta-feira, dia 31 de agosto, a segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Paralisia Infantil. Portanto, a Secretaria Municipal de Saúde informa que todas as crianças menores de 5 anos ainda não vacinadas devem ser levadas aos centros de saúde e módulos de saúde da família, no horário de funcionamento de cada unidade, para receber a gotinha. O responsável deve levar o cartão da criança porque também serão aplicadas doses das vacinas que estiverem em atraso.

Segundo a Vigilância em Saúde (Visa) Municipal, é importante que toda população seja protegida pela campanha. "Esta estratégia, que consiste na distribuição de muitas doses ao mesmo tempo na comunidade, disponibiliza uma grande quantidade de vírus inativados no ambiente proporcionando a proteção coletiva", informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.

Por isso, segundo Brigina, todos os menores de cinco anos devem ser vacinados durante o período da campanha, mesmo os que estiverem com febre, tosse ou rinite e mesmo os que estiverem com a carteira de vacinação em dia. "Quem recebeu a vacina recentemente precisa repetir a dose", diz.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o objetivo era vacinar pelo 95% das crianças no sábado, 20 de agosto, dia nacional da campanha. No entanto, como esta meta não foi alcançada, a campanha foi prorrogada até amanhã, dia 31. Segundo o último informe da Visa Municipal, entre 20 e 24 de agosto, 66,2 mil crianças foram vacinadas em Campinas, o que corresponde a 82,9% dos cidadãos menores de 5 anos na cidade, que constituem uma população de 75 mil pessoas.

Brigina informa que, nos últimos anos, Campinas não tem conseguido atingir a meta de vacinar 95% da população menor de cinco anos durante as campanhas contra a poliomielite, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS). MO ano passado, a cobertura vacinal foi de 85%.

Segundo a sanitarista, a Secretaria de Saúde avalia que existem algumas explicações para este fato. "Uma delas é a de que as pessoas ainda não compreenderam a importância da vacina e usam o raciocínio, incorreto, de que por terem participado de várias campanhas anteriores e já terem recebido a dose na rotina, não é necessário mais uma dose. Mas este raciocínio é equivocado", informa.

A sanitarista reforça que é necessário que as pessoas compreendam que participar da campanha é um ato de responsabilidade. "É importante que cada um entenda que vacinar seus filhos nestas ocasiões, também ajuda a proteger as outras crianças. Vacinar todos ao mesmo tempo garante a homogeneidade necessária para impedir que a pólio volte a ocorrer no nosso bairro, na nossa cidade, no país", afirma.

Outra justificativa, segundo os técnicos da Visa Municipal, é a de que tanto a população em geral como os profissionais de saúde não valorizam o risco da reintrodução da pólio em nosso meio. No Brasil, a última ocorrência de poliomielite foi registrada em Sousa, na Paraíba, em 1989. Em Campinas, o último caso foi em 1984.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a imunização contra a poliomielite em todo o mundo previna 550 mil casos da doença a cada ano. Antes do desenvolvimento da vacina, na década de 50, a poliomielite matava ou deixava seqüelas físicas em cerca de 600 mil pessoas todos os anos.

Denize Assis

Volta ao índice de notícias