Os índices
de aleitamento materno melhoraram em Campinas nos últimos
anos, segundo pesquisa sobre práticas alimentares no
1º ano de vida realizada pelo Banco de Leite Central
do Instituto de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde,
em 2004, e divulgada nesta quarta-feira, 31 de agosto,
durante encerramento das atividades da Semana Mundial
da Amamentação no Salão Vermelho da Prefeitura.
Os
resultados da pesquisa revelam que, em Campinas, o índice
de aleitamento materno exclusivo entre os bebês com
até 4 meses de vida – quando a criança recebe
somente o leite materno – é 35,4%. A média nos
demais municípios pesquisados no Estado é de 34,45%.
Este índice cai para 23,9% quando é considerada a
faixa etária até 6 meses. No Estado, para esta faixa
de idade, o índice é de 26,67%.
Em
relação ao aleitamento materno predominante –
quando a criança recebe leite materno associado a chá,
água e suco -, o índice em Campinas é de 19,8% para
as crianças com até 4. No Estado, é de 21,19%. Para
a faixa etária até seis meses de vida, o índice de
aleitamento materno predominante é de 18,9% tanto em
Campinas como no Estado.
Já o
aleitamento materno completo – quando a criança
recebe leite materno associado a outro leite mais chá,
água e suco – atinge 55,3% das crianças de
Campinas menores de quatro meses e 55,6% dos menores
de quatro meses no Estado. Para a faixa de até seis
meses, o índice cai para 42,8% em Campinas e 45,6% no
Estado.
"A
pesquisa mostrou um perfil semelhante entre Campinas e
outros municípios pesquisados no Estado. Também é
possível avaliar, com base nos dados, que houve uma
melhora nos índices", diz a médica pediatra Sônia
Ysoyama Venâncio, pesquisadora e coordenadora do Núcleo
de Investigação em Nutrição do Instituto de Saúde
da Secretaria Estadual de Saúde.
Esta
melhora, segundo Sônia, se deve às ações
desenvolvidas pelas Secretarias Municipais de Saúde
que, como Campinas, buscaram ampliar estratégias de
atuação. "Os municípios passaram a desenvolver
trabalhos em forma de rede que envolvem não somente a
Saúde, de forma interdisciplinar, mas outros setores
principalmente as áreas de educação e nutrição",
afirma Sônia.
Segundo
a pediatra, em relação à amamentação exclusiva em
menores de quatro meses, se o dado atual, de 35%, for
comparado ao de 1986, de 3%, quando foi feita a
primeira pesquisa de amamentação no País, houve um
grande avanço. "Houve uma grande mudança de
comportamento e os municípios avançaram bastante. E
é preciso considerar ainda que o contexto não é
totalmente favorável, já que a indústria continua
fazendo uma grande campanha de mídia em relação à
alimentação artificial e que os serviços de saúde
não favorecem a amamentação", afirma.
A
pesquisa divulgada hoje ainda apresentou resultados
sobre alimentação complementar oportuna – quando o
leite materno é acrescido de refeições de sal como
sopa e papinha salgada – em crianças de seis a nove
meses. Em Campinas, o índice foi de 42,5% e, no
Estado, de 45,89%. Em relação às crianças menores
de um ano que recebem leite materno, a porcentagem em
Campinas é de 62,4% e no Estado de 65%.
Além
da pesquisa, as atividades para marcar o encerramento
da Semana de Amamentação em Campinas incluíram
discussão de estratégias para melhorar a alimentação
da criança até dois anos, com ênfase para o tema da
semana deste ano que foi Aleitamento materno e
alimentação complementar, levantamento sobre a
atuação do município de Campinas, esclarecimento de
dúvidas, discussão de casos, relatos de experiências
e palestra e discussão sobre situações especiais em
aleitamento materno.
A
Semana Mundial da Amamentação teve início dia 25 de
agosto e, em Campinas, incluiu uma série de
atividades promovidas pela Secretaria Municipal de Saúde,
sob coordenação do Comitê Municipal de Incentivo e
Apoio ao Aleitamento Materno e com apoio do Centro de
Lactação - Banco de Leite Humano Municipal de
Campinas.
Denize
Assis