Campanha da rubéola supera meta do primeiro dia

12/08/2008

Autor: Denize Assis

Para o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, o resultado indica a adesão da população e o engajamento de toda comunidade na luta para eliminar a rubéola

No primeiro dia de vacinação contra rubéola, no sábado, dia 9 de agosto, Campinas superou a meta inicial da campanha que se prolonga até o dia 12 de setembro. Até as 17 horas, foram imunizadas contra a doença 100,3 mil pessoas, ou seja, 26,6% da população alvo. A previsão, para o primeiro dia, era de que 10% dos campineiros que devem ser vacinados fossem atingidos. O objetivo da Secretaria de Saúde é estender a cobertura vacinal para 400 mil habitantes, homens e mulheres com idades de 20 a 39 anos.

“Trata-se de um resultado importante para um trabalho que está apenas em seu primeiro dia. Tivemos um movimento expressivo nos centros de saúde, o que demonstra que a população aderiu à campanha”, disse a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde.

Brigina informa que quem ainda não tomou sua dose deve procurar o centro de saúde mais próximo de sua casa, no horário de funcionamento da unidade. São 63 centros de saúde espalhados em todas as regiões da cidade. A dose é gratuita. Quem tiver deve levar o cartão de vacinas. Também é importante levar o documento de identidade.

A enfermeira afirma que é muito importante que todos compareçam. Segundo ela, é do interesse e é responsabilidade de toda comunidade eliminar uma doença que tem conseqüências tão graves quanto a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) - complicação da infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação.

“O Brasil tem o compromisso de eliminar a rubéola e a SRC. E esta campanha trata-se de uma proposta ambiciosa que pretende imunizar 400 mil campineiros. São 70 milhões de brasileiros. Também estamos considerando que esta faixa etária de 20 a 39 anos normalmente está um pouco fora da rotina do cotidiano do serviço de saúde. Então, é necessário muito empenho, muito esforço de todos. Os professores devem estimular seus alunos, os familiares devem difundir entre seus parentes, os gerentes nas suas repartições e assim por diante”, diz Brigina.

Dando o exemplo de que essa campanha de vacinação é mesmo programa para toda a família, as irmãs Aline Tivelli, de 28 anos, e Julie Tivelli, de 24, foram logo no sábado de manhã tomar a dose contra a rubéola no Centro de Saúde do Jardim Aurélia, onde ocorreu a abertura da campanha.

“A gente veio logo, para não esquecer. Nem dói nada. É rápido. Vi poucos homens aqui. É importante estimulá-los também”, disseram.

Poliomielite. O balanço da campanha de vacinação da poliomielite, que também teve início sábado, indicou que Campinas vacinou menos crianças neste sábado do que no dia de abertura da 1ª etapa da campanha, em junho. Até o fim da tarde do sábado, dia 9, foram imunizadas 42,3 mil crianças campineiras de até cinco anos. O total representa 61,5% da população alvo. Em junho, no primeiro dia, foram vacinadas 84%.

Mas o mais importante de ressaltar, agora, é que a vacinação continua em todos os centros de saúde de Campinas. “Portanto, todas as crianças, independente de terem sido vacinadas na primeira fase e de terem tomado várias doses em anos anteriores precisam receber novamente as gotinhas”, afirma Brigina.

Segundo ela, a região das Américas está sob ameaça constante em relação à poliomielite, considerando que em vários países do mundo a doença ainda está presente. Por isso, afirma Brigina, as ações de controle têm que estar em dia. “Esta é uma doença causada por um vírus, transmissível e a maioria dos casos não apresenta sintomas, o que significa que a pessoa doente na maioria das vezes pode estar transmitindo sem saber. Portanto, dependemos de altas coberturas vacinais”, diz.

O casal Fernando Prince, 32 anos, e Gislaine Ishibashi, 24, também compareceu ao centro de saúde na manhã de sábado para vacinar a filha Isabele, de 3 anos, contra a pólio, e aproveitou a oportunidade para também tomar a dose contra a rubéola. “É importante. Prevenção é tudo. E não doeu nada”, disse Gislaine.

Apoio. Representantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Estadual de Campinas (Puc-Campinas), da Direção Regional de Saúde de Campinas, da Associação dos Rotarianos de Campinas e da Associação dos Pais e Amigos dos Cegos de Campinas (Apascamp) reafirmaram, no sábado, o apoio à estratégia da Campanha Nacional de Vacinação para a Eliminação da Rubéola, que se estende até 12 de setembro.

Durante a abertura da campanha no Centro de Saúde Aurélia, região Norte de Campinas, a diretora do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) XVII, Márcia Regina Pacola, que esteve no evento representando o diretor da Direção Regional de Saúde de Campinas, José Carlos Ramos, parabenizou Campinas e ressaltou o envolvimento das equipes da Secretaria de Saúde e o compromisso do município para que o objetivo ousado da campanha seja alcançado.

“O desafio de eliminar a rubéola e manter a erradicação da poliomielite é de todos nós. Vacinar pessoas é o melhor instrumento para eliminar doenças. Trata-se de uma ação prioritária na qual Campinas é exemplo para o País e o Brasil é exemplo para o mundo”, disse.

A Campanha Nacional de Vacinação para a Eliminação da Rubéola é a maior mobilização já realizada em todo o mundo com o objetivo de imunizar indivíduos adultos. A vacinação ocorrerá em duas grandes frentes: com a aplicação da vacina dupla viral (sarampo e rubéola) em homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos de todo o país, e por meio da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) em indivíduos entre 12 e 19 anos nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, além de toda população indígena que vive em aldeias.

Observadores. Pelo seu ineditismo e amplitude, a campanha despertou o interesse de diversos países do mundo. Eles enviaram observadores para conhecer a ação durante uma semana. Além destes visitantes, essa ação contará com a participação de oito consultores internacionais, que vão ajudar técnicos brasileiros na estruturação da campanha nos estados. Eles vêm de cinco países – Paraguai, Colômbia, Equador, Peru e México – e devem permanecer no Brasil por três meses.

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