Contra a Rubéola: 46% dos campineiros na faixa de 20 a 39 anos já se vacinaram

22/08/2008

Autor: Denize Assis

Secretaria de Saúde convoca homens a comparecerem aos postos e sugere que população procure os 11 centros de saúde que abrem no sábado para tomar a dose

A Secretaria de Saúde de Campinas anunciou nesta sexta-feira, 22 de agosto, um novo balanço da Campanha Nacional de Vacinação para a Eliminação da Rubéola, iniciada em 9 de agosto. A avaliação mostra que o município já vacinou 172 mil pessoas na faixa etária de 20 a 39 anos, o que representa 46,4% dos 370 mil campineiros que devem ser imunizados contra a rubéola. A expectativa é atingir 50% desta população em duas semanas, que serão completadas amanhã.

Para a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), o resultado foi satisfatório, mas a participação de mulheres ainda supera a procura dos homens pelos postos de vacinação. “É muito importante conseguir que mais homens se vacinem”, afirma a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Covisa.

De acordo com os números parciais, 83.575 homens foram vacinados, o que representa 45% da meta estabelecida para o sexo masculino. Ao todo, mais de 89.556 mulheres já tomaram a vacina, um percentual de 47,7% para esse público.

Embora a rubéola seja uma doença benigna, quando a doença atinge mulheres grávidas, os bebês podem morrer, sofrer um parto prematuro ou nascer com problemas graves, como surdez, cegueira e retardo mental.

“Por isso, é importante que os homens também sejam vacinados porque ao não se vacinarem eles mantêm a cadeia de transmissão da doença. Precisamos de um índice de vacinação alta. Só com a imunidade coletiva conseguiremos erradicar a rubéola”, informa Maria do Carmo.

A sanitarista destaca que a população com maior índice de vacinação é constituída pelas mulheres de 20 a 29 anos, com 48% de cobertura.

A campanha. Iniciada em 9 de agosto, a campanha contra a rubéola se estende até 12 de setembro. Devem se vacinar homens e mulheres entre 20 e 39 anos. Nos estados de Mato Grosso, Maranhão, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Minas Gerais também serão imunizados jovens na faixa etária de 12 a 19 anos.

Todas as pessoas que estão na faixa etária indicada devem tomar a vacina, mesmo as que já se vacinaram ou tiveram a doença. A vacina é contra-indicada para mulheres grávidas; pessoas que já tiveram reação alérgica grave à vacina; indivíduos com imunodeficiências congênitas ou adquiridas; pacientes que estão fazendo uso de corticóides em doses imunossupressoras, ou seja, que baixam a imunidade; pessoas em tratamento quimioterápico; e, por fim, transplantados de medula óssea cuja cirurgia tenha sido feita com menos de dois anos. Em qualquer caso de dúvida, a recomendação é consultar um profissional de saúde.

Oportunidade. As pessoas que ainda não se vacinaram, devem aproveitar este sábado, dia 23 de agosto - quando 11 centros de saúde espalhados por toda cidade ficam abertos – para tomar a dose. Para saber quais e o mais próximo da sua casa, o cidadão pode se informar no telefone 156, que aos sábados atende até 13h.

Além da estratégia de promover vacinação aos sábados, a Secretaria de Saúde estabeleceu parcerias com empresas públicas e privadas e universidades para garantir que trabalhadores e estudantes sejam vacinados.

A Unip, atendendo ao convite, assumiu a vacinação nos Campi de Campinas e iniciou esta semana a imunização de 12 mil alunos e funcionários. A Secretaria forneceu doses e insumos e a universidade se organizou com alunos de enfermagem e professores para garantir a aplicação das doses. A vacinação ocorreu nos dias 18 e 19, 20 e 21 e ainda hoje, dia 22.

No Shopping Campinas, no Poupa-Tempo, a vacina ocorre todos os dias das 9h às 19h; No Box Cinema, a vacinação ocorre às segundas e quartas-feiras das 17h às 21h

Na Rodoviária, foi instalado um posto de vacinas nesta sexta-feira, dia 22, das 7h às 11h e das 17h às 21h.

Além destas instituições, ainda há muitas outras. Já houve vacinação em empresas, no turno da madrugada, em outras universidades, no Aeroporto etc.

Tira-dúvidas sobre a campanha

1 - Por que é necessário vacinar contra rubéola?

Porque a rubéola é uma doença grave, que pode acometer mulheres grávidas e causar malformação congênita no feto, provocando cegueira, surdez, retardo mental ou problemas cardíacos no bebê. A vacina contra a rubéola faz parte do calendário de vacinação brasileiro e está disponível na rede pública para crianças, adolescentes e adultos.

2 - Quem tomou a vacina recentemente deve se vacinar novamente?

Com certeza. A estratégia da vacinação de campanha é diferente da rotina. Isso porque durante uma campanha há a vacinação em massa de indivíduos, o que forma uma rede de proteção individual e coletiva. Tomando a vacina, o indivíduo fica protegido, não transmite a doença e contribui para que o vírus seja eliminado do meio ambiente. Tanto quem já se vacinou no passado e quem já teve a doença de se vacinar.

3 - Por que o foco da vacinação é nos homens?

A vacinação será indiscriminada, mas os homens são o principal foco, porque, em anos anteriores, os públicos-alvos foram as crianças e as mulheres. Para o Ministério da Saúde, agora é a vez de centrar esforços para vacinar pessoas do sexo masculino. A meta da campanha é vacinar 70 milhões de pessoas, das quais 34,7 milhões de homens e 35,3 milhões de mulheres devem ser vacinadas.

4 - Quem deve tomar a vacina?

Homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos de todo o país. Em cinco estados - Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte., além desse público, devem vacinar também indivíduos entre 12 e 19 anos. A vacinação da população indígena que vive em aldeias foi iniciada em abril.

5 - Quem não deve tomar a vacina?

A vacina é contra-indicada para mulheres grávidas e nas seguintes situações: para pessoas com antecedentes de reação anafilática sistêmica após dose prévia da vacina contra rubéola ou sarampo. Recomenda-se adiar a vacinação, pela possibilidade de uma resposta imunogênica insatisfatória, nas seguintes condições: pacientes que estão fazendo uso de imunoglobulina, sangue total ou plasma nos três meses anteriores à vacinação; pessoas em tratamento quimioterápico; e, por fim, pacientes transplantados de medula óssea, cuja cirurgia tenha sido realizada há menos de dois anos. Em qualquer caso de dúvida, a recomendação é consultar um profissional de saúde.

6 - Se uma mulher grávida tomar a vacina, o que ela deve fazer?

Caso a mulher tome a vacina e, posteriormente, descubra que está grávida, ela deve retornar ao posto de saúde e informar ao profissional de saúde. A partir disso, a gestante cumprirá um protocolo de acompanhamento da gravidez. Não que a vacina faça mal às mulheres grávidas. Esse procedimento é feito para evitar futuras associações entre a vacina e eventuais problemas de saúde da criança.

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